A versão do noivo (ou como as coisas realmente aconteceram...)
Três de março de 2005, Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, Rua Curitiba 832, Centro de Belo Horizonte, 09 horas da manhã. De acordo com o Departamento de Registro e Controle Acadêmico da UFMG, este foi o horário que os calouros do curso de Economia tiveram as boas-vindas pela Coordenadorda do Curso, Lízia de Figueiredo. Ao que tudo indica, foi neste local e horário que eu conheci a Ana (e outras 38 pessoas que iriam fazer parte da turma 2005/1)
Desde este dia em diante (ou há exatos 4.076 dias atrás – considerando o dia do casamento), a amizade, o carinho e o amor entre a gente cresceu, proporcionalmente às alegrias e desafios que enfrentamos ao longo deste tempo.
Na faculdade, a Ana me conquistou por algumas coisas em especial. A alegria. A energia. A liberdade. O desprendimento. A Ana, assim como eu, vinha do interior para estudar em Beagá, trazendo consigo a dúvida e curiosidade do novo, da cidade grande, de sair e experimentar. Formamos, desde logo, um grupo de amigos bastante unido. Não tinha tempo ruim para estudar, para sair, para estar junto.
Foram tardes e mais tardes estudando na faculdade. Quer dizer, não necessariamente estudando. Jogávamos “Adedanha” (tipo 20 pessoas no 8º andar). Íamos almoçar no Bandejão da Faculdade de Direito (ou desbravar lugares inóspitos do centrão de BH, inclusive pagando apenas R$ 5,90 o quilo da comida!). Brincávamos de esconde-esconde (sim, na faculdade!). Íamos pro DA ver A Usurpadora e lanchar. Resolvíamos pendências de casa. Somente após o sanduíche de metro do BH Shopping, no início da noite, que começava, efetivamente, os estudos. Éramos tão enrolados que até passar a noite na sala de reunião do PET e dormir lá mesmo a gente já pensou...
Mas éramos bons alunos. Às vezes passávamos uns apertos, mas no fim a nota sempre era boa. Após as matérias obrigatórias (e chatas), que nos davam alguns sufocos, a Ana se tornou a melhor parceira para as matérias mais bacanas (e estranhas) da faculdade: População e Famíla, Demografia e Meio-ambiente, Indicadores Sociais, População e Políticas Públicas etc etc etc.
E se ao longo do dia a gente já aprontava, imagina quando saíamos. Muitas saídas, na verdade. Se hoje sou um cara “sertanejo”, na faculdade a gente ia em tudo: pagode, Mineirão, raves, barzinho na Savassi, Cheio de Graça, calouradas na UFMG, churrascos sem carne... Histórias que não acabam. Momentos inesquecíveis. E uma constatação: como era possível não existir Lei Seca naquela época? Ainda bem que Deus protege as crianças, os bêbados e os estudantes pobres (que são, no fim do dia, uma mistura de criança e bêbado).
Durante o tempo de faculdade (com certeza a melhor época da nossa vida), eu já fui a fim da Ana e ela não tava nem aí (quem nunca levou um, dois, vários foras né). Ela já foi a fim de mim, e eu tava em outra (não há intercâmbio que não faça a gente esquecer coisas antigas e querer o novo). Até que no último ano da faculdade, começamos a namorar. Dia 15 de fevereiro de 2008 (nossa, confesso que até perdi a conta agora, que tempão!!!). De lá pra cá, passamos por muita coisa junta! Moramos em cidades diferentes, em estados diferentes e até em continentes diferentes. Mas o que um sentia pelo outro só aumentou!
A Ana é uma pessoa incrível! Sensível e paciente. Inteligente e esforçada. Tranquila e bondosa. Meio indecisa. Um pouco desprendida. E acorda cedo (talvez essa seja o que mais me incomoda, na boa!). Mas, acima de tudo, a Ana é parceira. A Ana vai em todos os sertanejos do mundo que eu gosto. A Ana lê todos os livros adolescentes que eu leio. A Ana anima fazer qualquer coisa. A Ana me acompanha nas viagens mais alternativas. A Ana recebeu toda minha família e amigos como se fossem dela.
Aprendo muito com a Ana. A zuar (um pouquinho) menos. A pegar mais leve. A ver o outro lado das coisas. A ser menos estourado. A ser menos egoísta. A pensar em tudo de bom que conquistamos. Em ver o lado bom das coisas. Em agradecer por tudo e reclamar menos. Com certeza, a Ana é um pouco de serenidade na minha vida.
A Ana é só motivo de orgulho pra mim. Da sua inteligência (até ganhou prêmio do Conselho Regional de Economia). Das suas conquistas profissionais (foi gerente antes de mim e ganhava bem mais que eu por um bom tempo). Da forma como ela trata as pessoas (super paciente e cuidadosa). Das suas escolhas e convicções (deixar Goiânia e voltar pra Beagá, para ter algo menor do ponto de vista profissional, mas maior do pessoal). De seus gostos musicais (ela ama sertanejo – Ok, isso não é totalmente uma verdade, mas eu prefiro pensar que sim).
Por tudo isso que passamos, vivemos, construímos e sofremos (claro), que este momento é especial. Nossas escolhas não foram (e não são) fáceis, mas temos a certeza que estamos construindo algo fortemente baseado em algo muito especial: o amor que um sente pelo outro
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