Cauã Reymond e Grazi Massafera, atores da Globo, se separaram. Segundo boatos, "o pivô da separação" foi a também atriz Ísis Valverde.
Nos comentários, lê-se que Ísis destruiu a santidade do casamento. Um casamento tão feliz, tão fofo, tão perfeito! E daí veio umazinha qualquer e acabou com tudo. Arruinou a linda história de amor, de príncipe e princesa, se oferecendo com o corpo irresistível ao pobre príncipe que não conseguiu enfrentar os encantos da periguete.
Claro que estou sendo irônica, mas é só olhar a participação dos leitores no meu post sobre o vazamento do vídeo íntimo em Goiânia. Como o homem era casado, a moça que aparece no vídeo logo foi julgada: "quem mandou se meter com um cara comprometido?". A pena a que ela deve ser submetida é a exposição pública. Afinal, ela - de novo - destruiu da santidade do casamento. Ué? Mas quem deve fidelidade não é aquele que fez a promessa?
Cada casal tem um tipo de arranjo nos relacionamentos. A maioria adota a monogamia, mesmo sem considerar a fundo porque escolheu este modelo. No Brasil, é comum, muito comum, a monogamia só servir para o lado da mulher. O homem, ah, o homem pode fazer tudo, até porque ele é constantemente atentado por essas vadiazinhas que se jogam nos braços dele. Ele não estaria sendo um homem de verdade se deixasse passar as oportunidades!
Outros têm relacionamento aberto; e aí os arranjos diferem de casal para outro. Uns nem querem saber com quem o parceiro anda saindo, outros vão junto. À primeira vista, a maioria desses casais não dá nenhum sinal de que o sexo não é exclusivo entre eles. Casal de comercial de margarina, iguais aos demais.
Em quaisquer dos casos, monogâmicos ou abertos, relacionamentos acabam. As razões são infinitas e, entre elas, está o surgimento de uma terceira pessoa com quem se quer ficar mais do que o atual parceiro. E aqui entra o duplo padrão moral. Se num relacionamento heterossexual o cara resolver se separar para ficar com outra, ele fez bem, não tinha mesmo que ficar preso a um casamento falido... Mas a mulher que se envolveu com ele, a ela sobram as pedras, os julgamentos, os rótulos que confundem sua vida sexual com seu caráter, como o periguete do título deste post.
Se, ao contrário, for a mulher a romper, o "amante" é o Ricardão, o galanteador, e os julgamentos recaem sobre a recém-separada.
Quer dizer: a culpa é sempre da mulher. Nenhuma de nós pode viver a sexualidade livremente. Quer ser livre? Aguente as porradas que te darão, as pedras que te jogarão, os xingamentos que lhe oferecerão. Não precisa ser casal queridinho da novela. Basta ser mulher.
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