quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Turn your weapons to Snow!

Reeeeeeeeeeeeem



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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Onde está o centro do Brasil?

EUGÊNIO BUCCI
15/11/2015 - 10h00 - Atualizado 15/11/2015 10h00

Quando Juscelino Kubitschek resolveu construir Brasília bem no miolo do longínquo Estado de Goiás, tinha na cabeça, ou no coração, alguma fantasia sobre as virtudes do “centro”. Plantada bem no meio do mapa do Brasil, a capital federal estaria num ponto equidistante entre os extremos e mais propensa a encontrar os denominadores comuns entre os diversos radicalismos, regionais ou ideológicos. Foi assim que, na utopia de concreto do Distrito Federal, a geografia serviu de metáfora para a política. Instalando o centro de decisões no centro do continente, JK quis fundar uma forma de governo que ficasse mais perto de todos, por igual.
É verdade que, hoje, a gente tem a sensação de que Brasília fica longe de todo mundo e só dá ouvidos para os interesses mesquinhos daqueles seres estranhos que fazem negócios por lá. Isso não significa, no entanto, que o sonho de JK fosse despropositado. O vexame brasiliense de nossos dias não prova que ele estivesse errado. Ele apenas acreditou que os desnivelamentos do país poderiam ser superados pelas virtudes do centro geográfico.
A ideia de centro sempre esteve associada à prudência e à sabedoria. A ética de Aristóteles, por exemplo, ensina que a virtude está no meio. Sem pender demasiadamente para o excesso (o esbanjamento) e sem se amofinar na escassez obsessiva (a avareza), o homem encontrará a justa medida das coisas. Um equilibrista que caminha sobre um fio de aço entre dois arranha-céus sabe muito bem disso. Se não estiver consciente de seu “centro de gravidade”, em todo o trajeto, ele cai. Mais ou menos pela mesma razão, os seguidores do psicólogo Carl Gustav Jung recomendam a seus pacientes que fiquem “centrados” para não sair fazendo besteira por aí.
Nada de errado com os equilibristas, com os junguianos ou com a localização de Brasília. É na política – e não na filosofia, na psicologia ou na geografia – que essa história de centro se complica. Os cientistas políticos dizem que a disputa do poder nas democracias contemporâneas tende ao centro. Até aí, até parece simples. Mas o que eles querem dizer com isso, exatamente? Em resumo, é o seguinte: eles acreditam que a maioria dos eleitores fica no centro do espectro ideológico – e espectro ideológico, você sabe, é aquela linha imaginária, mais ou menos reta, que se estende de um ponto que seria a extrema-esquerda até outro ponto, que seria a extrema- direita. De acordo com esse modelo, os candidatos que não saem da extrema-esquerda ou da extrema-direita acabam isolados em segmentos minoritários e perdem as eleições. Para ganhar, é preciso migrar para o centro, onde estão os votos que decidem.
Acontece que, no centro, as identidades perdem sua nitidez. Ficam mais fracas. Seria por isso, ao menos segundo os cientistas políticos, que o PT de hoje parece um PMDBzão de barba, uma ameba continental sem muita consistência ideológica. Ao correr para o centro em busca de votos, teria perdido sua identidade. Que dentro da legenda exista um pessoal chegado em embolsar o Erário é um detalhe, quase uma nota de rodapé na ciência política. O centro, na política, é um conceito ideológico, não ético. E esse conceito ideológico tem identidade fraca.
O centro não passa de uma espécie de média aritmética entre a esquerda e a direita. Se uma ou outra for mais para lá, o centro muda de lugar, entendeu? Estamos falando de um conceito relativo, tão relativo que quem fica muito no centro se perde de suas próprias convicções. Concluindo: se em Aristóteles, na geografia, em Jung ou na arte do equilibrismo o centro é uma virtude, na política o centro tem esse aspecto de, digamos assim, ausência de caráter. Tanto que ninguém gosta de se declarar “de centro”. Quando muito, o sujeito diz que é “de centro-esquerda”.
É uma pena que nossa cultura política tenha se acomodado nisso. É uma pena que “centro” tenha virado sinônimo de falta de identidade. Pena mesmo, pois o que mais falta ao Brasil hoje é uma corrente política que tenha coragem de enxergar soluções tanto na tradição socialista como na tradição liberal e, a partir dessa capacidade, produzir consensos suprapartidários. O Brasil precisa de um centro afirmativo, não envergonhado. Programático, não eleitoreiro.
Também na política, o centro, quando autêntico e renovador, pode ser uma virtude. A saída passa por aí. A única saída passa por aí. Para a política brasileira, o centro se tornou vital. Terá de ser construído com radicalidade, quase que com extremismo (de centro). Pode parecer contraditório, mas é apenas obrigatório.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/eugenio-bucci/noticia/2015/11/onde-esta-o-centro-do-brasil.html 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Pai usa câmera do jeito errado durante toda a viagem e vira hit

