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domingo, 31 de maio de 2015
terça-feira, 26 de maio de 2015
Tatuagem atravessa fase de reinvenção e se afasta cada vez mais de estigmas
Ailim Cabral - Revista do CBRenata Rusky - Revista do CBPublicação:26/05/2015 15:00Atualização: 26/05/2015 14:52
Uma senhora de 90 anos não é nem de longe o estereótipo de pessoa que apareceria em um estúdio de tatuagem. Foi com essa idade que Dona Pifa, hoje com 98, estampou flores na coxa. O caso dela mostra como o público-alvo da tattoo se expandiu. A tecnologia permite traços superiores aos que se fazia no passado. Os estilos também evoluíram. Desenhos com traços finos, delicados, cores vibrantes e/ou aspecto aquarelado ganham cada vez mais adeptos.
Dona Pifa sempre quis ser tatuada, mas conta que era “manobrada”. “Primeiro, meu pai não deixava. Depois, meu marido não deixava. Só deu pra fazer quando me tornei dona do meu próprio nariz”, relata. Amanhã, ela completa as flores na perna com um beija-flor e, a partir de então, começará a usar short, para que todos vejam o desenho. No aniversário de 100 anos, pretende fazer uma estrela no ombro, para exibir quando usar blusas de alça. Questionada sobre a dor, Dona Pifa admite: “Tomei um vinhozinho e um uísque antes. Senti como se fosse uma formiga. Aos 90, já me acostumei com dor”. Pra ela, a juventude está na cabeça e é importante realizar os desejos, mesmo que isso demore décadas.
As flores de Dona Pifa foram um presente do neto, o gaitista Engels Espíritos. “Quando chegamos ao estúdio, o tatuador pirou. Acho que foi a mulher mais velha que ele já tatuou”, conta. Ele calculou que alguns tios e primos poderiam ficar bravos com a surpresa, mas a reação foi positiva. Curiosamente, a atitude da matriarca encorajou vários familiares. Agora, quase todos trazem alguma arte no corpo.
O culto — e o estigma — da tatuagem oscilou ao longo dos tempos. Os motivos sobre a pele já foram usados para distinguir os membros mais valentes de uma sociedade. E também para marcar os indesejáveis e marginalizados. O preconceito enfraquece sempre que a tattoo ressurge como adorno, a meio caminho entre a rebeldia e o fashionismo. Além do aspecto artístico, as pessoas hoje também enxergam a possibilidade de ter uma ligação emocional com o desenho. São mães que eternizam o dia em que deram à luz; namorados que fazem juras de amor.
A assistente administrativa Denise Valéria da Silva Aquino, 51 anos, também demorou um pouco para fazer a primeira tatuagem, aos 30. “Foi por conta da pressão em casa. Meu pai e meus irmãos não aceitavam, achavam que era coisa de marginal”, diz. Atualmente, a cinquentona coleciona 20 desenhos na pele. Uma cobra coral no punho, presente de um sobrinho, foi sua “estreia”. No braço, a tattoo considerada mais importante: homenagem a um filho, morto em 2013. Ela só as faz onde consegue ver. “Onde não vejo, não tem graça”, afirma Denise, uma fã do chamado black work, estilo em que somente tinta preta é usada.
O tatuador Pablo Hermano tem uma teoria sobre a maior quantidade de pessoas interessadas em se tatuar. Ele acredita que o maior acesso à informação, com a internet, mostrou que a arte corporal é milenar e está na base de muitas culturas. “Os índios usavam genipapo; os indianos, hena nas mãos. As pessoas se tocaram da beleza e da naturalidade da tatuagem”, reflete. E menciona o fato de que muitas celebridades ostentam suas tattos, despertando interesse num público amplo. Hermano diz fazer um estilo mais comercial e feminino de tatuagem. “Busco muita referência árabe e indiana”, resume.
