quarta-feira, 29 de julho de 2015

O que os homens querem

IVAN MARTINS
29/07/2015 - 09h12 - Atualizado 29/07/2015 09h14

No interior de cada homem há dezenas de outros. Seu pai, seus irmãos, seus amigos, seus vizinhos. Há o tio que bebe, há o primo que bate, há o cara que seduz as mulheres.
Dentro de cada homem há o Homem de Ferro, Capitão Kirk, Don Draper, Rodrigo Cambará e Bentinho. Há também Jesus Cristo, Carlos Marighela e Lincoln.
E estes formam apenas a primeira fileira.
Mais atrás, espiando, estão todos os outros homens da idade dele, da cultura dele, do planeta dele, opinando, apontando, julgando.
Um homem nunca está sozinho. Traz com ele uma multidão de outros homens para dar palpite sobre o que é ser homem.
Por isso é tão difícil responder quando as mulheres perguntam o que os homens querem.
Eles não sabem exatamente. Passam a vida tateando no escuro, em busca de aprovação da assembleia dentro deles. Às vezes vão numa direção e logo avançam noutra, ziguezagueando em busca de consenso interior.

>> Outras colunas de Ivan Martins
De um lado está o prazer, que as vozes dentro dele prometem ser inesgotável. De outro, o impulso de amar e construir, manchado pelo medo de não ser capaz. Entre esses dois extremos transcorre a vida masculina.
Será tão diferente com as mulheres?
De qualquer forma, uma mulher que ame um homem deveria saber em que polo ele se encontra.
Se o sujeito passou dos 30 anos e ainda acha que a coisa mais importante da vida é ter uma mulher por semana, é um analfabeto afetivo.
Homem multidão (Foto: Ilustração: Cacao)
Um narcisista desse calibre pode ser um grande sedutor, mas tem tanta coisa a aprender que o resto da vida talvez não baste. Tende a ouvir para sempre o canto da sereia, dizendo que há alguém mais interessante na próxima esquina. Está no polo errado.
No polo certo há um monte de caras, naturalmente. Eles namoram, se juntam e casam todos os dias. Ou buscam pela parceira certa na multidão. Os homens também querem amar e ser felizes. Não há só narcisistas inconstantes pelas ruas. Se você tem essa impressão, talvez esteja olhando para o cara errado, ou para o grupo errado de caras. Isso existe. Às vezes, a gente se apaixona pelo impossível ou pelo próprio sofrimento.
Apenas uma minoria triste de homens quer apenas sexo e desdenha os sentimentos. Por ser gente muito jovem ou muito boba.
Talvez por ter alguma coisa quebrada dentro deles que não permita conectar-se aos outros. Não é natural. Quando se transa e se dorme de conchinha, a gente acorda comovido. Homens e mulheres. Pode não ser um grande amor, mas algo fica, algo nos toca, algo nos convoca a ser explorado.
Quem nunca se comove tem algo de errado. Melhor cair fora de fininho. Ok, pode bater a porta.
As mulheres imaginam, frequentemente, que a culpa por esse tipo de atitude masculina é toda delas. Acham que não são bonitas o suficiente, ou altas o suficiente, ou sensual o bastante para atrair o sujeito. Bobagem. Quando o cara tem a ansiedade de comer todas as mulheres do mundo, não há beleza que baste. Ou qualquer outro atributo. O desejo dele é cego e vê apenas a si mesmo. As mulheres, por belas que sejam, viram itens involuntários numa coleção. Desfilam pela vida dele e são mandadas embora.
A cabeça dos homens que gostam das mulheres não funciona com hierarquia de beleza ou de sedução. Ele é sensível à beleza da mulher de quem ele gosta. Tem tesão das pernas dela, acha ela sensual quando a vê na rua, não consegue tirar as mãos do corpo dela mesmo em público. Isso é estar apaixonado. De alguma forma ela o complementa. É um sentimento forte que não depende da beleza da mulher na outra calçada. Ponto.
O problema, se podemos chamar assim, é que mesmo o homem apaixonado precisa muito ser admirado - e as relações rotineiras muitas vezes não ajudam.
O sujeito olha para a cara da namorada e percebe tédio. Chega em casa e é recebido com familiar indiferença. Começa a sentir-se um bosta. Ele deveria ser maduro e discutir o assunto, mas não. Se ressente, tem dificuldade em conversar e as vozes ancestrais da masculinidade ficam dizendo que ele tem de cair fora. Então ele escapa e começa de novo, atrás daquele momento mágico da paixão em que todo mundo se sente o máximo.
Eis algo que nem sempre é levado em conta: os homens querem ser admirados da mesma forma que as mulheres gostam de sentir-se desejadas. Isso existe. Ao menos aqui e agora, ao menos no mundo como ele ainda é. O cara que mergulha feliz numa relação não deve ser tratado como parte da mobília. Ele quer ser o herói da mulher dele.

