quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

E se ao invés de...

fazer Economia na UFMG, eu tivesse insistido em Relações Internacionais na UnB? 
ir pro PET, eu tivesse permanecido na UCJ? 
ir pra Bologna, eu ficasse no Brasil? 
trabalhar no Ministério da Fazendo em Brasília, eu tivesse viajado pro Rio? 
fazer estágio na CEMIG, eu não tivesse feito estágio nenhum? Ou outro? 
largar a CEMIG para fazer IC, eu tivesse permanecido lá? 
estudar pro mestrado, eu tivesse ido trabalhar no BDMG? 
fazer mestrado em Ciência Política, eu tivesse feito em Demografia? 
ir pra Leiden, eu tivesse ido pra Trento? 
procurar emprego quando voltei da Holanda, eu tivesse ficado de boa dando aula? 
ter decidido pela Trainee em SP, eu tivesse ficado com o emprego em Beagá? 
ter recusado a proposta de trabalho com o Manolo, eu tivesse aceito? 
ter aceitado a proposta do Espinosa, eu tivesse recusado?

Grande perguntas, nenhuma resposta!




Indiano morre após ratos morderem seu pênis em hospital, diz família


Caso ocorreu em ala de emergência em Calcutá, segundo a imprensa local.
Homem de 53 anos, que tratava pneumonia, não resistiu aos ferimentos.

Do G1, em São Paulo
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O pacidente Arun Sandhukha morreu após ser mordido no pênis por um rato em um hospital de Calcutá, na Índia, segundo sua família.
Sandhukha, de 53 anos e morador de Sreerampore, estava internado no hospital SSKM desde 11 de dezembro para tratar uma pneumonia.
Bishwanath, um parente da vítima, disse à imprensa local que não havia enfermeiros no local quando o ataque ocorreu, na ala de emergência do hospital.
Quando ele chegou para visitar Sandhuka durante a manhã, encontrou-o ferido na cama, com uma poça de sangue em seu redor. Ele acabou morrendo no decorrer do dia.
De acordo com Bishwanath, os responsáveis pelo hospital admitiram a existência de ratos no local.

Operação inédita vai 'expulsar' espécie de mico-leão do Rio de Janeiro

Objetivo é transferir população de mico-leão-da-cara-dourada para a Bahia.Espécie ameaça micos-leões-dourados que vivem em Niterói.
Eduardo CarvalhoDo Globo Natureza, em São Paulo
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Nos próximos meses,  “caçadores” devem andar pelas ruas de Niterói para capturar  exemplares de mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), espécie ameaçada de extinção. O objetivo é transferir um grupo de 106 desses animais para o sul da Bahia.
A operação, inédita no Brasil, acontece porque esta espécie, trazida de forma irregular para o estado do Rio de Janeiro, ameaça o território de outro animal que também corre risco de desaparecer no país: o mico-leão-dourado (Leontopithecus Rosalia).
De acordo com Cecília Kierulff, bióloga e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o processo de captura dos primatas deve durar 18 meses. A remoção, segundo ela, é necessária devido ao risco de reprodução entre animais de espécies diferentes, que causaria o nascimento de exemplares híbridos e prejudicaria o aumento da população de primatas..
mico-leão (Foto: G1)
“Além disso, pode haver uma competição de território entre eles, podendo até ocorrer a expulsão de uma das espécies”, afirma.
O mico-leão-dourado é endêmico do litoral do Rio de Janeiro (ou seja, vive somente nessa região), com uma população de 1.600 animais (em 1960, eram apenas 300), segundo levantamento feito por biólogos.
Invasão
A especialista da Ufes afirma que a presença de espécimes de mico-leão-da-cara-dourada foi detectada há dez anos. Desde então, houve aumento da população na região.
“Ficamos sabendo que havia uma criação irregular. Quando o proprietário morreu, a família teria soltado os animais, que se espalharam pela região da Serra da Tiririca e do Parque Municipal Darcy Ribeiro”, diz Cecília.
Outro fator prejudicial é que estes micos invadem as casas e são alimentados pelas pessoas.
“Eles (macacos) podem ficar doentes e morrer rapidamente. Assim que os animais foram capturados, ficarão em quarentena”, afirma. “Os moradores não podem ficar bravos com o que vamos fazer, já que é para o bem dos primatas”, complementa.
Assim que os 106 animais forem capturados, serão encaminhados para uma reserva florestal de Belmonte, na Bahia. Lá, serão monitorados por seis meses, com o objetivo de analisar sua adaptação. 
A operação é organizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro e apoiada pela Fundação Boticário.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Moral mesmo