Redação/RedeTV!
O irlandês Joseph P. Griffin levou uma câmera GoPro, que ganhou de presente do filho, para uma viagem a Las Vegas, em Nevada (EUA).
Empolgado com o item, ele resolveu registrar vários pontos turísticos da cidade enquanto caminhava pelas ruas. No entanto, ao voltar para a Irlanda, e assistir aos vídeos com o filho, o homem teve uma surpresa: havia filmado tudo no 'modo selfie'. A confusão rendeu cenas hilárias.

"Então... eu dei ao meu pai uma GoProenquanto ele estava em Las Vegas, mas eu não mostrei a ele como usar", conta o filho, Evan. "Então, meu pai sendo meu pai não sabia para onde apontar a câmera".
Ao ver o que o pai aprontara, Evan decidiu colocar as divertidas cenas no YouTube. No vídeo, o pai aparece descrevendo locais que ele pensa estar filmando, enquanto grava, na verdade, apenas o próprio rosto. O diário de viagem hilário ganhou a internet e, desde sexta-feira (13), teve mais de 1 milhão de visualizações.
Assista:

Eles são bons!

Desaprender a amar

IVAN MARTINS
11/11/2015 - 08h45 - Atualizado 12/11/2015 11h07

Eu sentia falta dos pés dela. Toda vez que pensava na ex-namorada, lembrava dela deitada no sofá, com os pés no meu colo. Enquanto conversávamos ou víamos televisão, eu apertava  aqueles pés descalços e macios, numa massagem sem pressa e sem censura. Sempre soube que aquilo me dava prazer, mas não poderia antecipar que aquela cena doméstica, entre tantas outras, ficaria gravada como sinônimo de estar com ela – e me traria tanta saudade no futuro. Não poderia imaginar que essa era a imagem que não seria deletada.
As separações – agora eu sei - não se medem pelo tempo dos relógios ou dos calendários. Elas têm andamento próprio. Avançam e retrocedem ao sabor de eventos invisíveis. Num dia, parecemos prontos a recomeçar. No outro, mal conseguimos sair de casa. Em três meses, quem sabe, talvez já possamos namorar de novo. Mas pode ser que leve um semestre. Ou mais.
Não estamos no controle, percebem? Podemos decidir o que faremos nos próximos 10 anos, mas não o que iremos sentir nas próximas horas. O amor que um dia dividimos se recusa a morrer. Ou nós nos recusamos a permitir que ele morra, porque de alguma forma ele nos define. Dá na mesma.
Enquanto isso, experimentamos uma estranha vida dupla: a de dentro e a de fora. Na vida de fora, há festas, encontros, pessoas passam e sorriem e nós sorrimos de volta, encantados. Trocamos telefones, marcamos encontros, fazemos sexo e ouvimos confidências. Tudo parece avançar. Mas, na vida de dentro, a relação antiga se perpetua, congelada. Imagens do passado irrompem no meio de um beijo no presente. Durante a festa, há uma pontada irracional de ciúme: onde ela estará agora, com quem? Na hora de dormir, a vontade insidiosa de chamar, dizer, contar. Seria tão fácil, tão simples. Por que diabos inventaram o telefone, senão para nos atormentar com as possibilidades do impossível?