>> O amor acabou? Vire um fantasma
Estar com um cara sem desejá-lo ou admirá-lo, apenas por ter namorado ou companheiro, é um jeito certo de estragar a vida dos dois. Melhor se distrair com gente avulsa e esperar pelo cara certo. Uma hora aparece.
Quando entra em cena, o amor, com seu arsenal de arrebatamentos, silencia a turba interior masculina e dá à vida uma dimensão épica. Por algum tempo, homem e mulher se sentirão tomados um pelo outro. Os beijos serão longos e o sexo será como entre anjos obscenos. Feliz. Os compromissos se tornarão naturais.
(Se a pessoa que você deseja, homem ou mulher, nunca foi capaz de chegar a esse ponto com você, jogue os dados novamente e mova-se para outra casinha. Já perdeu tempo demais).
Quando o rompante da paixão termina, a liberdade tem de entrar em cena.
Ela assegura que a cada manhã homem e mulher podem partir, mas escolhem ficar. Por desejo. Por admiração. Por que sim. A liberdade destrói a caricatura do homem aprisionado pela mulher e pela família. Desmancha a fantasia de submissão e recoloca a vida em termos adultos. As vozes interiores masculinas são silenciadas.
A combinação de amor e liberdade faz as pessoas crescerem. Ensina homens e mulheres a gostar de si mesmos. Ela transforma meninos e meninas em adultos – e os adultos são capazes de pensar por si mesmos e inventar jeitos novos de ser, sem dar ouvido às vozes ancestrais.

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/07/o-que-os-homens-querem.html 

Eh tao bom ser chefe!

Da trabalho!

Mas eh legal fazer diferenca pra alguem!

#EstagsAmorEterno


terça-feira, 28 de julho de 2015

Penso, logo existo. Uma banana não pensa, logo uma banana não existe

Leonardo Sakamoto

É triste que pessoas formem opinião através de sofismas e falácias. Isso é resultado de falhas não apenas na educação formal, mas também da falta de vivência coletiva e do conhecimento do outro – coisas que não se aprendem no banco da escola.
Mas é assustador que sofismas e falácias sejam usadas nas tribunas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em Assembleias Legislativas e Câmaras dos Vereadores, como justificativa para aprovação de leis.
Vamos a alguns exemplos:
banana1

É impossível gerar filhos a partir de duas mulheres ou dois homens. Portanto, casais homossexuais são uma aberração.
Com 16 anos, jovens podem votar. Então, com 16 anos também podem ser punidos como adultos.
Os sem-teto ocupam imóveis que não são deles. Portanto, podem ocupar a casa onde moro a qualquer momento.
Não se ouvia muitas histórias de violência na época da ditadura. Logo a vida era mais segura naquela época.
Se índios usam celulares e computadores, que não coisas da cultura deles, logo já não são mais índios.
As mulheres recebem salários menores que os homens. Portanto, elas são menos competentes do que eles.
Eu não sou racista e ninguém que conheço é racista. Então, não existe racismo no Brasil.
Para enriquecer, é só trabalhar duro. Quem é pobre, é que não trabalha o suficiente.
Há corruptos no governo. E o governo é de esquerda [olha, não é não, mas prossigamos]. Logo, toda a esquerda é corrupta.
Há golpistas na oposição. E a oposição é de direita [também não é tão simples]. Logo, toda a direita é golpista.
Antes havia menos gays nas ruas. Agora os gays se beijam em público. Logo, gays se beijando em público fazem as pessoas virarem gays.
Ele trabalhou desde muito pequeno e se deu bem na vida. Logo, o trabalho infantil faz bem às crianças.
A polícia prende mais jovens negros. Logo, jovens negros são bandidos.
Quais desses pensamentos enlatados, de falsa relação de causa e consequência, você já comprou e revendeu? Não é uma crítica aonde se quer chegar, longe disso – que cada um tenha sua opinião. Mas ao caminho tortuoso que levou até lá…

Aviso para quem leva a vida muito a sério: o uso de Descartes foi uma piada. Já o uso da banana, não.

http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/07/28/penso-logo-existo-uma-banana-nao-pensa-logo-uma-banana-nao-existe/ 

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Os limites dos economistas

HELIO GUROVITZ
26/07/2015 - 10h00 - Atualizado 26/07/2015 10h54

Economistas costumam ter obsessão pelo crescimento. A divisão entre aqueles à direita e à esquerda se pauta apenas pela melhor forma de atingi-lo. Para uns, o Estado deve se envolver não só para disciplinar o mercado, mas exercer o papel central na geração de riqueza. Para outros, cabe ao mercado a posição de protagonista, e só investimentos privados, livres das amarras impostas pelos governos, garantem a fortuna de empresas e países. Desenvolvimentistas, defensores da intervenção estatal, na certa criticarão o ajuste promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nas contas do governo. Liberais, paladinos do livre mercado, o verão como insuficiente e criticarão a redução da meta fiscal anunciada na semana passada. Mas ambos justificam suas posições com base no mesmo objetivo: o crescimento da economia. E se estivessem errados? E se crescer – rápido e a todo custo – não devesse ser a razão primordial de qualquer política econômica? Essa questão provocativa vem sendo formulada há algum tempo por um dos mais preparados e bem-sucedidos economistas brasileiros, André Lara Resende. Ele a expõe de diferentes formas em boa parte de seus ensaios publicados na imprensa ou em artigos acadêmicos, reunidos no livro Os limites do possível.