É quando sua mãe compra Kaiser no Natal, só pra te agradar!!!

Sou o melhor namorado do mundo

EVER

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Lições da antiga Europa


Por Marcos de Barros Lisboa | Para o Valor, de São Paulo
Em 1688, o bispo de Londres e seis pares da Inglaterra, afirmando escrever por 19 de cada 20 pessoas do reino, enviaram uma carta ao príncipe William, da Holanda, declarando seu apoio à invasão da Inglaterra contra o reinado de James II. Após a fuga do rei, foi aprovado um ato do Parlamento delimitando os poderes e a coroação de William e sua mulher, Mary, filha de James II; a novidade de uma monarquia com dois regentes e de um acordo com princípios e restrições para a assunção ao trono.

A Revolução Gloriosa foi elogiada por conservadores, como Edmund Burke, pelo resgate das tradições, e criticada por Karl Marx, como um golpe orquestrado pelos interesses do Parlamento. O termo revolução foi adotado pela analogia com o movimento dos planetas; deslocamento, porém com retorno à posição original. Um século depois, sua utilização para definir a queda da monarquia francesa foi criticada por Burke pela deturpação do sentido original. Ao fim, aceitou o novo significado, ainda que não o evento, caracterizado pela ruptura da ordem social. Sua crítica, entretanto, não significa a defesa intransigente do passado. As regras institucionais, segundo Burke, devem prever a possibilidade de mudanças; caso contrário, são incapazes de garantir a própria preservação.

A revolução, que afirma resgatar antigas tradições, revelou-se duradoura e parte do processo de modernização da Inglaterra, ao contrário de movimentos que se declaram revolucionários e terminam por confirmar a velha ordem. Douglass North e Barry Weingast, assim como historiadores recentes como Steven Pincus, atribuem papel crucial aos eventos de 1688, ainda que por razões distintas. Outros delimitam antes o começo das transformações. Existem menos controvérsias, porém, sobre a profundidade das reformas que se iniciam no século XVII, e das quais resultam a moderna economia de mercado e o Estado de direito.

A análise sobre as regras e os mecanismos para a adequada intervenção pública não deve ficar restrita à oposição entre setor público e mercado


A transformação institucional da Inglaterra consolidou a independência do Judiciário, o papel do Parlamento na formulação de políticas e na autorização para criação de impostos. Foram adotados novos procedimentos, incluindo a criação do Banco da Inglaterra, permitindo a expansão da dívida pública, que passou a ser paga regularmente.


A previsibilidade das regras (até mesmo para alteração das próprias regras), a garantia da execução dos contratos, os incentivos ao desenvolvimento dos negócios e as restrições às decisões discricionárias do Executivo foram fundamentais para a expansão econômica da Inglaterra.

O desenvolvimento do mercado de crédito viabilizou o crescimento da produção e do comércio. Companhias foram formadas, expandindo a renda e o emprego. A moda, à época, eram os cafés, onde muitos negócios acabavam por ocorrer, e uma das principais atividades era o comércio marítimo. E um novo instrumento: pagamento por navio; em caso de naufrágio, a indenização pelo perdido. O Café de Lloyd acabou por originar tantos contratos para embarcações que nomeou o mercado inglês de seguros.