Entre os tatuadores, há divergência sobre tratar-se ou não de um modismo. “Não cabe a mim dizer se é moda ou não. Depende de quem está fazendo e os motivos que o levaram a fazer”, opina Hermano. Ele conta que quando começou a tatuar, nos Estados Unidos, todas as mulheres queriam escrever “made in Brazil” no pulso. Também cita épocas em que muitos tatuaram âncoras, borboletas, mandalas, corações e conta que, hoje, muita gente o procura querendo o desenho de uma mão de Fátima (tradicional amuleto contra mau-olhado). Com sua experiência, viu a tattoo old school ressurgir com força e, depois, voltar a ser mais uma variação entre outras. “Fazer uma tatuagem totalmente original é complicado. O diferencial é o estilo”, conclui.
O tatuador Taiom, um dos mais procurados da cidade, vê a questão de outra forma: “Se, hoje, o mundo é multidiciplinar, e a informação viaja em minutos, as influências se cruzam em algum momento, o que se reflete na tatuagem”. Para ele, a popularização dessa forma de expressão era inevitável. “Se hoje as pessoas consomem algum conceito, naturalmente vão querer de alguma forma carregar isso em seu corpo, o que não significa que tatuagem seja moda”, enfatiza.
Ferramentas de trabalho
Da mesma forma que aumentou o contato dos brasileiros com a cultura da tatuagem, cresceu o acesso dos tatuadores aos instrumentos de trabalho. A tatuadora Nashari Katherin conta que, quando começou a trabalhar, há nove anos, fazia tatuagens menores e era bem mais complicado comprar material. “Tínhamos que esperar um fornecedor vir de São Paulo; nós mesmos tínhamos que soldar as agulhas antes de os clientes chegarem. Hoje, vem tudo pronto”, compara.
Ela explica que as tatuagens modernas não perdem a definição como antigamente, embora seja normal que a pele absorva um pouco da tinta. Além disso, ela defende que as tatuagens evoluíram esteticamente: “Eu acho linda quase toda tatuagem, inclusive aquela de cadeia, mas houve uma evolução, sim, que fez com que mais pessoas quisessem se tatuar”. O estilo dela é contemporâneo. Ela explica que uma das características é usar menos o preto chapado e mais texturas com linhas, pontilhados e composições geométricas.
Existe uma nova onda?
O tatuador Daniel Matsumoto tem um traço mais fino. Suas tattoos, geralmente feitas em tinta preta, seguem os preceitos do black work e o dot work (pontilhismo) — duas escolas em evidência. Embora toda tatuagem parta de pontos (os furos da agulha para formar o desenho), o pontilhismo faz uma leitura sofisticada desse recurso, lançando mão de sombras, texturas e de cores diferenciadas.
“Comecei a fazer esse tipo de desenho porque quase ninguém em Brasília fazia. Incorporo muito misticismo, pela influência da cidade, e também tecnologia, que vem da minha criação no Japão”, revela. Geometria sagrada e circuitos também fazem parte do repertório de Daniel. Ele acredita que a visão da sociedade sobre a tatuagem sofreu uma mudança: “A tatuagem e os tatuados saíram de um contexto marginalizado para uma ideia mais comercial”.
Frases, corações, borboletas e “desenhos mais genéricos”, de acordo com Daniel, ganharam espaço. Para ele, a mudança é positiva, pois diminui o preconceito e abre portas para que a tatuagem seja vista como arte. “Existem tatuadores que são contra, grupos mais alternativos que acham que isso é uma apropriação cultural. Eu entendo, mas acho que não devemos ir para nenhum extremo”, pondera.
Rogélio Santiago Paz Neto tatua há 37 anos. É o profissional mais antigo da capital ainda na ativa. Ele acredita que, assim como todas as artes, a tatuagem é cíclica. “Os artistas é que mudaram, começaram a usar mais elementos da arte na tatuagem. Sombra, perspectiva, aquarela, são todas técnicas antigas de desenho”, afirma. “No passado, eu já usei pontilhismo e aquarela, por exemplo. Mas são técnicas que não eram usadas porque precisam de muito cuidado, o pontilhismo pode expandir e borrar; a aquarela pode sumir”, acrescenta. Rogélio defende que o tatuador precisa dominar o máximo de estilos e estar familiarizado com as técnicas da “velha guarda”.
