Economista que não economiza em palavras... Porque mesmo sem motivo eu gosto de falar.
sexta-feira, 29 de abril de 2016
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Deputados de AL aprovam lei que pune professor que opinar em sala de aula
Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, em Maceió (AL) 26/04/201618h18 > Atualizada 26/04/201618h56
Colaboração para o UOL, em Maceió (AL) 26/04/201618h18 > Atualizada 26/04/201618h56
Por 18 votos a oito, os deputados estaduais de Alagoas decidiram, em votação no fim da tarde desta terça-feira (26), derrubar o veto do governador Renan Filho (PMDB) ao projeto Escola Livre. Agora, os professores são obrigados a manter "neutralidade" em sala de aula e estão impedidos de "doutrinar" e "induzir" alunos em assuntos políticos, religiosos e ideológicos, sob pena até de demissão.
A votação foi marcada por confusão no lado de fora, onde manifestantes contrários e a favor do projeto assistiam à sessão. Logo no início da discussão, o telão que apresentava a votação teve problemas e foi desligado. Manifestantes tentaram invadir o plenário da Assembleia para assistir à votação, mas a galeria já estava lotada. A polícia precisou conter os manifestantes. O portão do legislativo foi destruído na confusão, mas não houve relato de feridos.
O projeto Escola Livre, de autoria do deputado Ricardo Nezinho (PMDB), foi aprovado em primeira e segunda votações, por unanimidade, no dia 17 de novembro. Dois meses depois, em janeiro, o governador vetou integralmente a lei, alegando inconstitucionalidade.
O veto à lei foi defendido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação. Segundo a instituição, Alagoas passa a ser o primeiro Estado do país a ter uma lei nesse sentido que pune professores por opiniões em sala de aula.
O veto do governador foi defendido pelo líder do governo, deputado Ronaldo Medeiros (PMDB). "O professor, com essa lei, não vai poder falar sobre a teoria de Darwin, pois, como se sabe ele, era ateu. E não vai poder falar sobre a Reforma Protestante porque um católico pode reclamar", afirmou.
Em sua fala, o deputado Ricardo Nezinho rebateu e garantiu que o projeto não censura professores. "Fiquei pasmo ao saber que, após sete meses tramitando aqui, passando por várias comissões, ninguém chegou para discordar da proposição. É inadmissível, quase um ano depois, haver discussão de censura, de mordaça de professor. O projeto vai em busca do bom professor, que é 99% da rede", disse.
O deputado Bruno Toledo (Pros), um dos maiores defensores do projeto, criticou a repercussão contrária e pediu a derrubada do voto em "nome dos costumes." "Ninguém quer criminalizar aqui professor, e rogo pela honestidade intelectual de quem está falando sobre o tema, que discuta, que sugira que a gente tenta melhorar", disse.
O projeto
Segundo a lei que será promulgada, o professor deve manter "neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado"; e fica "vedada a prática de doutrinação política e ideológica em sala de aula, bem como a veiculação, em disciplina obrigatória, de conteúdos que possam induzir aos alunos a um único pensamento religioso, político ou ideológico."
O professor também ficaria proibido de fazer "propaganda religiosa, ideológica ou político-partidária em sala de aula" e incitar "seus alunos a participar de manifestações, atos públicos ou passeatas".
Além disso, determina ainda que, nas questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor deve apresentar aos alunos, "de forma justa, com a mesma profundidade e seriedade, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas das várias concorrentes a respeito, concordando ou não com elas."
A lei também condiciona a frequência dos estudantes em disciplinas optativas à "expressa autorização dos seus pais ou responsáveis."
Para garantir a efetividade da lei, o projeto prevê punições previstas no Código de Ética e no regimento único dos servidores, que estipula até demissão.
A lei foi vetada integralmente pelo governador sob argumento de que era inconstitucional. Para Renan Filho, ela prevê gastos com cursos de capacitação, e é vedado aos deputados apresentarem projetos que criem novas despesas ao Executivo.
Também foi contrária à ideia dos deputados. "A partir do momento que se proíbe o professor de tecer qualquer consideração de natureza filosófica, política e ideológica, sem qualquer parâmetro adequado, acaba-se por tolher o amplo espectro de atuação do profissional da educação", diz o veto do governador.
Repercussão
Segundo o doutor e professor em direito constitucional, Othoniel Pinheiro, a lei é "totalmente inconstitucional" e pode ser derrubada por meio de ações no STF (Supremo Tribunal Federal) ou TJ-AL (Tribunal de Justiça de Alagoas).
"Essa lei tem vícios de iniciativa, porque mexeu na atribuição da Secretaria da Educação de criar gastos. Já existe precedente nesse sentido no STF, inclusive com uma lei de Alagoas. Na questão material, ela é uma que restringe em demasia a liberdade de ensinar do professor, que é prevista na Constituição. Ela fala que o professor não pode induzir um aluno a um pensamento. O que seria induzir? Qualquer aluno ou pai vai poder dizer que o professor está induzindo, e vai criar um problema desnecessário ao professor, mesmo. Lei não deve ter conteúdo muito aberto, as definições devem ser taxativas, e não é o caso dessa lei absurda", afirma.
Procurada, a assessoria do governador Renan Filho afirmou que ele está em viagem, mas disse que ainda não há definição sobre se o governo vai recorrer da aprovação da lei no judiciário.
http://educacao.uol.com.br/noticias/2016/04/26/deputados-de-al-aprovam-lei-que-pune-professor-que-opinar-em-sala-de-aula.htm
terça-feira, 26 de abril de 2016
O mapa-múndi poderia estar de cabeça para baixo?
Poder, tudo pode.
Mas a pergunta tem um quê de filosofia, e costuma circular nas listas de não sei quantos mapas que vão te surpreender (como estes compilados pelo espanhol “El Confidencial”). Nós estamos habituados a ver a América do Norte, bem, no norte, e a do Sul, no sul –mas essa representação não é natural, e nem é a única que foi registrada durante a história.