O processo progressivo de reformas iniciou a moderna economia de mercado, assim como suas crises eventuais, como o estouro da bolha em 1720 dos títulos da Companhia das Ilhas dos Mares do Sul.

Porto de Santos: reformas no setor portuário podem favorecer a redução dos custos dos serviços e implicar ganhos de produtividade para os demais setores


As reformas institucionais inglesas sistematizam a melhor conjectura disponível para as perguntas formuladas pelo contemporâneo de Burke, Adam Smith: por que alguns países são mais ricos do que outros? Por que a renda cresce de forma desigual entre as nações? Até o fim do século passado, havia poucas respostas para além do relato de histórias específicas. Fatores aparentemente bem-sucedidos em alguns casos fracassavam em outros, melhor revelando os preconceitos de quem os relatava do que respondendo às perguntas de Smith.
Nas últimas duas décadas, surgiram bases de dados bastante completas, com informações desde meados do século XX sobre uma centena de países, que permitiram uma nova abordagem: usar a estatística para testar conjecturas e fatores correlacionados com o desenvolvimento dos países; tratar as políticas para o crescimento econômico como tratamos a saúde de nossos filhos, escolhendo os melhores procedimentos conhecidos, ainda que se saiba que seu sucesso ocorreu na maioria dos casos, mas não em todos. Melhor, portanto, do que as demais opções, ainda que, no futuro, novas evidências possam indicar outros caminhos.

Os testes sobre as causas do desenvolvimento dos países indicam as instituições como a melhor resposta à pergunta de Smith. Maior garantia dos direitos de propriedade dos credores aumenta o prazo médio dos empréstimos e reduz a taxa de juros. Boas regras para o mercado de capitais, agilidade do Judiciário e dos processos de resolução de conflitos, eficiência no processo de transformação da poupança em investimento e a existência de cadastro de crédito; todos esses fatores estão associados ao desenvolvimento dos países.

À medida que as restrições à gestão do investimento em infraestrutura forem superadas, poderemos aumentar a produtividade e induzir maior crescimento


Boas reformas institucionais resultam em ganhos de produtividade para o setor privado em decorrência dos menores custos de empreender, da menor insegurança jurídica na execução dos contratos ou da melhora dos instrumentos de crédito. O aumento de produtividade estimula um ciclo de crescimento econômico, resultando em maior renda por habitante.

Ainda que o desenho das instituições seja a melhor explicação disponível para a diferença de renda entre os países, sua forma deve ser adequada aos sistemas jurídicos e às características de cada país. Os princípios da lei de falências são similares quando bem-sucedida; no entanto, sua forma jurídica varia significativamente, até mesmo em países assemelhados como Inglaterra e Estados Unidos.

As estruturas, os mecanismos e incentivos que definem a interação das pessoas e dos grupos induzem ações que devem ser consistentes com a expectativa sobre como os demais se comportarão. Dirigir pela via principal em dias de congestionamento deve estar associado a algum tipo de sanção para os que trafegam pelo acostamento, nem que seja a recriminação pelos pares.

A análise das instituições permite uma abordagem mais cuidadosa sobre o papel do setor público na economia. Não há mercado eficiente sem Estado que garanta o cumprimento dos contratos e das regras acordadas. Em contrapartida, a iniciativa privada tem sido fundamental para a melhoria da qualidade de vida, incluindo a geração de renda e o desenvolvimento de novas tecnologias.

Na maioria dos casos, os mercados funcionam adequadamente com mecanismos que garantam o cumprimento dos contratos. Em outros, porém, regras adicionais são necessárias. Monopólios naturais, ou setores em que a competição é restrita por fatores estruturais, podem necessitar de regulação específica. A atuação pública, no entanto, deve ser cuidadosa, pois pode haver impactos inesperados, agravando, em vez de minorar, as falhas de mercado. São frequentes as políticas públicas com efeito inverso ao pretendido, que desejam fazer o bem e terminam por fazer o mal. Por isso, a necessidade de regras para a mudança, progressiva e cuidadosa, de compreender a origem das distorções e dos seus impactos. A complexidade das relações de mercado requer o cuidado que se utiliza ao experimentar um novo medicamento para combater uma doença.