Como economista, o jovem Lara Resende especializou-se no estudo da inflação. Depois de voltar de seu doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em 1979, passou pela academia, pelo mercado financeiro e pelo governo. É conhecido como um dos artífices do único plano de estabilização econômica que deu certo na série de iniciativas fracassadas ao longo dos anos 1980 e 1990, o Plano Real. Suas ideias estão muito distantes da ingenuidade idílica ou do cinismo crônico, responsáveis pelo nível sofrível do debate econômico no Brasil. Lara Resende é aquele personagem que nos faz tanta falta na cena pública: um intelectual de primeiro time. Alguém que leu, estudou, viveu, conquistou dinheiro, poder – e nem por isso julga ter resposta para tudo ou ser dono da verdade. Não há, em seus textos, nenhuma fímbria das ideias pedestres que estamos acostumados a ler em artigos sobre economia nos jornais ou na internet. Mais que isso, Lara Resende é letrado, escreve em português claro, tem um raciocínio cristalino e quase sempre compreensível ao leigo. Quando recorre à teoria ou aos termos do economês, tem a sensatez de pedir desculpas e de explicar por quê. Só isso já faz de seu livro uma exceção.
 
LIVRO DA SEMANA | Os limites  do possível André Lara Resende  Portfolio-Penguin 2013 288 páginas R$ 50 (Foto: Divulgação)
O principal, claro, são suas ideias. Duas questões, diz ele, desafiam os economistas contemporâneos. A primeira é a desigualdade. Seus artigos chamam a atenção para o limite de um modelo econômico baseado apenas no crescimento, que amplia a distância entre quem tem e quem não tem. Lara Resende argumenta que ter mais renda não significa ter necessariamente uma vida melhor. Mas não faz uma crítica ingênua, muito menos marxista. “Uma coisa é defender a redução da desigualdade em nome de um ideal de justiça social ou de empatia com os menos favorecidos, outra é defendê-la com base na evidência empírica de que ela reduz o bem-estar não apenas dos mais pobres, mas de todos, inclusive os ricos”, escreve no primeiro ensaio, publicado em 2011, bem antes da histeria em torno do francês Thomas Piketty.

A segunda questão são os limites físicos do planeta Terra. Lara Resende considera abundantes as evidências de que é impossível manter o ritmo de crescimento do século XX, simplesmente por causa do esgotamento dos recursos naturais e do custo oculto da poluição, expresso nas mudanças climáticas. Esse custo, diz, não é incorporado aos preços, pois o meio ambiente é um caso que os economistas chamam de “falha de mercado”. Seria razoável, para ele, estabelecer freios ao crescimento, de modo a disciplinar o uso dos recursos finitos. “Todos perdem numa sociedade materialmente ambiciosa, especialmente as gerações futuras”, escreve.

Com erudição sofisticada, Lara Resende tenta conciliar seu tom “neoesquerdista” à defesa do capitalismo e do livre mercado. Não faz uma defesa bocó da pobreza igualitária ou da vida bucólica. Sua limitação é de outra ordem. Muito embora reconheça que a tecnologia possa mitigar alguns problemas, ele no fundo não acredita na inovação. Duvida do alcance da revolução digital ou do efeito que ela ainda poderá ter na produtividade, no nosso modo de vida ou no meio ambiente. Cita, para defender seu ponto de vista, estudos do economista americano Robert Gordon, especialista em produtividade. A verdade é que ninguém ainda decifrou direito o efeito da revolução digital na economia. Pode ser que Lara Resende tenha razão. Ou não. Em 2003, quando entrevistei Gordon, ele me disse uma frase que tem pouco de original, mas muito de sábio: “Qualquer jovem de 18 anos sabe mais sobre computadores que seus pais”. 

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/helio-gurovitz/noticia/2015/07/os-limites-dos-economistas.html 

Como eu me sinto quando

…toca uma música da Valesca…

Com meus pais junto:
Na balada:

http://comoeumesintoquando.tumblr.com/post/31872143514/toca-uma-musica-da-valesca 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Até eu fico arrepiado!