O tatuador Leonardo Chacel também enxerga a popularização da tatuagem com bons olhos. “Não se trata mais de um grupo fechado e erroneamente marginalizado. Hoje, tenho clientes entre 18 e 65 anos. Assim como o público, o espaço e a aceitação dessa arte cresceram”, garante.
Clássicos não envelhecem jamais
Leonardo Chacel tatua há 6 anos e trabalha com todos os estilos, mas é especializado no conhecido como neotradicional (ou new school), inspirado no old school, só que mais elaborado. No old school, só eram usados o preto, o cinza e as “cores do reggae” (vermelho, verde e amarelo). Já o neotradicional tem uma paleta bem maior. “Eu não necessariamente escolhi esse estilo, mas ele se encaixa mais com as minhas influências, como quadrinhos, filmes de terror e ficção cientifica”, explica.
Apesar de ser especializado em desenhos maiores, Leonardo está convencido de que as tatuagens menores, mais delicadas e mais simples tiveram e têm um papel fundamental na aceitação que a tatuagem tem hoje. São muito procuradas, principalmente, por quem está começando a incorporar desenhos à pele.
O neotradional é o estilo preferido estudante Gabriela Costa Gama (Foto 1), 19 anos, dona de 20 tattoos. As mais significativas para ela são a imagem do gato de estimação, no braço, e um camafeu na coxa, em homenagem à avó. Para ela, a tatuagem é uma forma de exercer a liberdade de expressão. “É uma maneira de eternizar algo que sempre vai ter um significado para você”, resume.
Envolvida com arte desde criança, não se lembra ao certo de quando surgiu esse interesse. “Sempre pintei e meu irmão mais velho já tinha tatuagem. A tatuagem sempre representou coisas que eu gostava muito”, declara. A primeira foi feita com 14 anos, um pequeno símbolo da marca Chanel no punho, uma homenagem à figura de Coco Chanel. “Sempre admirei, tanto o trabalho como a mulher. Ela foi muito revolucionária e uma das primeiras mulheres do mundo com ideologia feminista.”
A designer Júlia Oga (Foto 2), 25 anos, celebra o fim do preconceito. “É muito bacana ver mãe e filha fazendo uma tatuagem pequena e delicada juntas. Com certeza, essa mãe vai olhar diferente para uma pessoa toda tatuada”, completa. Recentemente, fez tatuagens no estilo geométrico, com pontilhismo e traço fino, mas afirma não ter um estilo preferido. Um dos desenhos mais queridos representa cristais posicionados logo abaixo do peito. “É um elemento muito bonito, perfeccionista em sua forma natural. Centralizado na minha barriga, funciona quase como um amuleto”, justifica. A vontade de fazer uma tatuagem surgiu com 14 anos, mas o sonho só se realizou aos 18. Apesar de já ser maior de idade, ela admite: “Fiz escondido da minha mãe, com meu primeiro salário”.
Efeito aquarela
Outro estilo permitido pelo avanço técnico — e muito procurado — é a tatuagem com tinta colorida que reproduz o efeito da aquarela. É a chamada watercolor tattoo. A desvantagem de ser uma novidade é que não se sabe ao certo como ela reage com o passar dos anos. Não há idosos com esse tipo de desenho. De acordo com o tatuador Pablo Hermano, isso não é necessariamente um problema. “Tem gente que parte do princípio de que, se o corpo muda, a tatuagem vai junto. Já o pessoal mais tradicional prega que a tatuagem tem que ficar igual pra sempre.”
Por uma tattoo personalizada e autoral
A social media Nina Fontenelle, 22 anos, tem 11 desenhos no corpo. Quatro deles são criações próprias, levemente modificadas pelo tatuador apenas para que fosse possível desenhá-las na pele. O tatuador Pablo Hermano valoriza os traços idealizados pelo cliente, mas também incentiva a criação conjunta. “É a única arte que funciona assim, com o cliente interferindo”, explica.