Faço drama? Naturalmente, mas pode chamar de literatura. A esta altura da vida – da minha vida, ao menos – está claro que as rupturas são assim. Depois da separação, há um longo período de sombra e turbulência. A gente não se desvincula instantaneamente, mas eventualmente se desvincula. A gente não deixa de gostar de uma hora para outra, mas acaba acontecendo. A gente não controla os sentimentos, mas domina gestos e atitudes – e, cedo ou tarde, os sentimentos se curvam às nossas decisões.
Lembre: as pessoas não viram monstros quando deixam de gostar da gente. De forma nenhuma. Mas tampouco se tornam deusas, heroínas, ou modelos internacionais de caráter e beleza. As qualidades das pessoas que a gente ama são, em larga medida, emprestadas pelo nosso olhar apaixonado. Com o tempo, se soubermos nos conter e esperar, o ex-parceiro será reduzido às suas humanas (e dignas) dimensões. Basta ter paciência e desejar que isso aconteça. Quem quiser passar anos de joelhos no altar do ex-amor passará. É mais fácil do que parece, embora doa.
Durante o longo intervalo do afeto adoecido, não haverá paixão alguma. Em terreno de incerteza e melancolia, novos sentimentos não prosperam. Enquanto a vida de dentro for uma, e a vida de fora for outra, nada importante vai acontecer. Por isso é preciso desaprender a amar. Sem pressa, mas com determinação. Esquecer os pés macios, os olhos amendoados, o cheiro dos cabelos, as piadas íntimas. Que tal dar um basta a isso tudo, solenemente? É possível. Talvez seja imprescindível. Nossa capacidade de amar não pode ser uma arma apontada contra o nosso peito, permanentemente.
As pessoas dizem que só um amor cura o outro. Eu acho o contrário. O novo amor, quando se revela, mostra que a transição foi concluída, que uma ponte foi erguida e que a gente atravessou em direção ao futuro. O novo amor sepulta o outro quando ele – ironicamente – já não precisa mais ser sepultado. Os pés que a a gente massageava viraram lembrança. E ao contrário da foto de Itabira na parede, já não doem.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/11/desaprender-amar.html 

Títulos barangos sempre são boa pedida!

Sobre as férias

(-) Miami é super bacana e quero ficar nadando eternamente!



(-) Orlando é tudo de bom, definitivamente!




sábado, 14 de novembro de 2015

Lenda!

