domingo, 31 de julho de 2011

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sono

Dia puxado

Olhos pesando

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Brazil’s tale of two middle classes

By Joe Leahy in São Paulo

Speaking to Melissa Beeby, you would not know that Brazil is enjoying its most prosperous period since the “economic miracle” of the late 1960s – as the country’s last great boom is known.
Like other members of Brazil’s so-called “traditional” middle class, things have become harder for Ms Beeby in recent years. The prices of meat and petrol have doubled, highway tolls have risen and eating out or buying property have become prohibitively expensive.

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“The middle class basically is in debt. That’s how people manage,” says Ms Beeby, who runs the Bridge Restaurant at the British Centre in São Paulo. “People have more dinners at home and when they do go out, they go to simpler places.” The story of Brazil’s success in lifting millions of people out of poverty over the past decade has really been a tale of two middle classes. While headline economic growth has not been as spectacular in Brazil as in China and India, at an average of about 4 per cent a year between 2003 and 2010, the balance of income distribution has improved more rapidly in Latin America’s largest economy than in the other large emerging markets.

Slum dwellers in Rio de Janeiro
Social aspirations: slum dwellers in Rio de Janeiro, who stand to gain from programmes seeking to pull another 16m people out of absolute poverty

In Brazil, mean household income since 2003 rose by 1.8 percentage points a year above the rate of gross domestic product growth, helped by generous increases in the minimum wage and welfare handouts. In China, by contrast, the rise in household income trailed GDP growth by 2 percentage points a year.
On the winning side have been an estimated 33m people who since 2003 have risen to the ranks of the so-called “new middle classes” or above. Today, 105.5m Brazilians out of a total population of 190m are members of this group, who earn between R$1,200 ($767) and R$5,174 per household. Also better off are the rich, who have profited from a stock market, commodities export and consumptionboom.
On the losing side, say sociologists, are the 20m or so people of the “traditional” middle classes who earn more than R$5,174 per household. Unlike in India, where the old middle class benefited from the creation of new industries, such as information technology outsourcing, many in the Brazilian middle class complain of rising prices, taxes, congested infrastructure and increased competition for jobs.

“In the past 10 years, the income of the poorest 50 per cent of the population grew 68 per cent in real per capita terms while the income of the richest 10 per cent grew by 10 per cent,” says Professor Marcelo Neri of the Getulio Vargas Foundation (FGV) and the co-ordinator of a large-scale study on Brazil’s new middle class.
Even more startlingly, the income of the average illiterate person rose 37 per cent between 2003 and 2009, while that of the person with at least an incomplete university degree fell 17 per cent. “It’s up side down,” says Prof. Neri.


Chart: Benefits of the boomThe changes represent an historic rebalancing of wealth that has been pending since 1888, when Brazil became the last country in Europe and the Americas to abolish slavery, says Prof Neri.
“Incomes are growing more [quickly] in traditionally excluded groups of Brazilian society, such as non-whites, women, those living in the poor north-east, in favelas [slums] or in the outskirts of Brazilian cities,” said the FGV study.
The process has been driven partly by increasing access to education. The new middle class has flocked to private universities and technical colleges and begun competing for jobs with the traditional middle class.
Conscious of her support among the poor, President Dilma Rousseff recently launched a new social welfare programme, aimed at pulling another 16m people out of absolute poverty.

Such programmes will not win votes among traditional middle classes, however, who are concentrated in Brazil’s industrialised southern states, especially São Paulo. Some complain that the government helps the poor through benefits and wage rises and the rich through subsidised loans for their corporations. This flushes the economy with money, leading to inflation, which the central bank then tries to quell through higher interest rates, penalising the middle-class.

While many in Brazil’s traditional middle-class agree with wealth redistribution, they are afraid of how much it is costing them.
Ms Beeby says she is feeling the pressure from both sides – as a consumer and a small business owner. The high price of meat has forced her to raise the price of some dishes. “The people who eat here have felt the difference too. They complain a lot,” she said.

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Brasil: a grande esperança da Europa em frangalhos



"Mudanças na política agrícola da UE no ano que vem? Em 2012 talvez nós estejamos discutindo o fim da moeda comum europeia..."
Foi com esse estado de espírito que respondeu uma autoridade da União Europeia a nós, jornalistas, em Bruxelas nesta semana.
O pacote de resgate à Grécia, acordado na quinta-feira em Bruxelas, deu um pouco de respiro aos países europeus. Os yields (retornos) dos papeis da Espanha e Itália, que vinham apanhando por contágio, caíram.