O significativo aumento do custo da energia nas últimas décadas decorre da dificuldade em executar os projetos para a produção de energia barata e limpa


A análise sobre as regras e os mecanismos para a adequada intervenção pública não deve ficar restrita à oposição entre setor público e mercado. Há exemplos bem-sucedidos no provimento público de serviços de saúde, assim como malsucedidos. E há o mesmo contraponto quando os serviços são privados. Há países onde o privilégio de possuir recursos naturais administrados pelo setor público, como o petróleo, não resulta em benefício para a população. E há o caso bem-sucedido da Noruega. A forma da intervenção, os mecanismos de incentivo e controle, o detalhe, enfim, de como o processo é conduzido, parecem determinantes para o resultado.

O Brasil, nas últimas duas décadas, iniciou um longo processo de reformas institucionais, depois da conquista da estabilidade macroeconômica: a Lei de Responsabilidade Fiscal, criação e aperfeiçoamento dos instrumentos de crédito, melhora da eficácia da política social e dos mecanismos de mediação de conflitos. A maior agilidade na recuperação das garantias significaram menores custos para a intermediação financeira e, com a nova lei de recuperação de empresas, a queda quase à metade dos pedidos de falências em simultâneo a melhores condições para os empréstimos.

O crédito consignado reduziu as taxas de juros, expandiu o financiamento do consumo, além de ter aumentado a probabilidade de um indivíduo beneficiado ser empreendedor e contratar mais de um trabalhador. A alienação fiduciária reduziu a taxa de juros e ampliou o crédito. O financiamento privado de imóveis e do agronegócio expandiu-se desde as mudanças institucionais na década passada. A expansão do mercado de crédito permitiu o crescimento da produção, do investimento e da renda, inclusive nas regiões mais pobres, como o Nordeste.
Os entraves ao investimento em infraestrutura têm dominado os debates recentes sobre crescimento no Brasil. O significativo aumento do custo da energia nas últimas décadas decorre da dificuldade em executar os projetos para a produção de energia barata e limpa, como as hidrelétricas, sendo às vezes mais fácil a produção por métodos mais poluentes. Todos pagam pelos investimentos não realizados. Muitas vezes, o país termina por fazer escolhas ambientalmente equivocadas pela inviabilidade de executar com agilidade a decisão mais adequada.

A inexistência de processos claros para a decisão de investimento, do controle do processo e do ressarcimento das partes atingidas onera o custo social da infraestrutura, reduz sua expansão e aumenta o preço para o provimento de serviços essenciais. A ausência de marco regulatório adequado dificulta a eficiência do processo de autorização para os empreendimentos. Não estão bem definidos, em muitos casos, os requisitos necessários, os órgãos públicos responsáveis pela autorização e controle nem sua alçada ou os casos específicos em que devem atuar.

O setor de telecomunicações é um exemplo inverso. A boa definição das regras, alçadas e controles adequadamente delimitados permitiram a sua expansão, assim como o acesso da população a seus produtos e serviços, com custos bem menores do que há duas décadas.

Existem avanços similares a ser feitos em outros setores de infraestrutura, como transportes, portos e energia. Na medida em que esses avanços ocorram, novos investimentos podem ser realizados de forma mais eficiente. A redução dos custos desses serviços significa ganhos de produtividade para os demais setores da economia e, portanto, incentivo ao investimento e ao desenvolvimento econômico.

A revolução institucional inglesa foi profunda porque progressiva e cuidadosa. As reformas procuraram garantir o alinhamento dos incentivos privados aos benefícios sociais, atenta aos efeitos inesperados da intervenção pública, que, se tecnicamente equivocada, acaba por gerar efeitos inversos aos pretendidos.