Mercosul busca um norte, e também um oeste

 / 

Protegidos pelas paredes duras do Palácio do Itamaraty, e pela falta de entusiasmo da mídia corporativa com o evento, os presidentes protagonizaram mais uma Cúpula do Mercosul, onde Dilma pode presidir uma reunião sem sofrer as afrontas que ela se acostumou a receber no Brasil, por parte do Poder Legislativo e da imprensa, onde Evo Morales é convidado de honra, e não visto como um exótico presidente de um país insignificante, onde Cristina Kirchner é aplaudida de pé por seus colegas, em sua última participação, com o paraguaio Horacio Cartes se calando, constrangido, cada vez que Dilma e Nicolás Maduro reclamaram dos perigos de um novo golpe de Estado institucional na região.
Situações que dão a falsa impressão de que o Mercosul é um dos últimos refúgios dos líderes progressistas da região, uma instância onde eles podem dizer o que gostariam de dizer sempre, se o ambiente político do continente e as circunstâncias econômicas mundiais permitissem navegar em águas menos conturbadas, sem os questionamentos dos partidos da mídia e das forças de oposição cada vez mais raivosas.
O evento em si dá a oportunidade de que as frases e os gestos sejam bonitos, mas não efetivos. A proposta de inclusão da Bolívia é um grande passo para uma área que somente há poucos anos entendeu que não pode estar restrito ao Cone Sul se quiser ter maior relevância. Na década passada, porém, a absorção dos demais países do continente ficou restrita ao espaço de observadores, seja por falta de interesse dos mesmos em se envolver mais – como nos casos de Chile e Colômbia – ou porque os mecanismos para a adesão de novos participantes são mais burocráticos, por exemplo, que no caso da Aliança do Pacífico.
Maduro já avisou Morales que a demora para a aprovar a adesão da Bolívia será longa. (foto: AFP)
Maduro já avisou Morales que a demora para a aprovar a adesão da Bolívia será longa. (foto: AFP)
O Mercosul foi criado nos Anos 90, impulsado por um dos presidentes que simbolizou a avançada neoliberal e o sucateamento estatal no Cone Sul, o argentino Carlos Menem (1989-1999). Logo, também foi desenhado com um protocolo que visa evitar que grandes mudanças aconteçam de forma mais ágil. Por isso, o processo de inclusão de novos membros é extremamente lento, ainda mais quando se trata de uma Bolívia, como foi no caso da Venezuela, que demorou quase dez anos em conseguir a aprovação no Congresso do Brasil e do Paraguai – sempre os mais resistentes, tanto que são os únicos que ainda não aprovaram definitivamente a adesão boliviana.
Resistência essa pautada pela mídia conservadora, que exige a devida burocracia para as mudanças no Mercosul enquanto aplaude a Aliança do Pacífico por sua capacidade de tomar e implantar decisões rapidamente – como no processo de adesão da Costa Rica como membro pleno e do Panamá como observador.
A falta de maior integração com o continente deveria ser o principal objetivo, fortalecendo as relações comerciais dentro da região e as iniciativas como o Banco do Sul. Nesse sentido, o debate de uma saída ao mar para a Bolívia – tema mais adequado aos espaços políticos, como a Unasul –, que afugentou um Chile disposto a se aproximar mais do bloco, segundo vinha insinuando sua presidenta Michelle Bachelet, pode ter sido um passo para trás.
Cristina e Dilma tentam apontar um rumo novo. O paraguaio Cartes olha e ri. (foto: AFP)
Cristina e Dilma tentam apontar um rumo novo. O paraguaio Cartes olha e ri. (foto: AFP)
De qualquer forma, é difícil pensar no fortalecer o Mercosul quando os três países mais economicamente relevantes do bloco (Brasil, Argentina e Venezuela) enfrentam crises políticas internas com efeitos na economia.
O Mercosul precisa, primeiro, que esse eixo recupere certa estabilidade, que seus governos parem de somente reagir às agendas das oposições e tomem medidas, tanto para resolver seus problemas internos quanto para ter a tranquilidade necessária para dedicar algo de atenção aos desafios do bloco.
Depois, é preciso ampliar os horizontes. O Brasil começou, no governo de Lula da Silva, a diversificar suas relações diplomáticas, visando diversificar também suas relações comerciais. Porém, essa postura surgiu quando havia – e ainda há – obstáculos geográficos para uma política externa e um mercado que não tenham olhos somente para os Estados Unidos e a Europa. O mesmo acontece com Argentina e Venezuela, que incrementaram sua relação comercial com a China, mas continuam de costas para o Oceano Pacífico.
O Mercosul precisa de um novo norte, e esse norte pode ser o sul, como diz o lema do organismo, mas tem que ser um sul mais amplo, um sul com oeste e não só com leste, como o atual. Também precisa de uma liderança regional capaz de apostar e trabalhar por ele.

http://redelatinamerica.cartacapital.com.br/mercosul-busca-um-norte-e-tambem-um-oeste-2/

terça-feira, 21 de julho de 2015

Artistas antecipam músicas gravadas em parceria com Cristiano Araújo

Felipe Branco Cruz
Do UOL, em São Paulo 21/07/201506h00

Após a morte de Cristiano Araújo, em 24 de junho, diversos artistas decidiram antecipar a divulgação de músicas gravadas em parceria com o cantor, que vão desde participações especiais em DVDs até faixas inéditas.
Só em vídeo, três participações do sertanejo já foram lançadas. Uma delas, na faixa "O Amor Sorrindo pra Gente", da cantora Janaynna (assista aqui). Araújo ainda esteve na gravação dos DVDs de Maiara & Maraísa, com quem canta "Se Olha no Espelho" (assista aqui), e Gabriel Diniz, interpretando "Amor de Copo" (assista aqui). Fora isso, gravou as faixas "Te Quero Tanto", com Mel Lima (ouça aqui), e "Teus Olhos", com a dupla Lucas & Roger (ouça aqui).
 
Recentemente, foi divulgada também a canção "Confesso", com o grupo de axé Babado Novo (assista aqui), que já estava programada para ser lançada poucos dias depois da morte do artista. Araújo ainda deixou uma última participação em um DVD do colega Israel Novaes, ainda não lançado, na qual canta com ele "Coração Indisponível" (assista aqui), em um show gravado em Brasília.
 
Homenagens póstumas
 
Cristiano Araújo também ganhou duas homenagens póstumas. Uma delas veio de Gabriel Gava, que compôs no mesmo dia do acidente a música "Amo Até no Céu" (ouça aqui), gravada com a participação de Gusttavo Lima, Lucas Lucco e Israel Novaes. Já a outra foi "Ninguém Vai Esquecer", gravada por Gabriel Willie, Dan Lellis e Fernando Maia.
 