Bombava nas aulas de inglês e no Disk MTV



sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A mulher da foto

CAMILA PAVANELLI DE LORENZI
04/11/2015 - 08h48 - Atualizado 04/11/2015 09h52

Depois de um tempo, é fácil esquecer que as pessoas mortas foram vivas. As pessoas mortas sobrevivem como lembranças. Aquela vez que fomos a Paris. À venda da esquina. Ao simba safári. E vamos nos convencendo disso, que as pessoas mortas das nossas vidas são amálgamas de lembranças sem existência real que não em nossas cabeças, nas nossas e, no máximo, nas daqueles que compartilham conosco a pessoa morta em questão. É difícil, é difícil lembrar que aquele dia da venda da esquina em que ela me ensinou o que era broto de bambu, não era para ser uma lembrança, era para ser apenas mais um dia igual a todos os outros que se repetiriam pela vida afora. A Paris tudo bem, a Paris as pessoas vão para trazer lembranças, mas à venda da esquina vamos apenas para comprar os ingredientes do almoço.
E então de repente a pessoa morta existe como lembrança não apenas para mim meu pai minha avó minha tia mas também para dezenas, centenas de pessoas que não conheço, que não me conhecem, que só sabem de mim como a filha daquela moça que morreu, coitada.
Esta semana conheci uma mulher que conheceu minha mãe – só de longe, só de vista. A mulher nem sabia que minha mãe tinha morrido, mas minha mãe já sobrevivia como lembrança na cabeça dela.
“Era uma mulher elegantíssima”, disse.
Contei sobre o acidente. Minutos depois, ela volta com o marido. Perguntou se ele se lembrava de algum acidente fatal, há não sei quantos anos, na avenida tal e tal. Sim, ele lembrava. A vítima do acidente tinha sido professora de francês dele.
“Era uma mulher lindíssima”, disse.
Adorei a diferença no adjetivo. A mulher enfatizou o processo, percebeu ali uma inteligência em se vestir, se maquiar, se portar. O homem enfatizou o resultado do processo, a beleza final.
***
Uma amiga minha passou anos de sua vida bastante imersa e paralisada em um relacionamento amoroso naufragado. Fiquei com bastante aflição dessa amiga (não por acaso ela é e sempre será minha amiga). Eu, afundada no relacionamento amoroso primordial.
***
E tem as fotos. Uma foto, no caso. Não a foto que está na sala, esta é a foto para a qual se olha e não mais se vê. Mas uma foto 5×7, dessas de passaporte, com a diferença de que minha mãe está posicionada obliquamente em relação à câmera, o olhar firmemente centrado no além. Uma mulher tão diferente de mim. A pele tão mais escura, o cabelo tão mais crespo, o olhar mais expressivo, o nariz menos escandaloso, a boca menos desmesurada. E essa mulher que está lá, que não tem nada a ver comigo – existiu. Essa mulher abriu conta no banco. Tocou Chopin no piano. Virou a noite preparando aula. E eu não sei nada sobre essa mulher exceto esses detalhes. Exceto o que me contam. Exceto que, às vezes, sobrevém o horror.
***
“Pouco tempo depois que ela morreu, a escola de francês fechou, né?”, comentei com o homem de quem minha mãe tinha sido professora. Foi sim, ele respondeu. “Ela era a alma do negócio”.
Elegantíssima, lindíssima, alma do negócio – qualificadores que me são estranhos, que não brotaram da minha cabeça, que jamais apliquei a ela, e que não obstante não são menos legítimos que os meus. Eles não se aplicam à minha mãe. Eles se aplicam à mulher da foto.
***
O horror em nada se parece com a ausência da mulher da foto. É difícil ligar os pontos e acreditar que a mulher que existiu, a mulher da foto, é a mesma pessoa que mora na minha cabeça. Tenho muito mais intimidade com a pessoa que mora na minha cabeça. Convivo com ela há vinte e três anos.
Com a mulher da foto, convivi apenas dez.
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Camila Pavanelli de Lorenzi é psicóloga formada pela USP, doutoranda de psicologia social e ativista ambiental, responsável pelo Boletim da Falta D’água em São Paulo. Escreve a coluna de hoje como parte do projeto #AgoraÉQueSãoElas, pelo qual, nesta semana, os homens colunistas cedem seus espaços para que mulheres tratem dos temas que lhes pareçam relevantes

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/11/mulher-da-foto.html 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Por que os racistas estão soltos?