Quando criança, Nina costumava pintar o corpo todo com canetinha. Ela sempre gostou de desenhar. “Acho uma forma linda de marcar momentos, fases, acontecimentos, e até mesmo sua arte ou a de outras pessoas em si”, declara. A mãe de Nina também ostenta tattoos.
Mais de 49 mil pessoas acompanham as publicações de Nina nas redes sociais. Com isso, muitos acabam imitando as tatuagens dela. “Por exemplo, ela foi a primeira a fazer no pulso e na mão”, conta Hermano. Ela diz levar as “homenagens” numa boa, mas admite: “Não me importo que peguem como referência, mas como cópia, fico chateada. São horas a fio para chegar ao desenho certo. Qualquer artista espera respeito e crédito por sua arte”. Quando os clientes vêm com um desenho pronto nitidamente copiado, os tatuadores tentam dissuadi-los. É um ponto de honra.
Uma longa história
A composição das tintas
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/05/26/noticia_saudeplena,153538/tatuagem-atravessa-fase-de-reinvencao-e-se-afasta-cada-vez-mais-de-est.shtml
Uma senhora de 90 anos não é nem de longe o estereótipo de pessoa que apareceria em um estúdio de tatuagem. Foi com essa idade que Dona Pifa, hoje com 98, estampou flores na coxa. O caso dela mostra como o público-alvo da tattoo se expandiu. A tecnologia permite traços superiores aos que se fazia no passado. Os estilos também evoluíram. Desenhos com traços finos, delicados, cores vibrantes e/ou aspecto aquarelado ganham cada vez mais adeptos.
Dona Pifa sempre quis ser tatuada, mas conta que era “manobrada”. “Primeiro, meu pai não deixava. Depois, meu marido não deixava. Só deu pra fazer quando me tornei dona do meu próprio nariz”, relata. Amanhã, ela completa as flores na perna com um beija-flor e, a partir de então, começará a usar short, para que todos vejam o desenho. No aniversário de 100 anos, pretende fazer uma estrela no ombro, para exibir quando usar blusas de alça. Questionada sobre a dor, Dona Pifa admite: “Tomei um vinhozinho e um uísque antes. Senti como se fosse uma formiga. Aos 90, já me acostumei com dor”. Pra ela, a juventude está na cabeça e é importante realizar os desejos, mesmo que isso demore décadas.
As flores de Dona Pifa foram um presente do neto, o gaitista Engels Espíritos. “Quando chegamos ao estúdio, o tatuador pirou. Acho que foi a mulher mais velha que ele já tatuou”, conta. Ele calculou que alguns tios e primos poderiam ficar bravos com a surpresa, mas a reação foi positiva. Curiosamente, a atitude da matriarca encorajou vários familiares. Agora, quase todos trazem alguma arte no corpo.
O culto — e o estigma — da tatuagem oscilou ao longo dos tempos. Os motivos sobre a pele já foram usados para distinguir os membros mais valentes de uma sociedade. E também para marcar os indesejáveis e marginalizados. O preconceito enfraquece sempre que a tattoo ressurge como adorno, a meio caminho entre a rebeldia e o fashionismo. Além do aspecto artístico, as pessoas hoje também enxergam a possibilidade de ter uma ligação emocional com o desenho. São mães que eternizam o dia em que deram à luz; namorados que fazem juras de amor.
Denise Valéria da Silva Aquino fez a primeira tatuagem aos 30 anos
A assistente administrativa Denise Valéria da Silva Aquino, 51 anos, também demorou um pouco para fazer a primeira tatuagem, aos 30. “Foi por conta da pressão em casa. Meu pai e meus irmãos não aceitavam, achavam que era coisa de marginal”, diz. Atualmente, a cinquentona coleciona 20 desenhos na pele. Uma cobra coral no punho, presente de um sobrinho, foi sua “estreia”. No braço, a tattoo considerada mais importante: homenagem a um filho, morto em 2013. Ela só as faz onde consegue ver. “Onde não vejo, não tem graça”, afirma Denise, uma fã do chamado black work, estilo em que somente tinta preta é usada.