No YouTube, algumas dessas músicas já tiveram mais de 1 milhão de acessos desde a morte do artista. É o caso de "Se Olha no Espelho", de Maiara & Maraísa, com 1,1 milhão de views, Já "Confesso", com Babado Novo, teve 1,2 milhão de visualizações, e a homenagem póstuma "Amo Até no Ceú", 1 milhão.
 
A maioria dessas canções não seria lançada agora. Os artistas, porém, decidiram antecipar a divulgação como homenagem ao colega. Maiara e Maraísa, por exemplo, teriam como música de trabalho outra faixa, com a participação de Jorge & Mateus. A dupla, no entanto, decidiu mudar após a morte de Cristiano.
 
Independentemente da data de lançamento das faixas, é possível notar pela quantidade de músicas gravadas que Cristiano Araújo ainda tinha muito material inédito. Prova de que o músico sempre aceitou os convites para cantar com outros artistas.


http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2015/07/21/cantores-lancam-cancoes-em-que-cristiano-araujo-fez-participacao-especial.htm

sexta-feira, 17 de julho de 2015

E, numa certa manhã, Dilma não parecia Dilma

Leonardo Sakamoto


O mordomo do Palácio da Alvorada, acostumado ao humor peculiar da mandatária da República, surpreendeu-se com a pessoa amável que lhe deu um bom dia radiante e um abraço apertado logo pela manhã. Dilma não parecia Dilma.
“A chefe não está bem'', pensou. A preocupação cresceu quando ela deixou de fazer a costumeira ligação do chora-ministro logo cedo – e foi às tampas quando, pessoalmente, agradeceu à cozinheira pela gemada.
Chegando ao Planalto, trancou-se em seu gabinete, solicitou “O Glorioso Retorno De Quem Nunca Esteve Aqui'', do Emicida, “Sobrevivendo no Inferno'', dos Racionais, e – é claro – o Acústico MTV, do Paulinho da Viola, exigindo não ser interrompida em hipótese alguma.
Dizem que a única pessoa que recebeu foi Francisco, que saiu de lá bem animado.
Ao final do dia, e sem explicar a ninguém, convocou uma coletiva à imprensa para apresentar o que ela chamou de seu “derradeiro PowerPoint''.
Em uma calma nunca antes vista na história deste país e sem gaguejar ou falar de cachorros, crianças e figuras ocultas, explicou que os planos haviam mudado. E que a Carta ao Povo Brasileiro, divulgada por Lula para tranquilizar o mercado nas eleições de 2002, estava, agora, na reciclagem.
Sabendo que seu mandato poderia não durar muito mais, informou que Joaquim Levy estava demitido e seria instaurada imediatamente uma auditoria da dívida pública brasileira.
Frente ao rosto incrédulo dos presentes, declarou que terras indígenas e quilombolas pendentes seriam demarcadas imediatamente, uma reforma agrária estrutural (e não o arremedo feito até aqui) seria realizada pra ontem e um decreto destinara, para a moradia popular, todos imóveis mantidos vazios nas grandes cidades pela especulação imobiliária.
Enquanto alguns ministros que assistiam a cerimônia passavam por um infarto agudo do miocárdio e outros emitiam gemidos que mostravam que estavam quase-lá, ela afirmou que já haviam sido enviadas para o Diário Oficial medidas provisórias para implementação de taxação de grandes fortunas e sobre grandes heranças e uma reforma política radical para incentivar a participação social e a democracia direta. Além do mais, havia ordenado a revisão de todos os contratos ilegais de concessão de rádios e TVs.
Por fim, distribuiu cópias de dossiês para a imprensa com provas de corrupção envolvendo os partidos da base aliada, incluindo PT e PMDB e suas lideranças, e os partidos de oposição, como o PSDB e o DEM. Não poupou nem a direção do Congresso Nacional, do Judiciário e das Forças Armadas. Arrematou tudo com uma longa lista de todos os empresários doadores de campanha que se beneficiaram indevidamente do governo federal desde a redemocratização.
Os jornalistas, catatônicos, não fizeram uma única pergunta. Os ministros apenas observavam, de longe, com cara de espanto. As autoridades convidadas desapareceram – de Brasília. A única manifestação veio de Maria, antiga copeira do Planalto. num comentário sincero que ecoou pelo salão: “Afe! Agora, danou-se tudo''.
Dilma deu tchau, pegou sua bicicleta e voltou pedalando para o Alvorada.
O mordomo, que – incrédulo – acompanhara tudo pela TV, perguntou a ela se estava tudo bem.
– Olha, Antônio, não sei, viu… Sabe aqueles dias em que você acorda e sente que é outra pessoa?
– Não sei, não, senhora.
– Deixa pra lá. Tem como fazer mais daquela gemada?

http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/07/15/e-numa-certa-manha-dilma-nao-parecia-dilma/ 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dilema...

Na verdade, adoro essa palavra.



E além disso ela me lembra essa música #Lenda #TopMTV2004









O dilema, na verdade, é que serei tio. Lorena e Luis terão um filho!!! 5 meses...



O dilema é a alegria por eles (e com certeza da gente que vai ser babão) mas a tristeza de ver que estamos ficando velhos e que programas lama serão cada vez mais raros..



