quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Relembrando

E hoje que eu achei esse e-mail do Igor?

Do dia 13/06/2009

Boletim Semana #7 - Para Lorena



Ahhh Loiraaaaa,

Vc não é fácil não!!!! Que vida boa é essa sua aí??? Fica viajando pra cima e pra baixo e depois vem falar do presidente “olha o Lula indo” “olha o Lula vindo”. Tah vendo no que dá falar dos outros... agora eu posso fala de vc: “olha a Loira indo”... e o pior de tudo é que eu sei mt bem o seu esquema aí na Europa... tudo bem vc consegue enganar o Bruno, Varandinha, a Pó, a Isa, a Grá, Lá, a Má, a Gi, a Va, a Tê e Cia mas o Igor vc tem que treinar mt ainda. Eu tenho uma informante aqui no Brasil que está passando informações da sua pessoa e de seu familiares... tah curiosa para saber quem é??? Pois é o que eu posso falar que é uma fonte mt confiável... dá uma olhada na foto dela:



E aí vc se lembra dela??? Aposto que não.... mas seu pai conhece ela mt bem...

Vai outra dica dah uma olhada para a mão dela... esse L não te lembra ninguém???

Mais outra dica o nome dela é Ledinalva...

É ela mesmo... minha nova amiga a irmã do Lula.

Foi ela quem me falou o esquema do seu pai para ficar mandando dinheiro aí pra vc ficar viajando por toda a Europa... e depois fica invetando desculpas para os amigos que está procurando emprego na Europa.

Que vergonha em Lorena, antes eu criticava o Bruno por explorar a mãe dele, por ter acabado com tds os sonhos dela... mas pelo menos tudo foi feito por meios lícitos... a Beth (mãe do Bruno) abriu mão do seu grande sonho que era comprar um Ecosport:


A economia de toda uma vida foi dada para o filho estudar na Europa... dinheiro suado, lícito e limpo.... esse filho ingrato foi para Europa, mas ela não desistiu do sonho dela, ela falou “não compro meu ecosport mas compro pelo menos um Fiseta Sedan”:
 Mas a Ingratidão do filho não ia parar por aí. Se não bastasse ter acabado com o sonho de uma mãe de ter o carro da sua vida, ele começou a exigir e fazer ameaças a sua mãe que ele precisava de dinheiro para fazer um tour pela Europa. Esse menino ingrato dizia coisas para sua própria mãe que eu tenho vergonha de escrever aqui... mas td bem, pelo menos o dinheiro era limpo.

Beth desesperada tinha duas alternativas: abrir mão do seu “meio” sonho, pois a outra metade o seu filho já tinha consumido na Europa com festas, gandaias e bebedeira. Ou seja, ela venderia seu meio sonho e voltaria a andar de Escort:


Ou então ela teria que trabalhar como uma louca para manter os luxos do filho na Europa. E essa foi a escolha dela. A Beth começou a vender amendoim ao redor das 27 lagoas que “sete lagoas” possui, isso depois de dar aula em dois turnos no Regina Pacis:

Essa foto é do Seu Vanildo, grande amigo de Beth e que também pertence a AVASEL (Associação de Vendedores de Amendoim de Sete Lagoas). Seu Vanildo ajudou bastante, pois na hora do cansaço era ele que vinha com palavras amigas de conforto e motivação...

Para completar o alto orçamento que seu filho ingrato lhe cobrava Beth começou a fazer coxinhas e croquetes para fora... foram inúmeras noites perdidas para atender os inúmeros pedidos:

Nessa foto da direita para esquerda temos a Beth com sua melhor amiga inseparável Nádia e por último o Breno (irmão do Bruno). Nessa foto vemos o valor de uma família, olha no rosto deles a felicidade, embora todas as dificuldades, podemos ver o esforço e a dedicação!!!

Mas o sucesso dos “Croquete da Dona Beth” não eram suficientes para ficar pagando as compras de jaquetas em botiques francesas. Ela montou um carrinho de pipoca para vender os famosos Palrinets (amendoim doce) da Dona Beth em frente aos 27 parques que Sete Lagoas possui (um para cada lagoa):

Foto de Bete... guerreira... mais uma vez sorrindo!!!