O tatuador Pablo Hermano tem uma teoria sobre a maior quantidade de pessoas interessadas em se tatuar. Ele acredita que o maior acesso à informação, com a internet, mostrou que a arte corporal é milenar e está na base de muitas culturas. “Os índios usavam genipapo; os indianos, hena nas mãos. As pessoas se tocaram da beleza e da naturalidade da tatuagem”, reflete. E menciona o fato de que muitas celebridades ostentam suas tattos, despertando interesse num público amplo. Hermano diz fazer um estilo mais comercial e feminino de tatuagem. “Busco muita referência árabe e indiana”, resume.
Entre os tatuadores, há divergência sobre tratar-se ou não de um modismo. “Não cabe a mim dizer se é moda ou não. Depende de quem está fazendo e os motivos que o levaram a fazer”, opina Hermano. Ele conta que quando começou a tatuar, nos Estados Unidos, todas as mulheres queriam escrever “made in Brazil” no pulso. Também cita épocas em que muitos tatuaram âncoras, borboletas, mandalas, corações e conta que, hoje, muita gente o procura querendo o desenho de uma mão de Fátima (tradicional amuleto contra mau-olhado). Com sua experiência, viu a tattoo old school ressurgir com força e, depois, voltar a ser mais uma variação entre outras. “Fazer uma tatuagem totalmente original é complicado. O diferencial é o estilo”, conclui.
O tatuador Taiom, um dos mais procurados da cidade, vê a questão de outra forma: “Se, hoje, o mundo é multidiciplinar, e a informação viaja em minutos, as influências se cruzam em algum momento, o que se reflete na tatuagem”. Para ele, a popularização dessa forma de expressão era inevitável. “Se hoje as pessoas consomem algum conceito, naturalmente vão querer de alguma forma carregar isso em seu corpo, o que não significa que tatuagem seja moda”, enfatiza.
Ferramentas de trabalho
Da mesma forma que aumentou o contato dos brasileiros com a cultura da tatuagem, cresceu o acesso dos tatuadores aos instrumentos de trabalho. A tatuadora Nashari Katherin conta que, quando começou a trabalhar, há nove anos, fazia tatuagens menores e era bem mais complicado comprar material. “Tínhamos que esperar um fornecedor vir de São Paulo; nós mesmos tínhamos que soldar as agulhas antes de os clientes chegarem. Hoje, vem tudo pronto”, compara.
Ela explica que as tatuagens modernas não perdem a definição como antigamente, embora seja normal que a pele absorva um pouco da tinta. Além disso, ela defende que as tatuagens evoluíram esteticamente: “Eu acho linda quase toda tatuagem, inclusive aquela de cadeia, mas houve uma evolução, sim, que fez com que mais pessoas quisessem se tatuar”. O estilo dela é contemporâneo. Ela explica que uma das características é usar menos o preto chapado e mais texturas com linhas, pontilhados e composições geométricas.
Existe uma nova onda?
O tatuador Daniel Matsumoto tem um traço mais fino. Suas tattoos, geralmente feitas em tinta preta, seguem os preceitos do black work e o dot work (pontilhismo) — duas escolas em evidência. Embora toda tatuagem parta de pontos (os furos da agulha para formar o desenho), o pontilhismo faz uma leitura sofisticada desse recurso, lançando mão de sombras, texturas e de cores diferenciadas.
“Comecei a fazer esse tipo de desenho porque quase ninguém em Brasília fazia. Incorporo muito misticismo, pela influência da cidade, e também tecnologia, que vem da minha criação no Japão”, revela. Geometria sagrada e circuitos também fazem parte do repertório de Daniel. Ele acredita que a visão da sociedade sobre a tatuagem sofreu uma mudança: “A tatuagem e os tatuados saíram de um contexto marginalizado para uma ideia mais comercial”.