Mas a situação está longe de ser tranquila.
E mercados como o Brasil surgem como alvo prioritário dos europeus.
É neste contexto que se deve avaliar o fim das preferências tarifárias concedidas pela UE ao Brasil por meio do Sistema Geral de Preferências, o SGP.
Atualmente, 12% das exportações do Brasil à UE são cobertas pelas reduções e isenções de tarifas de importação do SGP, em um valor total estimado em 3,4 bilhões de euros. O programa beneficia principalmente máquinas e equipamentos, automóveis, produtos químicos, plásticos e têxteis.

" SGP foi feito para países pobres, vocês não são um país pobre" disse-nos o comissário europeu de comércio, Karel de Gucht. "Vocês são um país que ainda tem pessoas pobres, mas claramente o SGP não é feito para vocês."
A UE quer usar o fim do SGP como alavancagem para conseguir concessões do Brasil na negociação do acordo de livre-comércio UE-Mercosul, que se arrasta há 12 anos.
Sem o SGP, o único jeito de o Brasil manter competitividade nas exportações para a UE será um acordo de livre-comércio para reduzir as tarifas.

Tal como a UE, os EUA encaram o Brasil como alvo prioritário no programa "exportar para sair da crise". Quando veio ao Brasil, em março, o presidente Barack Obama deixou claro que aumentar as vendas de produtos americanos para o Brasil era um dos principais objetivos dos EUA. Autoridades americanas chegaram a ser pouco diplomáticas ao declarar que a viagem era "fundamentalmente a respeito da recuperação econômica e exportações americanas", como disse o vice-conselheiro de segurança nacional Mike Froman, responsável por assuntos econômicos internacionais.

"As exportações para o Brasil geram 250 mil empregos nos EUA; metade da população do Brasil é hoje considerada classe média e isso cria grande oportunidade."

Enquanto as duas combalidas velhas potências lutam por um naco do saboroso mercado interno brasileiro, o Brasil vai às compras na UE em liquidação. A Comissão Europeia acaba de aprovar a compra de quatros empresas espanholas e uma alemã pela CSN. A CSN comprou a siderúrgica alemã Stahlwerk Thüringen GmbH e quatro companhias que pertencem ao grupo espanhol Alfonso Gallardo: Cementos Balboa, Corrigados Azpeitia e Corrugados Lasao.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A década das multilatinas