Reformas similares, se realizadas com cuidado e atenção aos procedimentos e à técnica, podem permitir ao Brasil um novo ciclo de expansão, ajustado ao difícil momento da economia internacional. A grave crise, desta vez, está lá fora. Infelizmente, parecem se confirmar as previsões de que será profunda, reduzindo a expectativa de crescimento da economia mundial.

As reformas institucionais das últimas duas décadas permitiram o bom ciclo de crescimento recente do Brasil, em boa medida decorrente de razões domésticas, como, por exemplo, a expansão do crédito. Além disso, a melhoria dos fundamentos econômicos e institucionais amortece as consequências negativas da crise externa. À medida que as restrições existentes à gestão eficiente do investimento em infraestrutura forem superadas, poderemos aumentar a produtividade dos demais setores, induzindo um maior crescimento econômico. Cabe-nos fazer o melhor possível para fortalecer nossa economia e superar os entraves que são nossos apenas.

Marcos de Barros Lisboa é economista e trabalha no Itaú Unibanco

Greve dos servidores e dívida do Estado desgastam imagem de Anastasia


Por Marcos de Moura e Souza | Valor
BELO HORIZONTE - Quando elegeram o professor de Direito Antonio Anastasia (PSDB) governador de Minas Gerais no ano passado, os mineiros não esperavam grandes mudanças. Ele já havia sido secretário de governo no primeiro mandato de Aécio Neves (PSDB) e, no segundo, vice-governador. Discreto, inteligente e dono de uma imagem mais acadêmica e administrativa do que a de articulador político, Anastasia faria, na cabeça de boa parte da população, um governo de continuidade, focado em resultados e eficiência e sem maiores sobressaltos. Seu primeiro ano de mandato, no entanto, rendeu a muitos eleitores algumas surpresas incômodas.
Eles assistiram a uma longa e desgastante greve dos servidores da educação que arrastou o governo do Estado para um embate que custou 112 dias para ser equacionada. Para alguns analistas, o episódio revelou uma dose de ineficiência do novo governo em dialogar – apesar da cancha que Anastasia já havia adquirido em quase uma década no Executivo.
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Outra surpresa para muita gente (e essa com reflexos mais complicados) foi com relação às contas do Estado. A dívida com a União passou a ser tratada como motivo de preocupação urgente e como um sério risco às contas públicas. Era uma novidade desagradável para quem mal tinha ouvido falar do assunto durante o governo Aécio.
Um estudo realizado este ano pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou que para honrar a dívida de R$ 57 bilhões que tem com a União até o prazo de 2038, Minas teria de reservar 16,8% da receita líquida real. Hoje, o governo usa 13% dessa receita. O percentual, o máximo segundo a regra em vigor, é insuficiente para que a conta seja paga no prazo.
“Um aumento significaria sacrifícios de algumas políticas e de alguns investimentos porque o Estado teria de reservar uma fatia maior do Orçamento”, diz o economista Fabrício Augusto de Oliveira, consultor do governo federal e organismos internacionais e que participou do estudo do TCE. “A questão da dívida surgiu como uma surpresa para muita gente e uma das razões de ela ter passado a ser discutida mais abertamente foi o estudo feito pelo tribunal”, diz Oliveira. “O governo anterior nunca pareceu se preocupar muito com essa questão. E o saneamento da dívida deveria ter estado no coração do chamado choque de gestão.”
Minas deve fechar o ano com uma arrecadação acima dos R$ 32 bilhões registrados no ano passado e com uma relação das despesas com o funcionalismo abaixo do nível prudencial. E embora a dívida supere em muito a receita, a relação está ainda um pouco abaixo do limite permitido. Mesmo assim o Estado teve de apertar o cinto este ano. Adiou, por exemplo, para o início de 2012 o pagamento do que chama de prêmio de produtividade aos servidores. Além de adiado, o pagamento será feito em duas vezes.