A avó DE Bruno no interior do Pará também ajudou com os biscoitinhos de cupuaçu:


Breno em Uberlândia também deu seu jeito:

O Apai DE Bruno também ajudou, fez um curso a distancia de cabeleireiro e montou um salão para ajudar no orçamento:



Pois é Lorena, estou te contando essa história, que é sim muito triste, mas você sabe muito bem que não foi a Beth quem escolheu ter um filho assim tão ingrato... mas ao mesmo tempo é muito bonita pois toda a família se virou dentro do que era possível e o melhor de tudo com dignidade... mas o mais importante sem se esquecer dos seus sonhos!!!!

Agora voltando ao seu pai...

A Ledinalva me contou não só os esquemas, mas também apontou alguma amizades do seu painho. Mas o melhor de tudo foi o dossiê (todo petista adora um dossiê) que ela me passou com algumas fotos do seu pai... veja aí algumas delas:


Suas amizades com pessoas estranhas começaram já em BH com um povinho da FACE. Abaixo uma foto do seu Pai, Zé Afonso e Cl


Em BH ele tinha outras amizades ainda mais comprometedoras... Nilton Cardoso e Marcos Varértio... amigos de longa data:



Mas seus contatos ultrapassaram as fronteiras de Minas... Contato direto com caciques paulistas:



No Rio ele também tinha seus contatos:


No Nordeste então são várias as lideranças estranhas que seu pai tem contatos...  essa foto com a Roseana é uma delas...




Ledinalva me falou dos esquema de lavagem de dinheiro... que vergonha Lorena... e o pior de tudo, fiquei sabendo que as filhos do seu pai, ou seja você e seus irmãos participam de todo o negócio... dá uma olhada na lista que Lidinalva me passou:

Doleiro amigo da sua mãe = seu pai à representante geral
Leonardo = representante da superintendência Estados Unidos
Lorena = representante da superintendência Europa
Rachel = representante da superintendência América Latina
SA Aparecida = representante em representar à Responsável em disfarçar a atenção da polícia federal... através de venda de cremes da Victoria’s Secret ela consegue lavar quantias enormes de dinheiro. Segundo o mesmo relatório foram vendidos mais de 250 milhões de dólares em creme somente no ano passado.


Resumindo Lorena descobri que sua família é uma verdadeira lavanderia, se o dinheiro não é lavado na Europa ou nos Estados Unidos ele é lavado aqui mesmo e com essências da Victoria’s Secret.

Sendo assim, fica tudo explicado o porquê você tanto viaja na Europa e o porquê seu pai fala tão mal da irmã do Lula... afinal de contas eles são grandes inimigos...

E depois sou eu o VENDIDO!!!!

Ahhh e pra não falar que eu fico falando mal das pessoas pelas costas... estou copiando o Bruno nesse email... mas vê se não deixa seu pai vê-lo pois se não ele vai me capar e nem sua mãe, viu Bruno!!!!

Bjo bjooooo






Abaixo a reportagem original da irmã do Lula (vendida como vc)


A comerciante Ledinalva Silva dos Santos, 51, irmã do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gravou uma mensagem de apoio para o programa eleitoral na TV do prefeito Wilson Santos (PSDB), candidato à reeleição em Cuiabá.

Na gravação, ela compara o tucano ao irmão.

"O Wilson Santos é como o Lula.

Trabalha para o povo e pelo povo. (...)

Então eu acho que eles são parecidos", diz ela na mensagem, exibida na sexta.


Irmã do presidente por parte de pai, Ledinalva mora em Cuiabá há quase 20 anos, em um bairro da periferia.

À Folha disse não "ver problema" em apoiar um partido que faz oposição ao governo do irmão.

"Não vejo problema algum.

O PT não veio aqui pedir meu apoio, o outro [PSDB] veio e estou apoiando. Apóio quem eu quiser."


Segundo ela, o prefeito não "fala mal" do governo federal e a cidade tem sido beneficiada com os programas do PAC.


O PT não lançou candidato próprio na cidade, mas indicou o candidato a vice na chapa de Mauro Mendes (PR).

Ele disse considerar "absurda" a estratégia do PSDB.


O ex-senador Antero Paes de Barros, coordenador da campanha tucana, negou que a irmã do presidente tenha sido procurada.

"Fomos ao bairro para colher depoimentos e ela se ofereceu espontaneamente", afirmou.
(RODRIGO VARGAS








Por que

os finais de semana vão ficando cada vez menores e melhores, e o meio da semana maior e mais chata?