Javier Santiso
18/07/2011
Texto:-A +A
As multinacionais da América Latina estão de novo com apetite para expandir-se fora de suas fronteiras. Embora em 2009, assim como muitas outras empresas, tenham reduzido os investimentos internacionais, em 2010 os números chegaram a patamares inéditos. Às multilatinas do Brasil e México agora se somam as do Chile, Colômbia e Peru. A geografia dos investimentos também está variando.
Ao longo da década de 2000, as multinacionais brasileiras mostraram-se particularmente ativas. Hoje, as 30 principais multilatinas brasileiras possuem cerca de US$ 90 bilhões de ativos no exterior e empregam cerca de 200 mil pessoas em outros países. Essa internacionalização ainda está em fase inicial: no fim de 2009, apenas nove empresas contavam com ativos internacionais superiores a US$ 1 bilhão e outras dez, com mais de US$ 100 milhões. O estoque total de investimentos diretos no exterior por parte das multinacionais brasileiras estava em cerca de US$ 160 bilhões no fim de 2009, o que coloca o gigante brasileiro como sétimo maior investidor no exterior entre as economias emergentes. Nesse ano, as aquisições no exterior secaram, depois do recorde de US$ 20 milhões registrado em 2008.
Por sua vez, as multilatinas mexicanas também foram bastante ativas na década passada. O estoque de investimentos estrangeiros das 20 principais somou US$ 117 bilhões de ativos internacionais e cerca de 230 mil funcionários fora do México. As três primeiras, Cemex, América Móvil e Carso Global Telecom, controlam US$ 86 bilhões desses ativos, o que representa 73% do total. Em 2009, apesar do colapso econômico, os investimentos no exterior não pararam, somando cerca de US$ 7,6 bilhões. Essa resistência se explica em grande parte pela atividade de duas empresas (Bimbo e Grupo México), responsáveis por quase 70% desse total. Em 2010, os investimentos se recuperaram: só na América Latina, as empresas mexicanas investiram mais de US$ 42,2 bilhões, com muitas delas instalando-se em países emergentes da região. O México investiu no Peru mais de US$ 3,6 bilhões, acima dos US$ 3,5 bilhões investidos no Chile. O principal destino dos investimentos mexicanos foi o Brasil (US$ 21 bilhões), seguido por Colômbia (US$ 5 bilhões). No fim de 2010, os grupos voltaram a investir com força, como o Bimbo, que comprou a divisão de pães industriais da Sara Lee, dos Estados Unidos por quase US$ 1 bilhão.
Não será surpresa vermos algumas dessas empresas irromperem com força na Europa. Isso poderia constituir uma oportunidade em particular para a Espanha, que poderia se transformar na plataforma de entrada na Europa para algumas dessas multinacionais
As multilatinas chilenas também se mostraram particularmente ativas, mesmo em 2009, ano de colapso dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nesse ano, as multilatinas chilenas promoveram aquisições no valor total de US$ 8 bilhões. Em 2010, o volume superou os US$ 5 bilhões, levando o estoque acumulado de investimentos externos diretos (IED) do Chile no exterior a mais de US$ 50 bilhões. De fato, o ano de 2010 viu o nascimento de um gigante na aviação mundial, com a fusão entre a chilena LAN e a brasileira TAM. Por sua parte, a Sonda, maior empresa de tecnologia da região adquiriu apenas em 2010 três empresas, duas delas no Brasil (Telsinc e Softeam), além da empresa mexicana NextiraOne México S.A.
A esses países também se somaram o Peru e Colômbia. O grupo Santo Domingo é hoje em dia um dos principais acionistas da SABMiller, uma das maiores cervejarias do mundo, de origem inglesa e sul-africana. No Peru, se destacam os grupos Romero, Brescia e Añaños. Na Colômbia esse caminho é seguido por empresas como Cementos Argos, Grupo Nacional de Chocolates (GNC), Organización Terpel e Saludcoop. Em 2010, as empresas colombianas totalizaram aquisições superiores a US$ 3 bilhões, cifra abaixo do recorde do ano de 2005 (US$ 4,6 bilhões), mas significativa do processo de internacionalização desempenhado pelos grupos colombianos, liderados pelo Banco de Bogotá (que em 2010 realizou a maior compra na história de uma empresa colombiana no exterior, mais especificamente na América Central), Empresas Públicas de Medellín e ISA.
O fenômeno das multilatinas está em aceleração.
De acordo com o Boston Consulting Group (BCG), já há cem multilatinas, com sede em oito países latino-americanos, que operam internacionalmente e lucram pelo menos US$ 500 milhões. O Brasil tem 34 empresas nesse grupo, à frente do México (28) e Chile (21). A seguir, relativamente longe, estão Argentina (7), Colômbia (5) e Peru (3). Por enquanto, esse grupo de multilatinas concentra sua atividade internacional no continente americano, com 110 presenças internacionais na região e 51 nos Estados Unidos. Agora também há outros continentes, particularmente a Europa (33 implantações) e Ásia (28). Também começam a aparecer novos destinos, como o continente africano (12, a grande maioria de grupos brasileiros).
Não será surpresa, diante de tal dinâmica, que vejamos em breve algumas dessas multinacionais irromperem com força na Espanha e outros países europeus. Isso poderia constituir uma oportunidade em particular para a Espanha, que poderia se transformar na plataforma de entrada na Europa para algumas dessas multilatinas. Por enquanto, estão aterrissando com matrizes europeias em Lisboa, Londres ou Paris. Por que não imaginar, no entanto, que, assim como a mexicana Cemex ou as brasileiras Alpargatas e Gerdau, agora não instalem suas matrizes europeias em Madri, Barcelona ou Bilbao?
Javier Santiso é professor de economia na escola de administração Esade e diretor do Centro de Economia e Geopolítica Global da Esade

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Para tribunal, empresa pode vetar funcionário com barba