Segundo um artigo de Nicole De Armendi publicado no “St Andrews Journal of Art History and Museum Studies”, a orientação dos mapas “afirma posições de poder, traça certas redes globais e estabelece relações hierárquicas entre as nações e os continentes”. Não por acaso diversas das contestações políticas a esse sistema vieram da América Latina. Por exemplo, a ilustração do artista uruguaio Joaquín Torres García em 1943, “O Mapa de Ponta-Cabeça”, abaixo:
A argentina Mafalda, desenhada por Quino, também indagou-se sobre a razão de estarmos sempre abaixo da Europa e da América do Norte. Ela diz: “Você não vê que os países desenvolvidos são justamente os que vivem cabeça-acima? Por viver cabeça-abaixo, nossas ideias caem!”.
Entre os posicionamentos políticos, repete-se que o mapa tem essa orientação porque foi desenhado por europeus –que, por egocentrismo, se colocaram no topo do mundo. Mas um interessante artigo publicado pela rede de TV árabe Al Jazeera contesta esse argumento com exemplos históricos. “Na verdade, o status de elite do norte na cartografia tem mais a ver com monges bizantinos e judeus de Maiorca do que com qualquer inglês”, escreve Nick Danforth.
No século 15, o mundo era mapeado a partir de diversas perspectivas. Neste exemplo, o leste está no topo. Neste outro, o sul está em cima. Mas, no século 16, cartógrafos passaram a basear-se em um mapa creditado a Ptolomeu, que viveu em Alexandria durante o século 2 d.C. A versão que circulava, à época, era a cópia feita por um monge no século 13 –com o norte no topo.
Os cartógrafos que fizeram os primeiros grandes e belos mapas do mundo inteiro, antigo e novo –homens como Mercator, Germanus e Waldseemuller–, estavam obcecados por Ptolomeu. Eles produziram cópias da geografia de Ptolomeu na recém-inventada prensa.
Segundo Danforth, a orientação do mapa-múndi é, de certa maneira, o resultado do acaso e das limitações tecnológicas das épocas passadas. Mas, apesar de o norte já estar consolidado no topo da cartografia, o autor sugere que as tentativas de inverter a imagem não sejam descartadas tão rapidamente. Afinal, “simbolizam um desejo nobre: que invertamos as injustas relações políticas e econômicas no nosso mundo tão facilmente quanto viramos um mapa nas nossas paredes”.
Os pinguins agradecem.
Sobre os padrinhos...
Sobre os padrinhos
Aqueles que acompanharam de perto nossa história, acertos e erros, e agora estarão ao nosso lado em um dos dias mais importantes e intensos de nossas vidas. Nossa singela homenagem aos padrinhos de casamento.
Nossos Padrinhos
Bárbara e João PauloPrimos da noiva. Ana Carla e João Paulo têm a mesma idade e, na infância e adolescência, moraram no mesmo bairro, e, por isso, sempre estudaram juntos. Ou seja, João é primo-irmão, colega de classe e amigo da noiva. Bárbara, por sua vez, é conhecida pelas maldades que fazia com a "Cainha", durante a infância. Roubar seus cachinhos, abandoná-la no ônibus, derrubá-la da bicicleta, todas as segundas e quartas, a caminho do inglês, entre outras estripulias, estão no currículo da prima.
Breno e DayseBreno é irmão da noiva, e Dayse, cunhada. Ana Carla e Bruno também foram padrinhos de casamento do casal. Breno e Dayse sempre acolheram os noivos, com muito carinho, em sua casa. Breno, na infância, deu várias "provas de amor" para a irmã, como "sujar" sua ficha na locação com a fita de vídeogame da Barbie e zerar o bendito jogo, fazendo com que a Barbie chegasse linda e maravilhosa ao jantar com Ken, já que a noiva era muito pequena e não conseguia jogar. Além disso, durante os 10 anos em que Breno e Ana Carla moraram juntos, em BH, o irmão da noiva acompanhou de perto a amizade e, posteriormente, o namoro de Ana Carla e Bruno.
Breno ValadaresIrmão do noivo. Breno é responsável por homéricos brigadeiros feitos com 3 latas de leite condensado, disputados aos berros pelo noivo, por ele e por Daniele durante as férias. Juntos estudaram no Instituto Regina Pacis, fizeram inglês e jogaram bola no colégio. Fizeram também um incrível curso de Hardware - Montagem e Manutenção de Computadores. A única vez que Breno colocou em prática seus conhecimentos, queimou a placa-mãe do computador. Além disso tudo, tem 95.23% de seu nome completo idêntico ao do noivo! Só um "E" de diferença.
DeteDete é, com certeza, a mais normal da família do noivo. Tem três paixões na vida: o Galo, ir à missa e o noivo. Quando Bruno está por perto, ninguém mais existe. Adora quando a noiva traz missangas pra ela, e monta os colares mais caros que Igor (outro padrinho dos noivos) já comprou em sua vida. Dete será a madrinha mais preparada durante a celebração do casamento, pois sempre está ensaiando a sua entrada e a entrada dos noivos.
DaniPrima do noivo, mas Danielle poderia se passar por irmã também. Além de todo verão nadarem nas piscinas do Ibirapuera (nas férias em Castanhal - Pará), Dani sempre conservou uma dieta embasada em alimentos bastante peculiares: pupunha. azeitona e carne com farofa. Já escutou milhares de vezes que quando ela nasceu, o noivo já corria. Por ser menina e mais nova, costumava perder a briga pelo famoso brigadeiro de 3 latas, feito por Breno.
Dudu e ValériaDudu é irmão da noiva, e Valéria, cunhada. Dudu sempre fez com maestria o papel de irmão mais velho da noiva. Passava todas as férias em Ipatinga, ensinando a irmã mais nova a fazer arte (soltar rojão, andar de bicicleta de olhos fechados e balançando a cabeça, jogar ovos nas cabeças das pessoas em seus aniversários, ...). E não é que está registrado no vídeo de formatura do 3º período da noiva a consequência de uma dessas travessuras: Dudu estava com a clavícula quebrada. Dudu e Valéria já estão casados há 20 anos e, apesar da distância, eles sempre estiveram presentes na vida de Ana Carla.