"Osso"

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Habemus Papam

Lembrar para esquecer


O que fazer com a memória? Documentário acompanha a viagem de quatro filhos em busca da vida do pai, um sobrevivente do Holocausto, nos campos de concentração nazistas

ELIANE BRUM
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Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista (Foto: ÉPOCA)ELIANE BRUMJornalista, escritora e
documentarista. Ganhou mais
de 40 prêmios nacionais e
internacionais de reportagem.
É autora de um romance -
Uma Duas (LeYa) - e de três
livros de reportagem: Coluna
Prestes – O Avesso da Lenda
(Artes e Ofícios), A Vida Que
Ninguém Vê
 (Arquipélago
Editorial, Prêmio Jabuti 2007)
e O Olho da Rua (Globo).
E codiretora de dois
documentários: Uma História
Severina e Gretchen Filme
Estrada.
elianebrum@uol.com.br
@brumelianebrum 
- Alô, é do sanatório? Sim, David Fisher fugiu. Mas eu estou aqui com ele. Querem fazer o favor de buscá-lo? Ele está visitando campos de concentração. É sua ideia de férias.
A brincadeira é feita por um dos irmãos do cineasta israelense David Fisher. Neste momento, David e seus três irmãos estão numa van a caminho dos campos de concentração onde seu pai, Joseph, foi confinado pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. É o início da viagem, e eles fazem muitas piadas sobre o fato de terem aceitado o convite do irmão maluco, abandonado suas próprias famílias e iniciado as férias mais estranhas da sua vida. Assim começa “Six million and one” (Seis milhões e um), filme exibido na mostra competitiva do IDFA, um dos festivais de documentários mais importantes do mundo, realizado em Amsterdã, na Holanda, de 16 a 27 deste mês.
O filme toca numa questão em aberto: como a segunda (ou terceira) geração de sobreviventes do Holocausto – ou de qualquer outra tragédia humanitária – lida com a memória. O que se faz com o horror? É possível esquecer? Ou é possível fingir que esquecemos? Ou ainda: como esquecer aquilo que só conhecemos como lembrança dos pais (ou avós)? Há uma diferença entre aquilo que esquecemos porque pode ser lembrado e aquilo que fingimos esquecer porque não podemos lembrar. E por isso ecoa dentro de nós dia após dia.
Os irmãos de David acreditavam que o melhor jeito de lidar com a memória era não lidar. Mas um dia David ligou para suas casas e convidou-os para uma viagem ao passado presente do pai. David tem a autoridade do irmão mais velho. E por esta ou por outras razões naquele momento inconfessáveis, eles aceitaram o convite. Irônicos, afetuosos, rabugentos, mas sempre íntimos, os quatro adultos com rugas no rosto e cabelos rajados de cinza iniciam a jornada rumo ao horror que também os constituía sem jamais ter sido pronunciado.
Enquanto vivera, o pai quase nada havia contado sobre sua vida nos campos de concentração. Apenas os lugares onde esteve e pouco mais. Mas, dois anos antes de morrer, ele escreveu suas memórias num caderno. É o legado do pai. E é este diário que agora queima nas mãos dos filhos. E que David foi o único a ler. “Por que eu preciso passar por isso?”, reclama a irmã, única mulher no grupo. “Eu não preciso visitar campos de concentração. Sempre carreguei isso dentro de mim. Isso sempre esteve lá, no nosso café da manhã.”
Por quê? É o que eles descobrem nessa saga familiar. Em um dos momentos mais belos do filme, todos estão sentados dentro do túnel construído pelos judeus para ser uma fábrica subterrânea de fuselagem para aviões nazistas. É um lugar claustrofóbico e insalubre, e nas paredes há marcas das unhas dos prisioneiros. Pouco antes, o responsável pelo lugar havia dito: “Não é possível que seu pai tenha sobrevivido dez meses cavando esse túnel. A sobrevivência média dos judeus que cavavam era de uma semana”.
O pai sobreviveu a isso e a bem mais do que isso. E ali, no túnel, já varridos por sentimentos contraditórios, os filhos fazem a catarse que pertence a todas as famílias – e que, afinal, é a prova de que sobreviveram. Falam de desamor, de ciúmes, de desamparo, de rivalidades, de raiva. Brigam, choram e riem. E então é preciso sair do túnel e seguir adiante.
Por que é importante lembrar? Essa é a pergunta que diz respeito não só a David e a seus irmãos, mas a todos nós. Por causa dessa indagação universal o filme tem lotado as salas de cinema de Amsterdã. Tudo o que é vergonhoso ou aterrorizante costuma ser relegado ao esquecimento. “É melhor não mexer nisso”. Ou “não vamos falar disso”. Ou ainda o clássico “com o tempo você esquece”. Ou o pior de todos: “não aconteceu”. A verdade, como anos atrás me ensinou uma judia que fugiu da Alemanha nazista e teve a mãe incinerada num campo de concentração, é que, “com o tempo, a gente não esquece”.