PEDRO LEAL FONSECA
DE SALVADOR
MATHEUS MAGENTA
DE SÃO PAULO



Uma empresa deve determinar se seus funcionários podem ou não usar barba? Para o Tribunal Regional do Trabalho da Bahia, sim.
Decisão "parece discriminação", diz Eros Grau, 43 anos de barba
Polícia Militar paulista reprova candidatos "queixudos"
Juízes do TRT da 5ª Região derrubaram ontem uma decisão de 2010, em primeira instância, que condenava o Bradesco a pagar indenização de R$ 100 mil por proibir seus funcionários de usar barba.
A nova decisão, agora em segunda instância, é o mais recente capítulo da disputa que se arrasta desde 2008.
O Ministério Público do Trabalho, que entrou com a ação após ouvir reclamações dos empregados do Bradesco, afirma que vai recorrer.
Relatora do processo, Maria das Graças Boness disse que não houve discriminação nem uma clara determinação para que funcionários tirassem a barba. Ela afirmou que mesmo uma eventual norma que proibisse o uso de barba não seria abusiva, pois não estaria fora do "poder diretivo do empregador".
Flávio Oliveira, conselheiro da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, diz que o banco não reclama de forma explícita com os funcionários, mas insinua que a aparência não está "boa".
"Numa agência em que eu trabalhava, brincávamos que se passasse algodão no rosto e saísse um fiapo a barba não estava boa para trabalhar", disse. Ele é funcionário do Bradesco desde 1985.
Para o procurador Manoel Jorge e Silva Neto, que cuida do caso, a barba deve ser proibida só em casos que podem prejudicar a segurança do empregado, como a necessidade do uso de máscaras, por exemplo, cuja vedação fica comprometida.
"É preciso considerar no momento de promover exigências de caráter estético se isso efetivamente traz prejuízo à atividade econômica desenvolvida pelo empregador. O que não é o caso", disse.
Procurado, o Bradesco disse que não comentaria o caso, pois ainda está sub judice.
Em sua defesa no processo, o banco chegou a apresentar uma pesquisa segundo a qual 81% dos entrevistados declararam que a barba "piora a aparência e/ou charme".
Advogado trabalhista, Paulo Sérgio João diz que "código de conduta não pode interferir na liberdade de aparência do empregado". "Barba como um critério de seleção é uma ofensa à Constituição."
Já Renata Mello, especialista em etiqueta profissional, afirma que uma empresa até pode proibir os funcionários de usarem barba, mas essa medida não deve ser radical. "Uma barba não aparada dá um ar de desleixo", disse.