FernandinhaAmiga dos noivos. A noiva conheceu Fernandinha quando trabalhava na Cidade Administrativa. Uma grande empatia surgiu logo no início, pois Fernandinha se mostrou uma pessoa doce e companheira. Elas se tornaram amigas e não demorou muito para o noivo também construir uma amizade com Fernandinha. Fernandinha sempre anima os programas dos noivos, mesmo quando são em lugares um pouco suspeitos (saudosa Velt). Além disso, Fernandinha é a pessoa mais meiga da face da Terra. Ela é capaz de acordar no meio da noite, depois de um dia cansativo de carnaval, para fechar a janela para que a garganta da noiva não piore com o vento. Fernandinha ficou CHO-CA-DA com o convite para ser madrinha!
Igor PabloAmigo dos noivos. Ana Carla, Bruno e Igor eram da mesma turma de Faculdade. Eles ficavam todos os dias estudando (ou nem tanto) na biblioteca da FACE, sempre na mesma mesa (Mesa B1). Logo no início do curso, eles já se tornaram grandes amigos. As histórias são muitas, e a amizade entre os três maior ainda. Igor deve ao noivo ter se formado. Sim, precisamos deixar isso claro pra sociedade: Bruno "carregou" Igor durante a faculdade inteira, inclusive fazendo todos trabalhos de Econometria I e II, as análises de Economia Política e estudando para as provas de História Econômica do Brasil (de nada, pelas colas e resumos, Igor). Apesar disso, Igor é adorado pela família dos noivos (em Sete Lagoas e em Ipatinga, ele é um reizinho). Mal eles sabem que o Igor sempre inventa coisas erradas, do tipo descer a cascata da serra de Santa Helena para nadar. Apesar de ser minoria, Igor é majoritário no coração e na vida dos noivos! PS: Igor, esta foto é para lembrar do casaco que o noivo te emprestou e você perdeu na Irlanda.
Jana e CauãAmigos dos noivos. Ana Carla e Bruno conheceram Jana através de um amigo em comum (Zazá). Logo Jana se tornou presença constante nos encontros e festas de que os amigos de faculdade participavam. Com o tempo, além dos encontros casuais, os noivos tiveram a oportunidade de realmente conhecer Jana e firmar uma amizade, além de sempre aproveitar seus conselhos sobre qualidade de vida, alimentação saudável e bem-estar. Posteriormente, Jana e Cauã, que tal qual os noivos, eram da mesma sala de faculdade (curso de Direito), iniciaram o namoro. A partir daí, os casais se tornaram grandes amigos, sempre juntos, seja em BH, seja nos homéricos carnavais de São João Del Rey (os detalhes preferimos omitir para não comprometer a reputação ilibada dos advogados). Cauã promete várias fotos com a língua pra fora durante a recepção e Jana promete dançar 3 vezes a Dança da Mãozinha, apenas para agradar aos noivos. São uns fofos, né?
Lorena e Luiz RogérioAmigos e afilhados dos noivos. Ana Carla, Bruno e Lorena eram da mesma turma de Faculdade. Apesar de não se tornarem tão próximos logo no início do curso, quando aconteceu, ninguém foi capaz de segurar. A idiotice tomou conta dos colegas de turma (a guerra de adesivos de candidatos em época de campanha eleitoral que o diga). Uma grande amizade entre os três nascia. Lorena e Bruno fazem parte da Liga Loira, formada por pessoas que nasceram em 1987, engolem chicletes e sempre ganham no jogo "Qual é a Musica?". Luiz, que namorava Lorena desde sempre, se juntou ao grupo, fazendo com que a amizade, que já existia, se tornasse sólida e completa. Os noivos são, inclusive, padrinhos do casamento de Luiz e Lorena. Estão "grávidos" e já pediram aos noivos para levar o nenenzinho em todos os sertanejos possíveis, quando for a idade! Claro, por que não?
Marcel e SylviaPadrinhos de coração. Ele nasceu no dia 13/fev, trabalhou na Coca-Cola FEMSA, hoje trabalha na Monsanto, vive com bodes eternos e dúvidas sobre a vida, curtia Pânico na TV e Trolalá, adora sertanejo, moraram no República Asilo, com o pessoal da Ktvero. Sim, Bruno e Marcel são quase a mesma pessoa, por isso, são amigos. Sylvia, além de ser a esposa de Marcel, prepara o melhor strogonoff de carne. Infelizmente, não poderão comparecer ao casamento porque estão morando nos EUA, mas estarão no coração dos noivos!
Marystella e KassimTios da noiva. Apesar de Marystella e Kassim morarem em Teófilo Otoni, a distância nunca foi empecilho para estarem presentes na vida dos sobrinhos. Sempre para cima e de bom humor, a diversão com eles é garantida. Mais recentemente, Marystella e Kassim ofereceram "abrigo" para a noiva, na casa em que suas filhas, Mariana e Virginia, moram em Belo Horizonte.
Nat e JunimAmigos e afilhados dos noivos. O noivo conheceu Nat e Junim através de uma amiga em comum em Sete Lagoas. Nessa época, a noiva morava em Goiânia. Mesmo ainda sem conhecer pessoalmente Ana Carla, Nat e Junim já torciam pelo relacionamento dos noivos. Quando a noiva retornou para Belo Horizonte, a amizade entre os quatro foi definitivamente firmada e cresce a cada dia. Junim é uma das pessoas mais criativas do mundo e adora inventar moda! Ele só é conservador quando se trata de seu cabelo, pois não abre mão do bom e velho Hené Maru. Nat, além de ter histórias incríveis da Rádio Musirama e do Colégio Modestino, é a melhor pessoa para conseguir um encaixe de horário com médicos em Sete Lagoas
Pri e BrunoAmigos dos noivos. Ana Carla e Bruno conheceram Pri através de um amigo em comum (Zazá) - Sim! Zazá conhecia muita gente, mas também Pri e Jana são irmãs gêmeas. E tal qual aconteceu com Jana, os noivos ficaram amigos de Pri. Quando Bruno esteve em intercâmbio por 6 meses na Holanda, Pri foi a maior companheira da noiva. Nessa época, se tornaram sócias de carteirinha do saudoso "Mary in Hell". Pri possui a incrível habilidade de tirar uma sonequinha no meio das festas, e acordar 30 minutos depois com todo o gás. Quando Pri e Bruno (o outro Bruno, não o noivo) começaram a namorar, Ana Carla e Bruno (o noivo) ficaram muito felizes, pois Priscila havia encontrado um grande companheiro.