IVAN MARTINS
02/11/2015 - 19h38 - Atualizado 02/11/2015 19h38

Taís Araújo é linda. Eu a vi há duas semanas, no teatro, dividindo o palco com o marido, Lázaro Ramos. Não fiquei apaixonado pela peça – O topo da montanha, sobre o líder negro americano Martin Luther King – mas me emocionei ao ver Taís e Lázaro de perto, interpretando. Ele tenso e contido; ela, furiosa e sarcástica. Senti que me enchia de orgulho por eles. Por formarem um casal bonito e talentoso. Por usarem sua arte e sua notoriedade para falar de coisas importantes. Por serem brasileiros negros que abraçam sua identidade de forma tão natural. Acho que qualquer um que tenha sensibilidade para as questões raciais – como eu tenho – se sentiria tocado. Não há muitos casais como Taís e Lázaro no Brasil. Eles merecem admiração, respeito e carinho.
No entanto, abri a internet ontem e dei de cara com a notícia de que o perfil de Taís no Facebook fora vandalizado com comentários racistas. Coisa pesada. “Já voltou da senzala?”, “Quem postou a foto desse gorila no Facebook?”, “Crioula vadia”, “Não sabia que no zoológico tinha câmera”. Se a gente olha as imagens, percebe que todos os comentários foram feitos mais ou menos no mesmo horário. Pode ser trabalho de uma pessoa ou de um grupo organizado. De qualquer forma, uma hora depois de publicados, alguns dos comentários já tinham 250 Likes. Isso quer dizer que muita gente achou as ofensas bacanas.
O que dizer sobre isso? Três coisas.
1. Esse episódio demonstra que o racismo, embora socialmente moribundo, ainda existe entre nós. Os racistas se escondem atrás de perfis falsos do Facebook e do Twitter, não se atrevem a sair à luz do dia, mas estão aí - assim como es pessoas que apertam o botão de curtir para eles. Juntos, os racistas e seus simpatizantes constituem uma ínfima e doente minoria, gente que vive num gueto mental a cada dia menor e mais clandestino. A reação automática de apoio a Taís, que envolveu dezenas de milhares de pessoas, mostrou de novo que o país não quer nada com essa gente. Ainda assim, é preciso combatê-los. Num pais que sofreu mais de 300 anos de escravidão, que sequestrou 3 milhões de homens, mulheres e crianças na África para que trabalhassem até morrer, que produziu, em consequência disso, um dos modelos sociais mais desumanos e desiguais do mundo, racismo não é conversa de salão. A escravidão foi o nosso Holocausto e os racistas são o equivalente moral dos nazistas. Tolerá-los é uma forma suicida de leviandade.
2.  Por que a Polícia Federal e o Ministério Público não tratam esse assunto como prioridade? Em julho, houve ataques racistas contra a Maria Julia Coutinho, a Maju, que apresenta previsão do tempo do Jornal Nacional. Agora a vítima é a Taís Araújo. Talvez haja um grupo organizado de racistas se aproveitando do vale tudo ideológico que virou o Brasil para tirar as manguinhas de fora na internet. As pessoas comuns saem em defesa das vítimas de racismo, criam hashtags dizendo #eusouTaís e #eusouMaju, se solidarizam, mas cadê a lei para identificar e punir os criminosos? No caso da Maju, havia mais de 12 comentários racistas na página do JN do Facebook, mas a polícia, segundo eu consegui apurar, só achou um culpado:um adolescente de 15 anos de Carapicuíba, em São Paulo, inimputável. Cadê os outros? Será que o empenho em achar delinquentes e “passar o país a limpo” só vale para as grandes operações políticas? Os brasileiros negros e outras pessoas de bem que pagam os salários dos procuradores gostariam de ver os racistas da internet sendo conduzidos sob escolta da polícia federal para a carceragem. Afinal, racismo não é menos crime do que corrupção.
3. Quando o Facebook vai começar a agir de forma eficaz contra gente que usa suas páginas para cometar crimes? Se eu postar a foto de um peito feminino ou de uma índia nua na minha página do Face, serei tirado do ar, mas os caras que postam comentários racistas não são incomodados pelo sistema de vigilância automático da rede social. Por quê? Se aqui, no site da Época, eu publicar ofensas racistas, a revista será responsabilizada judicialmente. O Facebook, não. Serve de plataforma para bandidos e não arca com o custo moral ou legal desse comportamento. Embora fature US$ 15 bilhões por ano, a empresa de Mark Zuckerberg alega não ter como filtrar postagens escritas sem cometer erros e censura. Seus executivos dizem que a denúncia posterior é a única forma adequada de controle - mas ela já se mostrou grotescamente imperfeita, como nos casos de Taís e Majou. O Facebook dá a si mesmo 24 horas depois da denúnca para reagir a um ataque contra uma pessoa ou um grupo. E pode decidir que nem é o caso de tirar as agressões do ar. Não sei quanto a vocês, mas eu acho isso totalmente inadequado. Uma empresa tão rica e tão poderosa, que se tornou tão influente, tem de fazer melhor. Não pode dar palanque a gente que difunde o ódio e alegar que não há meio de barrá-los. Isso simplesmente não serve. Eu, você, a Maju e a Taís temos o direito de exigir mais. Que, na verdade, é o  mínimo

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/11/por-que-os-racistas-estao-soltos.html