terça-feira, 5 de julho de 2011

‎"Não acrescente dias a sua vida, mas vida aos seus dias." - Harry Benjamin

200 anos de história em 4 minutos

Receita do dia

Como fazer um feriado perfeito

01. Vá para Minas.

02. Passe o comecinho da quinta-feira de manhã de boa com sua namorada.

03. Vá para um sítio com casais amigos.

04. Coma cajuzinho.

05. Faça churrasco e beba cerveja.

06. Jogue Imagem e Ação.

07. Chegue cansado e leve sua namorada no trabalho, pela manhã.

08. Vá para sua casa e coma a comida da sua mãe.

10. Vá ao banco, supermercado e depois receba uma ligação do namorado de sua amiga, chamando pra ir na casa dela nadar.

11. Nade.

12. Lave carros e solte pipa.

13. Coma cachorro quente.

14. Jante com seu pai, na barraquinha de São João e depois durma cedo.

15. Acorde com preguiça.

16. Não faça nada a tarde inteira.

17. Pegue sua namorada na rodoviária.

18. Receba amigos em casa. Uns quinze, de preferência.

19. Bebam 5 litros de vodka e 1.5 de whiski.

20. Cause bastante tumulto para ir para um show.

21. Não se lembre do show.

22. Chegue as 5 da manhã e coma feijoada com seu amigo.

23. Durma pouco, por causa do tanto de energético que tomou na noite anterior.

24. Faça um churrasco com seus amigo e sua família.

25. Fique de bode da gritaria de seu afilhado, mãe e tias.

26. Despeça de sua namorada e amigos que voltam pra Beagá.

27. Faça sua mala.

28. Coma o sanduíche de sempre, na lagoa.

29. Pegue um ônibus pra SP.

30. Fale mal de SP e fique pensando em quão melhor seria morar em BH.

31. Durma e acorde na rodoviária, pronto pro trabalho, morrendo de frio.

Minha caixa de entrada deveria aceitar apenas e-mails breves

ucy Kellaway
04/07/2011
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Todo mundo concorda que passamos tempo demais de nossas vidas mandando e recebendo e-mails. Todo mundo concorda que a solução é escrever mensagens mais curtas e mais claras, além de escrever menos mensagens. Todo mundo sabe disso há anos. Mesmo assim, em vez de melhorar, o problema só piora.
Este mês, Chris Anderson, "curador" da conferência anual Technology Entertainment Design (TED) fez um chamado em seu blog. O que precisamos, disse ele, é de um livro de regras de e-mail, e então teremos nossas vidas de volta. Ele forneceu 16 princípios e convidou todos a fazer comentários. No site da TED, no Twitter e no Facebook muita gente demonstrou em alto e bom som seu apoio: Adorei! Grande Ideia! Postagem Impressionante! Gênio!
Alguns dos princípios de Anderson me parecem, ainda que não exatamente o trabalho de um gênio, pelo menos o trabalho de uma pessoa de muito bom senso. O princípio nº1 diz respeito ao tempo do destinatário - sobre o qual é difícil discutir. Outros princípios incluem: não mande um e-mail quando estiver nervoso, não mande um e-mail em letras maiúsculas; não copie as pessoas a menos que isso seja necessário; não coloque na linha de assunto coisas como "re:re:re", ou "Olá".
Alguns dos demais não são tão sensatos. Ele declara inaceitáveis mensagens que digam simplesmente "obrigado" - baseado no fato de que elas fazem o destinatário perder tempo. Mas certamente é melhor perder um nanossegundo lendo esta palavra do que ficar preocupado durante horas por não saber se sua mensagem foi lida ou não.
Também acontece de Anderson ter uma infeliz afeição pelas assinaturas personalizadas, emoticons e iniciais. Ele gosta de e-mails curtos escritos na linha de assunto seguidos de EOM (end of message, ou fim da mensagem), e mensagens que terminam em NNTR (no need to reply, ou não é preciso responder). Essas pequenas iniciais acabam com o ânimo de qualquer um, especialmente a NNTR; pela experiência que tenho, as pessoas que dizem "não precisa responder" são as pessoas que anseiam que você responda em dobro.
Sua regra final é desligar o computador de vez em quando. Isso realmente é uma ideia brilhante, embora eu raramente tenha encontrado alguém que se dê ao trabalho de segui-la. Ele sugere enviar uma resposta automática: "Obrigado por sua mensagem. Como compromisso com minha saúde mental e de minha família, nós agora enviamos e-mails somente às quartas-feiras. Responderei ao maior número de mensagens que puder na próxima quarta-feira. Obrigado por escrever", finaliza.
Se alguém enchesse minha caixa de entrada com tanto sentimento de superioridade moral, isso de fato impediria a enxurrada de e-mails: eu os excomungaria todos de uma só vez. Mesmo assim, o verdadeiro problema não é o fato de metade das regras serem inúteis. Nem o fato dos 16 princípios serem muitos para qualquer pessoa se lembrar. É que a própria ideia de uma carta de direitos para os e-mails é errada. Diretrizes somente funcionam quando todos os participantes estão dispostos a aceitá-las e segui-las.
Os comentários feitos no site da TED corroboram esse pessimismo. As pessoas animadamente escrevem "incrível!!", mas em seguida sabotam seu apoio ao fazer comentários longos e incoerentes. Há um motivo para essa verborragia chata. Escrever qualquer coisa é sempre mais fácil do que pensar primeiro sobre o que você está tentando dizer. Pensar com lucidez é um processo doloroso e não se trata de algo que qualquer um começará a fazer simplesmente porque concordou com essas regras.
Para contornar essa tendência natural de falar besteira, é preciso algo mais forte. Minha alternativa seria não pedir aos remetentes que mudem voluntariamente, e sim dar a eles poder absoluto de veto aos destinatários. Todos eles tomariam a lei em suas mãos e bloqueariam qualquer mensagem escrita de uma maneira que não os satisfizessem.
A maneira mais fácil de fazer isso seria programar as caixas de entrada para aceitarem apenas e-mails breves. Qualquer um que me enviasse uma mensagem divagante receberia uma notificação automática dizendo: "Seu e-mail era longo demais. A caixa de entrada de Lucy Kellaway só aceita mensagens de até cem palavras. O resto de sua mensagem está na lixeira."
Quando um número suficiente de pessoas fizesse isso, todos seriam forçados a escrever de maneira diferente. As pessoas aprenderam a ser sucintas no Twitter e agora aprenderiam novamente no e-mail. Suas mentes seriam forçadas a se concentrar.
Outros filtros também poderiam ser usados. Eu estaria inclinada a bloquear remetentes que não sabem gramática. Ou remetentes que usam 'emoticons'. Acima de tudo, eu bloquearia qualquer que dissesse: "vá em frente" ou "prossiga". A cada vez o remetente seria notificado e o motivo do não recebimento, fornecido. Quanto mais eu penso na ideia, acredito que é a melhor que já tive. Eu acabaria com o mundo dos jargões, melhoraria o nível da escrita e devolveria nossas vidas a todos nós.
Lucy Kellaway é colunista do "Financial Times". Sua coluna é publicada às segundas-feiras na editoria de Carreira