Renata BereniceQuando Moisés abriu o Mar Vermelho, Bruno e Renata já eram amigos. A amizade surgiu no 1º período do Maternal, no Instituto Regina Pacis. Isso em 1991. De lá pra cá, Bruno e Renata já foram estrela e lua na missa de São Francisco, limparam troféu no Departamento de Educação Física, foram em 500 shows de Manitu e Tianastácia na Estação Brasil, fizeram Primeira Comunhão e Crisma juntos, foram monitores das crianças no JISEFC e coordenavam a pista de dança na UNIFEST. Além de ser parceira pra tudo e desde sempre, Renata adora que apertem suas bochechas e perdeu o "BV" ao som de "Whisky a Go-go", do Roupa Nova. Merece ou não ser madrinha do casal?
RenatãoRenatão é parceiro do noivo desde os tempos de Bologna. Sim, isso já diz muita coisa. Ele e o noivo desceram a Via Zamboni juntos, beberam calimocho com os amigos espanhóis do noivo, viajaram a Europa Oriental com a Aninha, deram um rolê em Portugal com Luisão e Artuzão, passaram a Páscoa na Toscana e fizeram italiano no CILTA/UNIBO. Apesar disso tudo, Renatão foi um vacilão eterno e perdeu o carnaval de Veneza. Normal, é o de se esperar de um cara mais "velho". A amizade e parceria não ficou só no Velho Mundo. Renatão e Bruno também se mudaram na mesma época para São Paulo, compartilhando as alegrias e perrengues de morar longe de casa. Na verdade, as eternas alegrias e perrengues vividos juntos são a base desta amizade!
Rosaura e MariozanPadrinhos duas vezes. São padrinhos de batismo do noivo e, apesar de morarem longe (exatamente no estado do Pará), sempre estiveram presentes na vida do noivo. Desde o batismo até o Chá de Panela. Adoram uma festa e serão figura carimbana na recepção do casamento: ela na pista de dança e ele no cantinho mineiro!
Sipá e BozenaAmigos dos noivos. Sipá é, sem sombra de dúvida, o cara mais bonzinho de Moema. Mesmo quando está errado, você tem vontade de abraçá-.lo. Mora com Bruno desde 2014 e já passaram por 3 casas diferentes. Em todas, ele (e eventualmente Marcel) era mestre em pegar Polenguinhos, Crostinis e Bis do noivo para comer. Bozena, além de ser parceira para viajar com os noivos para a Disney (sonho dela e da noiva) e saber todos os sertanejos do mundo (habilidade das pessoas naturais de Barretos), é ótima para lembrar dos feitiços do Harry Potter. Dizem que vai fazer um "Alohomora" no casamento e destrancar todas as portas do buffet!
Tânia e RicardoTânia é irmã da noiva, e Ricardo, cunhado. Ao olhar os albuns da infância da noiva, é possível perceber que Tânia sempre foi presença constante na vida da irmã, apesar de morar em Juiz de Fora. Ana Carla se lembra até hoje, com muito carinho, quando a irmã lhe enviou uma grande caixa pelos Correios, com várias surpresas do Mc Lanche Feliz, já que, naquela época, não existia a lanchonete em Ipatinga. Foi uma farra! Ana Carla ficou muito feliz com o casamento de Tânia e Ricardo. É claro que eles não poderiam ficar de fora desse momento tâo especial!
Thammy e ChristianAmigos dos noivos. O noivo conhece Thammy há 20 anos. Os dois estudaram juntos no famoso Instituto Regina Pacis. Como a amizade sobreviveu (e ainda sobrevive), apesar das zoações de Bruno, ainda é um mistério. Thammy era a levantadora oficial dos jogos de vôlei no recreio. Além disso, torce pro América-MG (Oi??) e é campeã mundial da dança Pop-Pop (Eliana e seus dedinhos, uma saudade né, Thammy?). No mesmo dia em que conheceu Nat e Junim, Bruno também conheceu Christian. Logo, Thammy e Christian se tornaram um casal. Com o tempo, a amizade entre os noivos e Thammy e Christian floresceu, impulsionada pelo carinho, maturidade, serenidade e paciência (só Christian para aturar o noivo, no show de Gusttavo Lima, em Pedro Leopoldo).
Vânia e MaurícioTios da noiva. Vânia e Maurício sempre foram muito presentes na vida dos sobrinhos. Durante a infância, os tios sempre levaram a noiva e seus primos para trenzinhos da alegria, bailinhos de carnaval, parques, entre outros programas. Mais recentemente, Vânia e Maurício realizaram em sua casa o Chá de Panela dos noivos.
ZazáAmigo dos noivos. Ana Carla, Bruno e Zazá eram da mesma turma de faculdade. Quando os três estavam (ou estão) juntos, pode saber que a confusão está armada. Zazá é responsável por muita coisa, inclusive, por apresentar alguns padrinhos para os noivos. É uma mistura quase que explosiva os três juntos. Imagine um carro (graças a Deus, hoje, temos Lei Seca!!!), imagine três pessoas, imagine tocar Destination Unknown, imagine a fila do E-Pop ou do o Pop Rock Brasil ou do Mineirão, em dia de jogos do Galo. Imaginou? Então você viu Ana, Zazá e Bruno. Nem o carro do pai do Zazá ficava de fora. Um novo CD os embalava a cada mês. Mas é claro que além de ser um grande companheiro de festas, Zazá é companheiro de vida dos noivos. PS: Os noivos têm certeza de que Zazá vai achar ruim porque seu nome foi o último da lista. Zazá, troque seu apelido para Abraão, ok?
Sobre os noivos...
A versão do noivo (ou como as coisas realmente aconteceram...)
Três de março de 2005, Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, Rua Curitiba 832, Centro de Belo Horizonte, 09 horas da manhã. De acordo com o Departamento de Registro e Controle Acadêmico da UFMG, este foi o horário que os calouros do curso de Economia tiveram as boas-vindas pela Coordenadorda do Curso, Lízia de Figueiredo. Ao que tudo indica, foi neste local e horário que eu conheci a Ana (e outras 38 pessoas que iriam fazer parte da turma 2005/1)
Desde este dia em diante (ou há exatos 4.076 dias atrás – considerando o dia do casamento), a amizade, o carinho e o amor entre a gente cresceu, proporcionalmente às alegrias e desafios que enfrentamos ao longo deste tempo.
