Ruth Manus
16 Novembro 2016 | 12h15
Bem ou mal, decidi te perdoar
decidi abrir as portas
ir varrendo as folhas mortas
desentupir a minha aorta
e livrar este lugar.
Pode ir, pode ir tranquilo
já enterrei essas mentiras,
já acalmei a minha ira
e eu já sei que a terra gira
mesmo se eu quiser parar.
Não quero justificativas
nem respostas assertivas
(me dizendo que lamenta,
que um dia a mágoa assenta,
e que qualquer hora dessas,
eu aprendo a aceitar).
Não diga nada
pois tantos danos consumados
já ficaram no passado
e estou dando passos largos
pra poder cicatrizar.
Eu quero ver você voando
usufruindo do desmando
libertando as suas ânsias
para aumentar essa distância
até a última instância
pra qual eu possa te afastar.
Siga em frente
não olhe para trás
ainda que você se arrependa
o passado não está à venda
para alterar suas legendas
em cada uma das cenas
que você queria apagar.
Siga em frente,
eu te dou essa anistia
assino a sua alforria
por ato de sua autoria
que eu já parei de questionar.
Voe, voe sim
procure uma nova casa
e bata suas asas,
cada vez mais forte,
rumo a um outro norte
para comemorarmos a morte
dessa mágoa, enfim.
Voe perdoado
voe libertado
voe todo dia,
tranquilamente,
cada vez
para mais longe
de mim.
http://emais.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/eu-te-perdoo/
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