domingo, 3 de julho de 2011

Países do Leste Europeu já não têm pressa para adotar o euro

Ott Ummelas e Aaron Eglitis | Bloomberg Businessweek
27/06/2011

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Ilmars Znotins/ Bloomberg News
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Ilmars Rimsevics, presidente do BC da Letônia, disse que a moeda não deve ser introduzida "a qualquer preço"
Primeiro entre para a União Europeia e depois se qualifique para o euro. Esse foi o caminho estabelecido para os países do Leste Europeu que queriam se juntar à Europa Ocidental. Entrar para o euro mostrava que um país tinha a disciplina para entrar para um dos mais exclusivos clubes do mundo.

A crise grega reduziu a pressa para o ingresso. Em 7 de junho, o presidente do banco central da Letônia, Ilmars Rimsevics, disse que o euro não deve ser introduzido em seu país "a qualquer preço". Seu colega lituano, Vitas Vasiliauskas, disse dois dias mais tarde que o objetivo da adoção do euro em três anos "não é algo pelo qual você deve se matar". Em 20 de maio o presidente do banco central da Polônia, Marek Belka, disse que seu país e a região não colherão os benefícios que haviam antecipado com uma adoção acelerada do euro. E em dezembro o primeiro-ministro tcheco, Petr Necas, disse que seu país poderá se recusar a adotar a moeda única se julgar benéfico continuar com a coroa.

O esforço para evitar o contágio da crise grega tem mostrado aos europeus do leste, que já enfrentaram muitas crises próprias, que o euro não está imune a elas. Mais alarmante para esses países é a ideia de que se eles estivessem na zona do euro estariam abrindo mão de bilhões de euros para um fundo de socorro à Grécia, Portugal e Irlanda.

O outro problema é a mão de ferro do próprio euro. A Letônia e a Lituânia atrelaram suas moedas ao euro como um prelúdio ao ingresso de fato. Quando a crise financeira mundial estourou em 2008, os poloneses e os tchecos permitiram que suas moedas se desvalorizassem em relação ao euro, para que pudessem continuar exportando. Os letônios e os lituanos permaneceram com a âncora para prosseguir com a adoção do euro e preservar a confiança dos investidores. Então, seus déficits fiscais dispararam, adiando a entrada na zona do euro: a Letônia precisou de um socorro da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Nessas circunstâncias, a associação ao euro oferece pouco conforto. A Grécia, por exemplo, não pode desvalorizar o dracma para sair do buraco com a ajuda das exportações. A moeda não existe mais.

Outros no leste europeu ainda querem ingressar no euro, ou estão felizes por terem ingressado. O ministro das Relações Exteriores da Hungria, János Martonyi, disse em 22 de junho que a adoção continua sendo um objetivo primordial. A Eslovênia, que já é membro, vem se beneficiando por estar dentro de uma zona cambial tão grande. A Estônia, vizinha da Letônia e da Lituânia, teve muitas dificuldades para ingressar. O estouro de uma bolha imobiliária no mercado residencial, que foi inflado por um boom de empréstimos após a entrada do país na União Europeia em 2004, coincidiu com a crise de crédito global. Pressionadas ao extremo, as empresas estonianas cortaram salários. A economia encolheu quase 20%.

Mesmo assim, a austeridade do governo e o fim da inflação alta qualificaram a Estônia para o euro, no qual ingressou em 1º de janeiro. A economia cresceu 8,5% no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado, a maior taxa de crescimento da União Europeia. "Os mercados recompensam a disciplina que esses países se impuseram", diz Agnes Belaisch, que gerencia US$ 2,5 bilhões em ativos de mercados emergentes na Threadneedle Asset Management em Londres. Mas a disciplina é bem dolorosa