Anem, filhos chegando e eu querendo comprar catuabas pra festivais sertanejos :/

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Pesquisa indica que beijo romântico não é um comportamento universal

Da BBC

Quem não gosta de dar ou receber um beijo? Surpreendentemente, a resposta são os integrantes de mais da metade das culturas do mundo, pelo menos de acordo com um novo estudo feito por cientistas de universidades americanas.
A pesquisa, publicada no periódico científico American Anthropologist, indica que o beijo romântico ou sexual só existe em 46% das 168 culturas analisadas. Em algumas que não apresentam este comportamento, ele é considerado até mesmo repulsivo.
Na América do Sul, por exemplo, a taxa foi ainda maior: 81% das 21 culturas analisadas não praticam este beijo. Um exemplo pode ser encontrado no Brasil, no Alto Xingu, onde os índios da tribo Menihaku, uma das mais isoladas da região amazônica, veem este tipo de beijo como algo "nojento", segundo relatos etnográficos.
A América do Sul só é superada pela América Central, onde 100% de 31 culturas regionais analisadas no estudo não apresentam este hábito, e pela África, com 87% de 31 culturas. Os pesquisadores não especificam no artigo quais foram todas as culturas analisadas, embora beijos sejam comuns em contextos urbanos em várias dessas regiões.
No outro extremo, está o Oriente Médio, onde o beijo romântico está presente em 100% das dez culturas estudadas, seguido pela Ásia (73% de 37 culturas), Europa (70% de dez culturas), América do Norte (55% de 33 culturas) e Oceania (44% de 16 culturas).
Etnocentrismo ocidental
O novo estudo contradiz pesquisas anteriores que apontavam o beijo romântico ou sexual como um comportamento quase universal, presente em 90% das culturas humanas.
"Suspeitamos que o etnocentrismo ocidental - ou seja, 'a crença de que um comportamento atualmente considerado prazeroso tenha de ser algo universal aos humanos' - pode estar levando ao equívoco comum de que o beijo romântico-sexual é (quase) universal", dizem os autores da pesquisa.
"Apesar de beijar ser uma forma de comunicar intimidade em algumas sociedades ou funcionar como uma atividade erótica específica em outras, é importante notar que, para algumas, o beijo é visto como desagradável, sujo ou simplesmente incomum, assim como outros comportamentos sexuais ou românticos."
Os cientistas ainda afirmam terem encontrado evidências de que o hábito do beijo romântico-sexual está ligado à complexidade destas sociedades.
Quanto mais estratificada socialmente é uma cultura, mais presente é este comportamento. "Isso não está ligado a nenhuma região geográfica ou cultural", esclarecem os pesquisadores.
"É possível que o surgimento do beijo romântico-sexual coincida com o surgimento de outros fatores, como a higiene oral ou a ascensão de classes sociais de elite que valorizam o autocontrole do afeto e demonstrações afetivas."

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/07/pesquisa-indica-que-beijo-romantico-nao-e-um-comportamento-universal.html

Sipah, se enterre!

Bruno:

>> segue link de apartamentos

Sipah;

>> Como você é barango, Bruno. Já tinha aprendido como escolher parametrizar o ZAP...kkkkkkk

Tava pensando em como nos organizamos para escolher esse apto.

Acho que temos que nos planejar para fechar o apto no final de semana do dia 08/08. 1º) Porque é cabalísco 2º) Porque no outro é meu aniversário e os dois seguintes já estaremos em Barretos.

"Fechar" entenda como estar pronto para assinar o contrato.

Para fechar no dia 08/08, temos que ter um escolhido já no dia 01/08. Assim teremos a semana para negociação com imobiliária e proprietário.

Para escolhermos até dia 01/08, acho que temos que ter tido pelo menos 1 final de semana antes de visitas. E antes de visitar, temos que ter pré-selecionado 10 aptos. E para pré-selecionar 10 em conjunto, sugiro que cada um tenha pré-selecionado 15 aptos individualmente.

Seguindo esse maravilhoso raciocínio, muito fácil de entender. Segue proposta de cronograma.

23/07 - Reunião para pré-selecionar 10 aptos. (Para essa reunião, cada 1 terá que trazer 15 aptos)

25/07 - Visita aos 10 aptos pré-selecionados. (30 min por apto - 5 horas no total)

26/07 até 31/01 - Tempo para pensar

01/08 - Visita a 1 ou 2 aptos para bater o martelo

02/08 até 07/08 - Tempo para negociação com imobiliária e proprietário

08/08 - Fechamento do negócio

O que acha do cronograma?!

Não sei como está sua agenda para BH, mas caso tenha algum overlap, fique a vontade para sugerir outras datas.

Abração e vamos nos falando.

PS: Fui jogar bola, amanhã nos falamos.

Bruno:

>> sipah, se enterre!


terça-feira, 14 de julho de 2015

Elegância Barra Contatos

Nossa, eu sou o mais elegante ever do time! E faço as melhores conexões na hora da foto! Bem do lado do diretor!

Sucesso!!!