Na faculdade, a Ana me conquistou por algumas coisas em especial. A alegria. A energia. A liberdade. O desprendimento. A Ana, assim como eu, vinha do interior para estudar em Beagá, trazendo consigo a dúvida e curiosidade do novo, da cidade grande, de sair e experimentar. Formamos, desde logo, um grupo de amigos bastante unido. Não tinha tempo ruim para estudar, para sair, para estar junto.
Foram tardes e mais tardes estudando na faculdade. Quer dizer, não necessariamente estudando. Jogávamos “Adedanha” (tipo 20 pessoas no 8º andar). Íamos almoçar no Bandejão da Faculdade de Direito (ou desbravar lugares inóspitos do centrão de BH, inclusive pagando apenas R$ 5,90 o quilo da comida!). Brincávamos de esconde-esconde (sim, na faculdade!). Íamos pro DA ver A Usurpadora e lanchar. Resolvíamos pendências de casa. Somente após o sanduíche de metro do BH Shopping, no início da noite, que começava, efetivamente, os estudos. Éramos tão enrolados que até passar a noite na sala de reunião do PET e dormir lá mesmo a gente já pensou...
Mas éramos bons alunos. Às vezes passávamos uns apertos, mas no fim a nota sempre era boa. Após as matérias obrigatórias (e chatas), que nos davam alguns sufocos, a Ana se tornou a melhor parceira para as matérias mais bacanas (e estranhas) da faculdade: População e Famíla, Demografia e Meio-ambiente, Indicadores Sociais, População e Políticas Públicas etc etc etc.
E se ao longo do dia a gente já aprontava, imagina quando saíamos. Muitas saídas, na verdade. Se hoje sou um cara “sertanejo”, na faculdade a gente ia em tudo: pagode, Mineirão, raves, barzinho na Savassi, Cheio de Graça, calouradas na UFMG, churrascos sem carne... Histórias que não acabam. Momentos inesquecíveis. E uma constatação: como era possível não existir Lei Seca naquela época? Ainda bem que Deus protege as crianças, os bêbados e os estudantes pobres (que são, no fim do dia, uma mistura de criança e bêbado).
Durante o tempo de faculdade (com certeza a melhor época da nossa vida), eu já fui a fim da Ana e ela não tava nem aí (quem nunca levou um, dois, vários foras né). Ela já foi a fim de mim, e eu tava em outra (não há intercâmbio que não faça a gente esquecer coisas antigas e querer o novo). Até que no último ano da faculdade, começamos a namorar. Dia 15 de fevereiro de 2008 (nossa, confesso que até perdi a conta agora, que tempão!!!). De lá pra cá, passamos por muita coisa junta! Moramos em cidades diferentes, em estados diferentes e até em continentes diferentes. Mas o que um sentia pelo outro só aumentou!
A Ana é uma pessoa incrível! Sensível e paciente. Inteligente e esforçada. Tranquila e bondosa. Meio indecisa. Um pouco desprendida. E acorda cedo (talvez essa seja o que mais me incomoda, na boa!). Mas, acima de tudo, a Ana é parceira. A Ana vai em todos os sertanejos do mundo que eu gosto. A Ana lê todos os livros adolescentes que eu leio. A Ana anima fazer qualquer coisa. A Ana me acompanha nas viagens mais alternativas. A Ana recebeu toda minha família e amigos como se fossem dela.
Aprendo muito com a Ana. A zuar (um pouquinho) menos. A pegar mais leve. A ver o outro lado das coisas. A ser menos estourado. A ser menos egoísta. A pensar em tudo de bom que conquistamos. Em ver o lado bom das coisas. Em agradecer por tudo e reclamar menos. Com certeza, a Ana é um pouco de serenidade na minha vida.
A Ana é só motivo de orgulho pra mim. Da sua inteligência (até ganhou prêmio do Conselho Regional de Economia). Das suas conquistas profissionais (foi gerente antes de mim e ganhava bem mais que eu por um bom tempo). Da forma como ela trata as pessoas (super paciente e cuidadosa). Das suas escolhas e convicções (deixar Goiânia e voltar pra Beagá, para ter algo menor do ponto de vista profissional, mas maior do pessoal). De seus gostos musicais (ela ama sertanejo – Ok, isso não é totalmente uma verdade, mas eu prefiro pensar que sim).
Por tudo isso que passamos, vivemos, construímos e sofremos (claro), que este momento é especial. Nossas escolhas não foram (e não são) fáceis, mas temos a certeza que estamos construindo algo fortemente baseado em algo muito especial: o amor que um sente pelo outro
Sobre os noivos...
A versão da noiva (senta que lá vem história...)
Conheci Bruno na UFMG. Éramos da mesma turma de Economia. Porém, me recordo dele de uma outra ocasião: da 2ª etapa do vestibular. Me lembro de chegar ofegante, com os pés já com bolhas de tanto andar rápido. Me lembro de, apreensiva, me sentar na segunda fileira da sala, na penúltima carteira. E me lembro do Bruno, sentado na segunda carteira da fileira, à minha esquerda. Tantas outras pessoas naquela sala e eu me lembro justo daquele menino magrelo (quem já viu uma foto do Bruno naquela época, sabe do que estou falando).
Enfim, logo no início da faculdade, ficamos amigos. Bruno, Igor, Carol e eu passávamos a tarde estudando (ou nem sempre estudando), na mesma mesa da biblioteca, a qual apelidamos de Mesa B1. Ali dividimos as nossas angústias com relação ao curso, nos desesperamos às vésperas das provas, jogamos adedanha, combinamos que, se um abandonasse o curso, todos abandonariam... enfim, nos tornamos grandes amigos.
No 2º período, cada um tomou seu rumo. Bruno foi para o PET (Programa de Educação Tutorial). Eu fui para a Empresa Jr., mas sempre que podíamos, lá estávamos nós na Mesa B1. Nessa época, Bruno tinha uma "queda" por mim. Tomou a iniciativa algumas vezes, mas eu, empolgada demais com a minha vida na capital, pensava:- Nossa! Que menino grudento! Aff... (Tadinho. Desculpa, amor!). Depois de muito insistir (Ele foi guerreiro), iniciamos um breve relacionamento. Mas, quando um não quer, dois não namoram. E foi um completo desastre, chegando a comprometer nossa amizade por um período. Com o tempo, tudo voltou à normalidade (Ufa!).
No início de 2007, Bruno foi para seu saudoso intercâmbio, em Bologna, na Itália. Durante esse período, trocamos e-mails e até nos falamos por telefone umas duas vezes. Nessa época, o coração do Bruno já tinha outra dona. Ele a havia deixado aqui no Brasil. Mas, ao retornar, o namoro já havia esfriado.
Pois bem, no final de 2007, quando já estávamos no 6º período, tive um "click", isto é, comecei a ver o Bruno com outros olhos. Mas eu já o havia rejeitado tantas vezes, que ele não mais nutria nenhum sentimento romântico por mim. Tive, então, que deixar o orgulho de lado e tomar a inciativa. Chamei-o para sair, rsrsrsrs...
Bom, daí para frente, as coisas foram se ajeitando. Começamos a namorar, oficialmente, em 15 de fevereiro de 2008. Ou seja, três anos depois que haviámos nos conhecido. Vocês podem até pensar que essa novela mexicana foi perda de tempo, mas eu acredito que ela foi fundamental para nos prepararmos para os desafios que estavam por vir. Estávamos, agora, seguros dos nossos sentimentos.
No segundo semestre de 2009, eu trabalhava em BH, e Bruno fazia mestrado em Ciências Políticas (Como o mundo dá voltas!). Bruno não satisfeito com o intercâmbio em Bologna, parte para outro intercâmbio, só que, agora, em Leiden, na Holanda. Ficaríamos, durante 6 meses, completamente separados. Recordo-me muito bem do dia em que Bruno me contou da nova viagem, em sua república, na Rua Flor de Fogo. Na hora, senti um aperto no coração, mas acho que consegui disfarçar bem a minha angústia (Consegui, amor?).
Antes de ele partir, conversamos e decidimos que continuaríamos namorando. Eu me fiz a promessa de escrever pelo menos um e-mail todos os dias para Bruno (Que falta fazia um WhatsApp). E assim foram esses 6 meses de namoro, na base dos e-mails. Exceto o período em que Bruno foi para Londres e sumiu da face da terra por uma semana (Xiiiiii). Quando ele retornou, no dia 30 de dezembro de 2009, tinha medo que fosse estranho, que não desse mais certo, mas conseguimos manter o vínculo e, principalmente, o amor.
Em 2010, começou a temporada dos processos seletivos de trainees. Logo, Bruno passou no processo seletivo da Coca-Cola, FEMSA, e eu, na C&A. Bruno, então, mudou-se para São Paulo, e eu, apesar de continuar em BH, passei a trabalhar aos sábados. Ou seja, nos finais de semana em que Bruno estava em BH, nossos encontros se resumiam a sábado, à noite, e domingo. E o que estava ruim, piorou. Fui transferida para Goiânia no final de 2011. Na minha opinião, foram os 9 meses mais difíceis de todo o nosso relacionamento. Nos víamos a cada 1 mês e meio.
Pelo bem geral da nação, em junho de 2012, pedi demissão de meu emprego e retornei para BH. Depois de tantos percalços, namorar à distância de 50 minutos de voo, tendo o final de semana disponível, foi "mamão com açúcar".
Até hoje ainda estamos assim. Ele, em São Paulo, e eu, em BH. Acabei de sentir aquela mesma angústia quando escrevi essa frase. Não é o ideal, mas acho que aprendemos a lidar com essa situação da melhor maneira possível. Orgulho-me do que ele está construindo lá e reconheço os obstáculos que já superou para se tornar o que é hoje. Tenho certeza de que Bruno está só começando, pois, além de extremamente esforçado, ele adora estudar e está sempre à procura do novo.
Bruno é a pessoa mais engraçada e espontânea que conheço. Ele contagia todos à sua volta, com suas histórias e casos, sendo sempre o centro das das atenções. Alias, Bruno tem o poder de gravar tudo, mas tudo mesmo. Desde a matéria que estudou na aula de Biologia, no dia 28/02/2003, até o nome do primo de terceiro grau, da tia-avó da vizinha. É impressionante!
Bruno têm três sonhos na vida: o primeiro deles é se casar comigo (Claro!), o segundo, é ter talento musical para ser um sertanejo famoso ou ser amigo de um sertanejo famoso; o terceiro, é trabalhar no Pânico da TV ou ter um canal de sucesso no YouTube. Por falar em YouTube, Bruno é capaz de passar horas e horas vendo os mesmos vídeos do Trolalá e afins e rir como se fosse a primeira vez.
Amo o Bruno do fundo meu coração. Temos personalidades bastante diferentes, mas valores semelhantes. Nos equilibramos e somos grandes amigos. Sei que muitos desafios ainda estão por vir, mas me sinto confiante para encará-los ao lado dele. No dia 30 de abril, iniciaremos um novo ciclo de nossa vida. O primeiro dia do resto das nossas vidas, agora como uma família.
Um adeus por WhatsApp
IVAN MARTINS
13/04/2016 - 07h42 - Atualizado 14/04/2016 13h20
Tive uma professora de português na sétima série que costumava insistir em algo que considerava fundamental nas redações: quando e como colocar o ponto final. Não se pode, dizia ela, escrever uma frase qualquer e decretar que aquele era o fim de um texto. É preciso construir um final que faça sentido com o que veio antes, ela insistia, algo que dê ao leitor a sensação de conclusão.
Lembrei dessa professora na manhã de segunda-feira, quando uma moça eu conheço ligou para me contar que havia levado o fora por WhatsApp. A situação entre ela e o namorado andava ruim, e ele decidiu que não era preciso se apresentar pessoalmente para encerrar a relação. Mandou a mensagem, deixou a moça estarrecida e desligou o celular. Uma espécie de “matou a mãe e foi ao cinema”.
Acho esse tipo de coisa deplorável. Assim como a minha professora, prefiro pontos finais elegantes. Mas sei, por experiência própria, que às vezes somos tentados – e levados por emoções conflitantes – a agir de forma abrutalhada. Homens e mulheres. Faz algum tempo, eu mesmo tive uma troca de mensagens desse tipo.
Começou como discussão civilizada, virou cobrança irritada e logo estávamos – eu e a moça – disparando frases duras e definitivas. Teria acabado assim, por WhatsApp, se eu não tivesse a iniciativa de telefonar. Liguei, ela atendeu chorosa, eu disse: “Não faz sentido terminar com uma mensagem. Ao menos diga o que tem para me dizer”. Ela disse algo muito mais suave do que aquilo que escrevera, eu respondi de maneira ainda mais conciliadora. A conversa prosseguiu na medida dos nossos sentimentos, não do impulso destrutivo das mensagens. Trocamos o ponto final por uma reticência.
É fácil criticar quem termina um relacionamento por mensagem de celular, mas, às vezes, as pessoas fazem pessoalmente coisas bem extravagantes. como ocorreu recentemente com uma amiga minha.
Depois de sair com um cara por algum tempo, ele apareceu com o mapa astral dela – tinha perguntado data, local e hora do seu nascimento – e uma conclusão irrevogável: de acordo com a astróloga dele, os mapas dos dois não combinavam. Era inútil prosseguir, ele disse. A relação estava em contradição com os astros. A amiga olhou bem para a cara do sujeito e perguntou, só para ter certeza: “Você está me dando o fora por causa do meu mapa astral”? “Sim”, ele respondeu. “Tenho certeza de que a gente não vai funcionar”.
Não riam, por favor.
É evidente – na minha opinião - que ele não estava encerrando o relacionamento por causa do horóscopo. Essa foi a forma que ele encontrou para racionalizar seu desconforto.Algo na relação não estava funcionando para ele. Se fosse evangélico, talvez viesse com a opinião do pastor. Se fizesse psicanálise, encontraria uma explicação com o seu analista. Tenho um amigo que queria acabar com um relacionamento e a maneira que achou para resolver o problema foi recorrer a um psicólogo. Explicou a situação sucintamente e concluiu: “Se eu continuar com ela, vou ter um filho. Depois vou me arrepender. Me tira dessa, por favor”. O cara tirou.
Podemos rir ou chorar do teatro da vida dos outros, mas para mim é claro que todo fim de relacionamento costuma ser coerente com a história da própria relação. Ou pelo menos com a personalidade das pessoas envolvidas. Amores tumultuados terminam em tumulto, amores delicados tendem a terminar com delicadeza. Pessoas apegadas e amorosas ao longo do relacionamento são assim também no final. Gente que tinha com o parceiro (e com a vida) uma relação essencialmente prática, chegará ao fimcom relativa frieza, sem olhar para trás. É possível prever como as coisas acabarão pela forma como elas se desenvolveram.
A amiga que levou o fora por WhatsApp me disse que o namorado sempre fora avesso a assumir o compromisso. Estivera com ela por anos, mas apenas parcialmente. A mim não surpreende que ele saia da vida dela como quem deixa um bilhete no criado-mudo. É chocante, mas emocionalmente coerente com aquilo que viveram.
Quando duas pessoas estiveram profundamente envolvidas uma com outra, quando houve um sentimento mútuo ligando corpos e mentes, quando isso se transformou em alguma espécie de compromisso e vida comum, as coisas não acabam assim – com um tchau por WhatsApp ou com o desaparecimento de uma das partes, que costuma ser ainda mais comum.
Ao longo de uma relação verdadeira, o outro se torna parte da gente, de uma maneira que, embora subjetiva, é clara e evidente. O parceiro está emocionalmente conosco em toda parte, mesmo (e talvez sobretudo) quando o enganamos. Se desligar dele, quando a relação de alguma forma termina, é um processo complicado e doloroso. No período de tristeza que se segue, ele ainda faz parte da nossa vida. No banho, no trabalho, na hora de lavar os copos depois da festa. Uma relação importante não termina com uma mensagem de texto ou com um telefonema.
Estou errado?
Às vezes, por tudo que foi vivido, as pessoas nos devem alguma espécie de satisfação. Em outras ocasiões, nós apenas gostaríamos de ter sido importantes ou estar mais tempo na vida delas. Pode haver um abismo - ou apenas uma fenda - entre as nossas fantasias e aquilo que nos foi dado experimentar. É importante perceber essa distância e não se colocar no papel melancólico de vítima.
Sempre será indelicado desaparecer ou mandar um adeus de 140 caracteres. Sempre será mais madura e mais humana uma conversa frente a frente, com alguma espécie de encerramento. Mas é fácil antecipar, pela forma de agir do outro, quando não haverá esse momento.
Se a vida não oferece um ponto final, talvez esteja dizendo que aquilo que nos aborrece não passou de uma vírgula.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/04/um-adeus-por-whatsapp.html
"Desculpe, vou furar"
IVAN MARTINS
20/04/2016 - 08h42 - Atualizado 20/04/2016 08h46
A primeira vez que aconteceu foi há 10 anos. Estava ao telefone com uma moça, acertando sair no fim de semana, quando ela me disse, “ok, estamos pré-combinados”. Eu ouvi, não entendi, e perguntei o que aquilo significava. Ela se atrapalhou um pouco, mas conseguiu explicar que tínhamos um encontro “mais ou menos” marcado. Ele deveria ser confirmado na tarde do sábado, pouco antes do horário em que deveríamos nos encontrar.
Esclarecido, eu expliquei a ela o que ela estava realmente me propondo: “Você está dizendo que se não achar nada melhor para fazer até a tarde de sábado, sairá comigo no sábado à noite, certo”? Ela hesitou, eu ri, retirei o convite e encerrei a ligação, mais intrigado do que bravo.
Sempre tive essa história na conta de uma esquisitice que tinha me acontecido no trato com as mulheres. Pus a moça responsável pela proposta numa gaveta dedicada aos abilolados. Achei que nada parecido iria se repetir no futuro, mas estava errado. Nas últimas semanas, aconteceram duas coisas semelhantes.