Tudo isso contribuiu para desgastar a imagem do governador, segundo analistas ouvidos pela reportagem -- embora nenhuma pesquisa sobre sua aprovação tenha sido divulgada. Eleito com 62,7% dos votos válidos, Anastasia não poderá tentar a reeleição em 2014 porque no início de 2010, meses antes das eleições, assumiu o comando do Estado quando Aécio deixou o posto para disputar uma vaga no Senado.
“Anastasia assumiu como continuidade do governo Aécio e sabia-se qual seria o seu modelo de gestão: um perfil técnico e marcado pela propaganda da eficiência”, diz Carlos Ranulfo, professor de Ciências Políticas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Neste primeiro ano, não fez nada de novo. Houve muita propaganda e ele foi ajudado ainda pelo tratamento conferido ao governo pela imprensa local que dá muito pouco espaço para o contraditório.”
O tucano governa com folgada maioria na Assembleia. Mesmo assim, segundo o líder do PT da Casa, o deputado estadual, Pompílio Canavez, a relação com o Legislativo não foi das melhores. “Foi um ano de baixa produtividade do Legislativo porque muitos dos temas que nós poderíamos ter apreciado, como modificações na administração do Estado, o governador resolveu por meio de leis delegadas [pelas quais o Executivo legisla].” O líder tucano, o deputado Luiz Humberto, rebate assim: “Nunca vimos uma oposição tão ferrenha e que está antecipando a eleição de 2014. E ao mesmo tempo, o governo nunca esteve tão presente na Casa, por meio de secretários que vieram discutir projetos fundamentais”.
No primeiro semestre, o bloco de oposição que era formado pelo PT, PMDB, PRB e PCdoB ainda conseguia impor algum trabalho à bancada governista. Mas em agosto, o PMDB foi para o lado dos ‘independentes’, deixando Anastasia com a mesma tranquilidade legislativa da qual desfrutou Aécio.
Nos corredores do Palácio Tiradentes, sede do Executivo, no entanto, a atmosfera este ano não foi tão calma, segundo sociólogo e analista político Rudá Ricci. “Houve uma troca de guarda no alto escalão e alguns nomes que tinham muita influência no governo Aécio caíram na estrutura de poder”, diz Ricci. Uma das afetadas pela suposta perda de prestígio interno teria sido Andrea Neves, irmã e braço de direito de Aécio durante seus mandatos. “Essas trocas desacomodaram muita gente e isso abriu guerras, brigas internas”, diz Ricci. Os rumores neste fim de ano de uma reforma iminente no secretariado estariam levando agitação extra à equipe.
Além de tourear acomodações, Anastasia que não é exatamente conhecido por uma habilidade na arte da política, teve pela frente um ano de ajuste nas contas e de incertezas na economia. Alguns analistas dizem que ele acabou fechando seu primeiro ano com pouca exposição pública (muito menos do que Aécio tinha) e sem uma grande marca de governo.
Seu plano de governo anunciado durante a campanha apresentava sete grandes áreas de ação. Muitas, como é praxe, genéricas. Sobre a primeira área, a gestão, o então candidato prometia, entre outras medidas, “planejamento regional e política de valorização dos servidores públicos”; na saúde, “melhoria da qualidade do atendimento básico à saúde e fortalecimento de hospitais regionais”; na educação, ampliação do ensino profissional e das escolas de tempo integral; na área de infraestrutura, a prioridade era asfaltar 7,6 mil km de estradas; na segurança, “a meta é a consolidação do modelo de gestão integrada das Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros”. O programa ainda tinha propostas para o desenvolvimento sustentável e para fortalecer o que chamou de identidade mineira.
Opositores e governistas se digladiam quando avaliam o andamento das propostas. Para os primeiros, tudo vai em marcha muito lenta; para os outros, as coisas avançam apesar do ano de desaceleração da economia.
No terceiro trimestre, a economia mineira cresceu apenas 0,3% em relação ao mesmo período de 2010. Segundo projeções da federação das indústrias do Estado, Minas fechará o ano com um crescimento de 2,6% e em 2012, de 2,8%.
(Marcos de Moura e Souza | Valor)

Documentário abre debate ao mostrar gêmeas sexagenárias prostitutas na Holanda


'Meet the Fokkens' conta história de irmãs que fizeram história vendendo o corpo em Amsterdã.