Odiar é fácil, qualquer fuinha odeia. Dialogar tem sido para poucos

Leonardo Sakamoto

A esquerda foi para a rua na redemocratização do país e não saiu mais. Não pode se assustar, portanto, que a direita também esteja ocupando o espaço público. Pelo contrário, deveria achar isso saudável.
A histórica ausência de debate político nas ruas, criou alguns problemas. Por exemplo, a incapacidade de muita gente de separar o que é um discurso conservador (que tem suas pautas a respeito do papel do Estado) e os dodóis que, em número insuficiente para organizarem suas próprias manifestações, tentam empurrar um ato de terceiros para o fundo do poço com suas ideias que – não raro – vão contra a dignidade e a legalidade.
Se você acha que não dá para separar esses dois grupos: os conservadores e os dodóis, é porque precisa sair mais à rua.
Isto não é inédito aqui no blog, mas achei que valia o resgate.
A fuinha (Martes foina) é um mamífero carnívoro, que mede entre 40 a 50 cm, com cerca de 25 cm de cauda e pesando entre 1,1 e 2,5 kg, e não está em risco de extinção.
A fuinha (Martes foina) é um mamífero carnívoro, que mede entre 40 a 50 cm, com cerca de 25 cm de cauda e pesando entre 1,1 e 2,5 kg. Não está em risco de extinção.
No primeiro grupo, colocaria um senhor, muito simpático, com quem travei um rápido diálogo em uma livraria. Ele veio até mim, disse que discordava dos pontos de vista deste blog e travou um debate cordial sobre o papel do Estado no desenvolvimento e sobre algumas liberdades individuais. Foi duro na argumentação mas, ao mesmo tempo, polido. Esperou para ouvir minhas considerações, e educadamente, se despediu.
No segundo, incluiria uma senhora que, no domingo de segundo turno, parou seu carro diante de mim, gritou “Volta pra Cuba!'', seguido de um elogio à minha progenitora, cuspiu em mim e saiu cantando pneu. Sorte que a mira dela era tão boa quanto o seu nível de cultura política.
Quanto mais a esquerda juntar esses dois grupos no mesmo balaio, mais eles vão se aproximar. Sei que PSDB e PT trouxeram muito lixo para perto de si como estratégia eleitoral (burra) e, agora, como diria Antoine de Saint-Exupéry, ambos são responsáveis por aquilo que seus marqueteiros cativaram. Mas eles também não são os demônios – apenas andaram invocando Bettle Juice vezes demais.
eternamente
Mas nós (de esquerda, principalmente a não partidária) também precisamos fazer essa distinção no dia a dia. Caso contrário, por identidade reativa, jogaremos no colo dos amantes do ódio uma parcela da sociedade que apenas discorda de nós do ponto de vista ideológico.
E é isso o que desejam os dodóis, que insistem em batizar algumas atitudes criminosas de “reivindicações conservadoras''.
Pois uma coisa é um pensamento, que merece ser respeitado e, na minha opinião, questionado – quando for o caso – nas arenas de discussões. A outra é gente que acha que a Constituição é papel higiênico e as instituições democráticas – que levamos décadas para reconstruir – são um grande vaso sanitário de onde só exala fedor.
Reivindicações que incluem uma “intervenção militar constitucional'' (haha), o bloqueio da transformação do país em uma “ditadura gayzista e feminazi (hahahaha) e uma ação para evitar a “implantação do comunismo'' pelo partido que está no poder (kkkkkkkkkk…#morri). Em que país eles vivem?
Li, tempos atrás, um panfleto que dizia que o PT está rompendo com o capital, o que vai colocar o país em uma grave crise. Sério? Para com isso… Dá vergonha alheia! Desde quando o PT ou qualquer partido grande cria entraves para bancos, empreiteiras, empresas de telefonia e demais doadores de campanha?
Se o PT fizesse isso, eu promoveria três dias e três noites de balada open bar lá na casa dos meus pais, no Campo Limpo – porque dá para fechar com lona a garagem, botar umas caixas de som e umas luzes (#quemnunca).
É fundamental que ultraconservadores continuem mostrando sua cara e dizendo quem é. Como já disse aqui em outro texto, você não está cansado de ser xingado por anônimos na internet? Não tem curiosidade de saber quem prega a violência contra minorias? O que comem? Como vivem? Como se acasalam?
Uma das maiores consequências das manifestações de junho de 2013 foi trazer pessoas para ocuparem espaços públicos e darem suas opiniões que, antes, estavam restritas aos espaços privados.

Ruas, praças e avenidas não são apenas rotas de passagem de pedestres e automóveis, mas é onde se faz política e se exerce a cidadania. Que nos dediquemos a fomentar a cultura política e não apenas chamar o outro de inimigo. E, aos dodóis que ultrapassarem os limites democráticos, de forma analógica ou digital, a força da lei.

http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/07/12/odiar-e-facil-qualquer-fuinha-odeia-dialogar-tem-sido-para-poucos/ 

