Retrospectiva 2011/ O ano em que o mundo virou
O mundo de cabeça para baixo é uma imagem que já embalou sonhos e pesadelos, zilhões de vezes serviu para expressar o estupefato com mudanças, foi recheio de fábulas ou, simplesmente, ideia de malucos. O céu no asfalto, o teto como capacho e a espuma das ondas quebrando no ar foram, por sinal, figuras usadas décadas atrás por um notório maluco beleza, o músico Raul Seixas, numa de suas canções. Mas nem é preciso encarnar o saudoso Raulzito para eleger a alegoria da vida pelo avesso como a síntese perfeita deste ano que está chegando ao fim. A Terra parece ter dado cambalhotas em 2011.
Ou alguém esperava ver ventanias democráticas, multidões de jovens dançando pelas praças, ditaduras ruindo e tiranos poderosos sendo chutados por ruas poeirentas nos domínios do Islã? Que profeta, vidente, intelectual ou especialista foi capaz de prever a Primavera Árabe? Por vários cantos deste mundo invertido, o povo não se contentou em desfilar em protesto. Ficou. Em vez de passeatas, a ocupação. Em outros momentos, o planeta deu mesmo foi a impressão de estar de pernas para o ar: o oceano provocou acidente atômico, cinzas dominaram os ares, a intolerância bateu a modernidade e humilhados se vingaram de inocentes.
Em 2011, terroristas viraram caça, o capitalismo foi se aproximando de Cuba e, por um triz, os Estados Unidos não se tornaram um país inadimplente. A velha Europa capotou. E coube às antes desacreditadas nações emergentes o papel de contraponto às economias decadentes do Hemisfério Norte. O Sul norteou e foi o motor da expansão global. Quem, afinal, poderia imaginar que um dia veria uma instituição arrogante como o FMI ouvindo lições e pedindo um dinheirinho extra a um governante latino-americano?
Pois a presidenta Dilma Rousseff presenciou essa cena de camarote – e, sem dramas, rebarbou o achaque inoportuno dos fiscais das finanças globais.
No canto brasileiro do mundo, o ano também foi pródigo em surpresas. Por aqui houve uma oposição que não se opôs e um governo que não vacilou em se livrar de autoridades enroscadas em malfeitos. Teve juízes sob julgamento da opinião pública e traficantes em fuga de morros cariocas onde o cidadão sagrou-se rei. No Brasil se combateu inflação baixando juros. Craques da bola esnobaram a Europa, atletas se recusaram a abandonar o país e estrelas planetárias escolheram os palcos locais para seus mega-shows. Quem sabe, para os brasileiros, 2011 passará para a história como o ano em que o futuro, enfim, começou a chegar.
Ou alguém esperava ver ventanias democráticas, multidões de jovens dançando pelas praças, ditaduras ruindo e tiranos poderosos sendo chutados por ruas poeirentas nos domínios do Islã? Que profeta, vidente, intelectual ou especialista foi capaz de prever a Primavera Árabe? Por vários cantos deste mundo invertido, o povo não se contentou em desfilar em protesto. Ficou. Em vez de passeatas, a ocupação. Em outros momentos, o planeta deu mesmo foi a impressão de estar de pernas para o ar: o oceano provocou acidente atômico, cinzas dominaram os ares, a intolerância bateu a modernidade e humilhados se vingaram de inocentes.
Em 2011, terroristas viraram caça, o capitalismo foi se aproximando de Cuba e, por um triz, os Estados Unidos não se tornaram um país inadimplente. A velha Europa capotou. E coube às antes desacreditadas nações emergentes o papel de contraponto às economias decadentes do Hemisfério Norte. O Sul norteou e foi o motor da expansão global. Quem, afinal, poderia imaginar que um dia veria uma instituição arrogante como o FMI ouvindo lições e pedindo um dinheirinho extra a um governante latino-americano?
Pois a presidenta Dilma Rousseff presenciou essa cena de camarote – e, sem dramas, rebarbou o achaque inoportuno dos fiscais das finanças globais.
No canto brasileiro do mundo, o ano também foi pródigo em surpresas. Por aqui houve uma oposição que não se opôs e um governo que não vacilou em se livrar de autoridades enroscadas em malfeitos. Teve juízes sob julgamento da opinião pública e traficantes em fuga de morros cariocas onde o cidadão sagrou-se rei. No Brasil se combateu inflação baixando juros. Craques da bola esnobaram a Europa, atletas se recusaram a abandonar o país e estrelas planetárias escolheram os palcos locais para seus mega-shows. Quem sabe, para os brasileiros, 2011 passará para a história como o ano em que o futuro, enfim, começou a chegar.
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