Da BBC
120 comentários
Um documentário sobre duas prostitutas sexagenárias exibido na Holanda abriu um debate sobre o sexo na terceira idade e a dura realidade da profissão.
O documentário 'Meet the Fokkens' ('Conheça as Fokkens', em tradução livre), um trocadilho sexual em inglês, conta a história das gêmeas Louise e Martine Fokkens, que há mais de 50 anos vendem o corpo no chamado distrito da luz vermelha, em Amsterdã.
Louise e Martine Fokkens trabalham no distrito da luz vermelha, em Amsterdã (Foto: Divulgação/'Meet the Fokkens'/Submarine Productions)Louise e Martine Fokkens trabalham no distrito da luz vermelha, em Amsterdã (Foto: Divulgação/'Meet the Fokkens'/Submarine Productions)
Em um caso de sucesso, elas conseguiram se tornar independentes dos cafetões e fundaram sua própria casa de prostituição. Além disso, criaram em caráter informal a primeira entidade profissional para prostitutas.
O filme, co-dirigido por Rob Schroder e Gabrielle Provaas, leva o espectador a partes de Amsterdã ligadas às memórias das irmãs.
Martina e Louise aparecem em cenas comprando vibradores como se faz a compra de supermercado, discutindo prós e contras de cada produto.
Nas palavras da organização do 24º Festival Internacional de Cinema de Amsterdã, onde foi exibida pela primeira vez, a obra está 'repleta de detalhes picantes sobre clientes às vezes inesperados, como um padre'.
As irmãs começaram a se prostituir ainda juvens (Foto: Divulgação/'Meet the Fokkens'/Submarine Productions)As irmãs começaram a se prostituir ainda jovens (Foto: Divulgação/'Meet the Fokkens'/Submarine Productions)
Polêmica
Por isso a estreia do filme não ocorreu sem polêmica. Alguns espectadores reclamaram que o filme idealiza e promove a prostituição ao dar espaço e voz para as irmãs.
Outros avaliaram que o bom humor de Louise e Martine é um exemplo de vida e perseverança para outras pessoas.
Apesar da atitude das irmãs, a própria participação delas no filme expõe uma dura realidade da prostituição. Para ambas, 'Meet the Fokkens' pode ser uma oportunidade de ganhar um trocado para o pé de meia.
Enquanto Louise deixou a profissão há dois anos, Martine continua vendendo o corpo.
'Ela precisa do dinheiro. Não dá para viver da pensão do Estado', diz Louise sobre a irmã.
Embora o mercado de documentários não seja particularmente lucrativo, as irmãs estão paralelamente escrevendo um livro de memórias que, esperam, vá contribuir com a poupança do futuro.

Polícia de Londres adverte contra 'golpe do abraço' no Réveillon


Esquema no qual já caíram mais de 160 pessoas envolve abraçar alguém e aproveitar para roubá-lo.

Da BBC
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'golpe do abraço'  (Foto: BBC)'Golpe do abraço' (Foto: BBC)
A polícia de Londres está advertindo para um golpe que envolve abraçar vítimas durante noitadas e aproveitar para roubá-las.
Mais de 160 pessoas na região central da capital britânica já caíram no esquema somente no ano passado.
As autoridades estão advertindo os londrinos e turistas a tomar precaução especial na temporada festiva, quando muitas pessoas se tornam presas fáceis dos golpistas, após terem ingerido quantidades generosas de bebidas alcoólicas.