Lei Cristiano Araújo: projetos querem punir quem compartilha fotos de morto

Do UOL, em São Paulo 08/07/201520h23

Estão em tramitação no Senado e na Câmara dois projetos de lei envolvendo a repercussão da morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo, que teve fotos e vídeos de seu cadáver compartilhados pela internet ou via aplicativos móveis. 
O deputado Cesar Halum (PRB-TO) apresentou nesta terça-feira (7) um projeto na Câmara que pede a punição  de quem "reproduz acintosamente, em qualquer meio de comunicação, foto, vídeo ou material que contenha imagens ou cenas aviltantes de cadáver ou parte dele."
De acordo com o político, o Código Penal atualmente só pune quem registra as imagens de cadáver e as pessoas que compartilham o conteúdo acabam ilesas. "O ato de divulgar as imagens é tão danoso quanto o ato de coletar a imagem", diz a justificativa do deputado Halum no projeto de lei.
Segundo Renato Leite, advogado especialista em direito digital, o projeto do deputado Halum tem uma redação muito aberta. "Uma possível consequência é que ela submeta pessoas a procedimentos criminais quando elas não tinham qualquer intenção de causar danos", explicou. Além disso, ressaltou, há o problema de identificar as pessoas que compartilharam o conteúdo. Atualmente, é difícil saber, por exemplo, que compartilhou determinado conteúdo via WhatsApp.
Já o projeto de lei 436, do senador Davi Alcolumbre (DEM-SP), quer elevar uma punição já descrita no Código Penal. Ele estabelece o aumento de pena de um a dois terços, se uma pessoa divulga ou expõe na internet fotos ou vídeos de cadáver. A proposta foi registrada na casa em 1º de julho, uma semana após a morte do cantor sertanejo.
 
"O projeto visa punir com maior rigor o agente que pratica o crime de vilipêndio a cadáver, expondo a imagem, foto ou vídeo, divulgando-a por meio da internet (inclusive aplicativos que permitam troca de dados, por exemplo, WhatsApp), redes sociais ou similares, bem como aquele que reincide no mesmo crime", diz a justificativa do senador para o projeto de lei.
 
Funcionários da Clínica Oeste, em Goiânia, contratada para a preparação do velório do cantor Cristiano Araújo, morto em um acidente de carro no dia 23 de junho, foram indiciados por "vilipêndio ao cadáver". Após a investigação, os envolvidos foram demitidos por justa causa.
 
Apesar de ambos proporem mudanças no Código Penal, o advogado Renato Leite considera que a alteração do Código Penal deve ser o último artifício, pois esses casos podem ser enquadrados como crime de vilipêndio ao cadáver.

http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/07/08/lei-cristiano-araujo-projetos-querem-punir-quem-compartilha-fotos-de-morto.htm 


Toronto é bonitinha, mas seu Pan é ordinário

rodrigomattos

Toronto é uma cidade interessante para se passar férias: tem áreas de lazer bem-cuidadas, restaurantes e lojas atrativas, um clima muticultural e dizem até que uma paisagem exburante vista do lago. Para quem trabalha neste Pan-2015, no entanto, a experiência tem sido frustrante pelo excesso de falhas em quase todas as áreas de operação. Comparado com o Rio-2007, os canadenses tomam de goleada.
Ressalte-se que não falo do planejamento de obras, orçamentos e custos da competição. Neste quesito, nós, brasileiros, somos uma catástrofe. Estouramos contas de Pan-2007, da Copa-2014 e devemos repetir em Rio-2016. E os canadenses nos seguiram com o Pan mais caro da história.
Mas, na gestão do evento em si, o Brasil foi bem-sucedido nas duas últimas competições, ressalvada a falha de segurança no Maracanã na invasão dos chilenos. Bem diferente dos enrolados canadenses. Uma análise favorável a Toronto só se justifica por um deslumbramento com países desenvolvidos.
Vamos aos dados.  Os ônibus da organização do Pan, quando aparecem, não têm hora para chegar. É comum o motorista sequer saber para onde está indo. Em uma cena recente, um colega ficou sem ônibus, sem táxi, por falha da organização. Resultado: um policial parou o ônibus regular para levá-lo.
É só uma das várias falhas, somadas à internet, placares, desorganização em geral. E não se trata de uma questão de falta de dinheiro já que Toronto gastou ainda mais do que o Rio em seu Pan. Os recursos foram quase inteiramente para a competição: a única melhoria para a cidade foi acelerar a reforma da área de lazer em frente do Lago Ontário. Não é a à toa que a maioria dos moradores se mostrava contrários à competição.
Você pode pensar que, como país de primeiro mundo, o Canadá não precisa se preocupar com isso porque tem sobra de dinheiro e uma cidade montada. Bem, o governo de Ontário, que bancou boa parte da festa, tem acumulado déficit. E a cidade está longe da perfeição.
No centro, são vários os mendigos na Yonge Street, o que mostra situação financeira complicada de certos cidadãos. As ruas nesta área são tão sujas quanto às das capitais brasileiras. O tráfego também se tornou uma questão séria na cidade. O sistema de transporte é eficiente, mas inferior ao de capitais europeias, com bondes lentos e ônibus velhos.
Claro, não comparo com os problemas que enfrenta o Rio, sede olímpica, que vive uma onda de violência, um estrangulamento do trânsito, pobreza em várias áreas da cidade, entre outros questões. Algumas dessas questões são enfrentadas também em São Paulo.

A questão é que, quando você olha de longe, a paisagem (ou skyline como gostam de dizer alguns) de Toronto vai parecer linda, mas não se enxerga dali os problemas nem do Pan, nem da cidade. Será o mesmo se uma pessoa for olhar o Rio de cima do Corcovado. Cabe a nós, brasileiros, sermos justos: temos vários problemas e erramos muito, mas não somos piores em tudo em relação a estrangeiros. Esse caso é um exemplo.

http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2015/07/14/toronto-e-bonitinha-mas-seu-pan-e-ordinario/