Não há como esquecer, é o que também afirmam os veteranos americanos com quem David conversa para saber como foi o dia da libertação. “Nós não sabíamos que havia um campo de concentração ali. Então, quando encontramos os judeus presos lá dentro, sem água nem comida, eles nos cercaram, nos agarraram. Eles tinham fome. E nós demos comida. E demos cigarro porque pediram. E pensávamos que fumariam o cigarro, mas eles comeram o cigarro”, conta o velho soldado. Nesse momento, o queixo do seu companheiro de tropa começa a tremer e logo todo o seu rosto treme. “Nós demos comida, e eles morreram duas horas depois porque o estômago deles não suportava tanta comida. Eu me sinto culpado porque dei comida, e eles morreram.”
É sobre a capacidade humana de produzir horror que o pai de David escreve. “Às vezes, um nazista entrava no dormitório e acordava um de nós. E escolhia outro, muito maior e mais forte para sentar sobre o peito do mais fraco até que ele morresse asfixiado. Eu fingia que estava dormindo enquanto isso acontecia”, é um dos trechos do diário. Ou: “Dentro do túnel, eles botavam gente puxando a carroça no lugar dos cavalos. Lembro de um pai e de um filho, poloneses. O nazista mandou que o filho chicoteasse o pai, mas o menino se recusou. O pai, temeroso pelo filho, ordenou: me chicoteie bem forte”.
Só há um jeito de esquecer o horror: lembrar. É por saber disso que David empurra os irmãos para uma travessia que lhes permita sair mais vivos do outro lado. Se não lidamos com a memória do horror, seja ele qual for na vida de cada um, ele pulsa dentro de nós como um buraco negro que nos engole de dentro para dentro. O horror fica ali, vagando livremente por cada centímetro de nossa vastidão interna, numa repetição sem fim e sem destino. É por isso que no Brasil é preciso que todos compreendam que o acesso à memória é um direito inalienável de cada ser humano – não como vingança, mas para que se possa deixar de vagar pelo não dito e seguir adiante.
A certa altura do documentário, David reproduz um filme caseiro. É o aniversário de uma criança da família. O pai está lá, batendo palmas e quase sorrindo. Mas o pai não está lá. O pai escreveria no diário depois: “Como não podemos esquecer, somos todos atores”. Ele também poderia ter dito: “Como não podemos lembrar, somos todos atores”. Joseph Fisher poderia ter sido o “six million and one”, mas não foi. E, como tantos sobreviventes, é consumido pela culpa. “Por que eu?”, é a indagação incessante que faz a si mesmo.
Só no parapeito da morte o pai sente-se pronto para dar um lugar para o horror. Pela memória do único texto que precisa interpretar, o pai finalmente pode deixar de atuar. O pai então escreve o diário – e transforma o monstro que o come por dentro em palavra escrita. Mas, para que sua sobrevivência ao Holocausto tenha sido não uma morte, mas uma vida, ele precisa endereçar essa memória. Pois a carta que não chega ao seu destino para ser lida pelo outro não é uma carta, mas um esquecimento sem lembrança. E é assim que o diário chega às mãos de David.
Entre todos os irmãos, David é o único capaz de compreender que precisam percorrer o caminho do pai como filhos. David entende que o pai escreve o diário não apenas para poder esquecer, mas para que os filhos tenham uma chance de lembrar. Se, para o pai, foi um diário, caberia aos filhos encontrar a sua forma de materializar e nomear o inominável. Como disse recentemente o psicanalista Paulo Endo, em uma banca de doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, numa frase que é para todos nós: “Em vez de ser perseguido pelo trauma, é preciso perseguir o trauma”. É o que David e seus irmãos fazem ao seguir as pegadas do pai.
Para arrancar os pés do passado e avançar rumo ao futuro é preciso antes fazer marca. Essa é a beleza do humano que, se é capaz de produzir tanto horror, também é capaz de criar beleza a partir do horror. O filme exibido hoje nos cinemas do mundo é a marca que permitiu a David e seus irmãos seguirem adiante levando o legado do pai como vida – e não mais como morte. “Six million and one” é uma bela cicatriz.
(Eliane Brum escreve às segundas-feiras)

