quarta-feira, 28 de maio de 2014

G1 ouviu: Skank retorna após 6 anos, cantando sobre protestos e Messi

Braulio LorentzDo G1, em São Paulo

"Velocia", primeiro de inéditas do Skank em seis anos, é o melhor CD do grupo em muito, muito tempo. Como a banda definiu em texto que acompanha o álbum, é um trabalho que consegue representar (bem) todas as fases do grupo mineiro.
O décimo disco de estúdio do quarteto deve ser lançado em 13 de junho, um dia após a estreia do Brasil na Copa. Mas o craque cantado é argentino, em letra de Nando Reis. "Hendrix, Elvis, Messi e hoje / Brilha nova estrela dessa galáxia", canta Samuel Rosa. "Aléxia" homenageia os gols e bolas na trave que não alteram o placar, mas sem versos tão diretos quanto os de "É uma partida de futebol". Nando também assina com Rosa outras quatro músicas, com destaque para a contundente "Multidão", com participação do rapper BNegão. O Skank mostra que ainda sabe ficar indignado. Com levada reggae, dá pinta de ser sobre os protestos no Brasil, por conta de versos sobre pessoas "na rua de novo": "A multidão está com fome / O pão vem do trabalho do homem".
O também rapper Emicida participa apenas como compositor, sem rimar como já havia feito com a banda em "Presença". Ele assina com Rosa a boa "Tudo isso" e a não tão boa "Rio Beautiful". Essa tem arranjo eletrônico fofinho-chato e só engrena no refrão, bonito que só ele.
O disco serve para reforçar a parceria da banda com Nando Reis, mas também apresenta novos reforços. Lucas Silveira, do Fresno, mostra que vai além do emo e das músicas que emulam Muse. "Do mesmo jeito" é do naipe (de metais) de "Saideira". "Périplo", outra com letra de Nando Reis, também vai pelo pop rock dançante. Em nenhum momento, porém, a banda se solta tanto como no último grande hit deles, "Vou deixar".
 O Skank abriu o Palco Mundo, no sexto dia de Rock in Rio, neste sábado. (Foto: Flavio Moraes/G1)Skank toca no Rock in Rio (Foto: Flavio Moraes/G1)
Tal qual o disco anterior do Skank, que tinha Negra Li em "Ainda gosto dela", o Skank bota uma voz feminina para trazer um pouco de doçura ao disco. A escolhida é Lia Paris. A paulistana de 28 anos colabora em uma das canções mais sem sal do disco, "Aniversário". "Esquecimento", balada indicada aos que curtem "Resposta", é infinitamente melhor.
Associado ao período mais pop do Skank, Dudu Marote volta a produzir a banda. A fase de maior sucesso do quarteto surgido em 1991, graças aos discos "Calango" (1994) e "O samba Poconé" (1996), teve Dudu como produtor. Ele parece ter ajudado o grupo a passear do lado mais pretensioso e beatlemaníaco ao mais festivo e descompromissado, sem solavancos.

Quem acompanha o Skank merecia um disco como "Velocia" com baladas, reggaes e pop rocks bem acima da média do que é tocado em rádios.
http://g1.globo.com/musica/noticia/2014/05/g1-ouviu-skank-retorna-apos-6-anos-cantando-sobre-protestos-e-messi.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário