Era fatal. Toda vez que acusava meus medos de dormir sozinho no quarto, atravessar o corredor para beber água de madrugada, pedalar sem rodinhas pelo quintal ou atravessar as raias da piscina sem boia, alguém mais velho me encarava e perguntava, em tom de desafio: “Mas você é homem ou é um saquinho de pipoca?”
Às vezes, de tanto medo, dava até vontade de dizer: “saquinho de pipoca”. Na infância, poderia ser menos apavorante ser um saquinho de pipoca, seja lá o que isso significasse, do que enfrentar situações adversas, como envelhecer e se virar sozinho.
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