Trilhas e barcos levam a praias quase desertas no litoral de SP

Praia deserta? Em São Paulo? Soa estranho, mas o estado ainda tem alguns recantos quase inóspitos, visitados por poucos e privilegiados banhistas. Geralmente, o acesso a essas paisagens tranquilas é feito por barco ou trilha. Quem gosta de aventura e busca sossego pode escolher algumas das praias que o G1 listou e ficam a poucas horas da capital paulista.


http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/11/trilhas-e-barcos-levam-praias-quase-desertas-no-litoral-de-sp.html

domingo, 20 de novembro de 2011

Dúvida

Será que esse deveria ser o caminho???


sábado, 19 de novembro de 2011

A moda dos nomes próprios



Os tempos mudaram. Nenhum bebê nasce hoje e ganha o nome de Maria das Dores ou Maria do Perpétuo Socorro. E Marlene? E Ivonete? Qual bebê nesses tempos modernos é registrado com o nome de Geraldo ou Moacir? Mas um dia já foram. Como havia Das Dores e Socorro nesse Brasil de meu Deus. Socorro!
Tudo era mais simples, bastava dizer Jean-Michel para saber que o cara era francês, por exemplo. Helmut era alemão, Giorgio era italiano, Aiko, japonês, e George, americano, não tinha erro. Não tinha Philippos Petsalnikos que não fosse grego. Não existia Martinho finlandês, Sebastião sueco nem Valdir norueguês. Todo português era Manuel ou Joaquim, com certeza.
Nomes vão e voltam. Entram e saem da moda. Mas venhamos e convenhamos que os brasileiros estão exagerando nos nomes estrangeiros. Como tem nascido brasileirinho e brasileirinha chamados Ronald, Johnny, Giovanna, Giulia, Michelle e Daiani. Assim mesmo, Daiani.
Como era fácil se chamar Roberto. Era só dizer Roberto e pronto. Hoje a mocinha chega e diz o nome:
- Giulianna!
Aí começam as perguntas:
- Com G ou com J?
- Com um L só?
- Com o N duplo?
Os brasileiros inventaram um tal de duplo N, duplo P, duplo L, sem contar que reinventaram o Y. Myriam com Y, Nayr com Y e Lya com Y. Tudo isso sem consultar o numerólogo, aquele capaz de transformar o bom e velho Jorge Ben em Ben Jor.
O mundo da bola é um caso a parte. A seleção de nomes brasileiros em 1958 era Edson, Manoel, Valdir, Djalma, Nilton, Joel. Hoje os brasileirões são outros: Neymar, Madson, Liedson, Evaeveson, Willamis, Sheslon, Mithyuê e Maicosuel. Sem contar o Gerley, o Wendel e o Deivid, é claro.
Pais de meninos que viraram jogadores de futebol gostam de inventar e homenagear. Não temos o Fábio Junior, o Fernando Henrique, o Fagner e o Odivan, uma homenagem àquela velha canção do Roberto? Tudo isso sem contar o Pato, o Ganso, o Leão e outros bichos.
Mas não são só esses pais que andaram inspirados na hora de registrar os filhos. Tem nascido muito Maicojacson e muita Laididai por aí. Outro dia vi um Rolistone dando entrevista na televisão e já teve até deputado chamado Ronivon.
Lembra na era hippie a quantidade de Orvalho, Lua, Amora, Brisa e Sol? Claro que já surgiu muito Gilmar na Copa de 58, Amarildo na Copa de 66 e Rivelino na Copa de 70. Como nasceu Romário na Copa de 94. Mas na última, sinceramente, não há notícia de nenhum registro de Dunga.
Já perceberam que gente pobre não quer mais chamar Sebastião, Valdir ou Jurandir? Nem tampouco Raimunda, Filomena ou Cindalva? Agora é Maicon, Wellerson, William e Davidson. Os nomes que antes eram de pobres, hoje viraram de rico. É só dar uma espiada nas revistas de celebridades. Todo dia nasce um João, um Pedro, um Joaquim. Joaquim só na semana passada foram três.
O caso mais engraçado de tudos aconteceu em Minas Gerais, e não é lenda. Registraram uma menininha com o nome de Elis Chamela de Maria.
- Como vai se chamar o bebê, perguntou a moça do cartório.
E o caipira não titubeou. Ao invés de dizer claramente “Maria, porque eles chamam ela de Maria”, ele disse bem mineiramente:
- Ah, elis chamela de Maria…
E assim nasceu uma brasileira chamada Elis Chamela de Maria.