Primeiro, marquei de jantar com uma moça que conheço faz um tempo. Quando liguei, perto da hora de nos encontrarmos, ela disse que já estava na rua, a caminho de outro compromisso inadiável. Pediu desculpas e insistiu que nos víssemos em dois dias, para almoçar. Contive a minha contrariedade e concordei. No dia do almoço, precavido, mandei uma mensagem três horas antes, para acertar o restaurante. “Ah, olha só, a cabeleireira abriu uma vaga e marquei um horário com ela. Vou furar de novo”, foi a resposta. Desta vez, nem respondi.
Se você está com pena e acha que as barbaridades terminaram, guarde suas lágrimas. Tem mais.
Na semana passada, combinei tomar uma cerveja com a amiga de uma amiga: sexta-feira, depois do trabalho. Conversaríamos quando ela saísse do escritório e decidiríamos o que fazer. Tudo certo? Nada. Chega a noite de sexta-feira, ela me chama por WhatsApp para contar que marcou “com um pessoal” na casa dela. Sério? Nós não tínhamos combinado de sair? “É, mas eu estou muito a fim de uma pessoa que vai lá, entende?” Ah, entendi. Só que não, né? Dei um esporro na cabeça de vento – mulher de 40 anos, vejam só - e fui cuidar da minha vida. A noite estava linda.
Contei as histórias para uma amiga que vai fazer 50 anos e ela puxou a navalha da ironia: “Quando você tinha 30 anos não tratavam você assim, né, gato”?
Verdade. Aos 30 anos eu estava casado e sofria apenas rejeição doméstica, causada por mau humor e dores de cabeça. Mas a minha amiga tem razão ainda assim. Gente jovem e bonita leva menos mancada. Acho que o Cauã Reymond não sabe o que é esse tipo de bolo. E duvido que a Camila Pitanga tenha esperado alguém por mais de cinco minutos. Na vida. Mas isso (além de ser piada) é apenas parte da explicação.
Tenho certeza que esse comportamento frívolo tem menos a ver com quem o sofre e mais com a cabeça de quem age assim. É um problema pessoal, que se insere num quadro coletivo. Faz parte dos tempos esquisitos que vivemos.
Parece que boa parte do mundo fez 10 anos de psicanálise ruim e concluiu que a única coisa que importa é sua vontade imediata. Os códigos de conduta que regem as relações pessoais são abandonados em nome do desfrute instantâneo: marquei com você, mas apareceu algo melhor, tchau! Estava com ela; mas pintou uma mulher irresistível, fui! Tínhamos um compromisso, mas deu vontade de fazer outra coisa, lamento!
As pessoas, na verdade, não sabem o que desejam, por isso oscilam em suas vontades feito pêndulo de relógio. Estão perdidas em meio a um surto geral de histeria que atinge homens e mulheres e rivaliza com o H1N1.
O cara acha bacana a moça com quem saiu na balada, mas, tão logo aparece outra mais bonita, ele tem vontade de trocar. Como não dá para fazer isso (embora uns caras tentem) ele fica emburrado, frustrado, e começa a tratar mal a moça que está com ele, porque a presença dela o impediu de ser feliz. Já presenciaram esse tipo de cena? É típica entre adolescentes de 15 a 60 anos.
Marcar um compromisso e mudar de ideia na última hora revela o mesmo mecanismo. Quando combina, a pessoa está curtindo a ideia de sair com Fulano ou Beltrana. Mas aí começam a aparecer outros programas, outras possibilidades, e aquele desejo inicial vai perdendo o foco e enfraquecendo, até que vira uma repulsa tediosa. Então a pessoa se evade.
Anote: sempre haverá uma coisa melhor a fazer para quem não sabe o que fazer, para quem não sente o que deseja.
Tenho a impressão que viramos um planeta de crianças mimadas. De várias cores, idades e religiões. Queremos tudo a cada instante, mas logo enjoamos do que quer que seja. Não existe uma norma clara e um limite ao nosso prazer. Podemos tudo e desejamos tudo, aqui e agora. Quando nos frustram, deitamos no chão, berramos e esperneamos, certo? Estranha encenação de vida adulta.
Também existe em nosso meio um sentimento permanente de solidão. Estamos cercados de gente, mas, ainda assim, um bicho de dentes enormes nos consome internamente. Nossa voz interior nos apavora. Então marcamos mais coisas, chamamos mais pessoas, combinamos de sair com mais desconhecidos – mas, lá no fundo, algo em nós se rebela contra as aspirinas inúteis. Na hora de aparecer, comparecer e estar presente, damos para trás, mudamos de ideia, corremos em outra direção: “Vou furar, desculpe”.
Apesar da falta de educação e dos filmes que se vai queimando no caminho, não haveria nada de errado com esse esse jeito de proceder se ele funcionasse para genuíno contentamento das pessoas que o praticam. Mas não funciona. Não me parece que as pessoas que agem assim sejam mais felizes do que as outras. No longo prazo, quem faz as coisas direito ainda se dá melhor. Quem respeita, cuida e se preocupa em manter compromissos, projeta uma imagem que atrai mais gente – e gente de melhor qualidade, com mais autoestima.
A decisão inconsequente de curto prazo, o trato leviano com os outros, isso tudo funciona para relações relâmpago, mas tem custo social elevado. Ao menos é isso que sugerem antropólogos e psicólogos. Eles dizem que vivemos numa sociedade de reciprocidades. Atitudes egoístas causam ressentimento e provocam isolamento, que é tudo o que as pessoas estão tentando evitar.
Mas isso tudo, francamente, é uma conversa longa demais para um problema simples.
A verdade é que gente que desconsidera os outros – qualquer outro - é apenas um saco. Quem marca e não vem, quem convida e não vai, quem fura, dá bolo e finge de morto não tem absolutamente nada a ver. Pode arrumar para si mesmo as desculpas que quiser, mas comete uma puta grosseria. É simples assim. Se os que agem dessa forma são 10% ou 70% das pessoas adultas, não faz a menor diferença: um monte de gente procedendo errado não fará o mundo dar certo, nem que isso vire a norma.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/04/desculpe-vou-furar.html
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