Engels Espíritos apoiou a atitude da avó: tattoo de flores foi um presente de aniversário
Rogélio Santiago Paz Neto tatua há 37 anos. É o profissional mais antigo da capital ainda na ativa. Ele acredita que, assim como todas as artes, a tatuagem é cíclica. “Os artistas é que mudaram, começaram a usar mais elementos da arte na tatuagem. Sombra, perspectiva, aquarela, são todas técnicas antigas de desenho”, afirma. “No passado, eu já usei pontilhismo e aquarela, por exemplo. Mas são técnicas que não eram usadas porque precisam de muito cuidado, o pontilhismo pode expandir e borrar; a aquarela pode sumir”, acrescenta. Rogélio defende que o tatuador precisa dominar o máximo de estilos e estar familiarizado com as técnicas da “velha guarda”.
O tatuador Leonardo Chacel também enxerga a popularização da tatuagem com bons olhos. “Não se trata mais de um grupo fechado e erroneamente marginalizado. Hoje, tenho clientes entre 18 e 65 anos. Assim como o público, o espaço e a aceitação dessa arte cresceram”, garante.
Clássicos não envelhecem jamais
Leonardo Chacel tatua há 6 anos e trabalha com todos os estilos, mas é especializado no conhecido como neotradicional (ou new school), inspirado no old school, só que mais elaborado. No old school, só eram usados o preto, o cinza e as “cores do reggae” (vermelho, verde e amarelo). Já o neotradicional tem uma paleta bem maior. “Eu não necessariamente escolhi esse estilo, mas ele se encaixa mais com as minhas influências, como quadrinhos, filmes de terror e ficção cientifica”, explica.
Apesar de ser especializado em desenhos maiores, Leonardo está convencido de que as tatuagens menores, mais delicadas e mais simples tiveram e têm um papel fundamental na aceitação que a tatuagem tem hoje. São muito procuradas, principalmente, por quem está começando a incorporar desenhos à pele.
Gabriela Costa Gama, 19 anos, dona de 20 tattoos
Envolvida com arte desde criança, não se lembra ao certo de quando surgiu esse interesse. “Sempre pintei e meu irmão mais velho já tinha tatuagem. A tatuagem sempre representou coisas que eu gostava muito”, declara. A primeira foi feita com 14 anos, um pequeno símbolo da marca Chanel no punho, uma homenagem à figura de Coco Chanel. “Sempre admirei, tanto o trabalho como a mulher. Ela foi muito revolucionária e uma das primeiras mulheres do mundo com ideologia feminista.”
Júlia Oga, 25 anos, celebra o fim do preconceito
Efeito aquarela
Outro estilo permitido pelo avanço técnico — e muito procurado — é a tatuagem com tinta colorida que reproduz o efeito da aquarela. É a chamada watercolor tattoo. A desvantagem de ser uma novidade é que não se sabe ao certo como ela reage com o passar dos anos. Não há idosos com esse tipo de desenho. De acordo com o tatuador Pablo Hermano, isso não é necessariamente um problema. “Tem gente que parte do princípio de que, se o corpo muda, a tatuagem vai junto. Já o pessoal mais tradicional prega que a tatuagem tem que ficar igual pra sempre.”
Por uma tattoo personalizada e autoral
A social media Nina Fontenelle, 22 anos, tem 11 desenhos no corpo. Quatro deles são criações próprias, levemente modificadas pelo tatuador apenas para que fosse possível desenhá-las na pele. O tatuador Pablo Hermano valoriza os traços idealizados pelo cliente, mas também incentiva a criação conjunta. “É a única arte que funciona assim, com o cliente interferindo”, explica.
Nina Fontenelle, 22 anos, tem 11 desenhos no corpo
Quando criança, Nina costumava pintar o corpo todo com canetinha. Ela sempre gostou de desenhar. “Acho uma forma linda de marcar momentos, fases, acontecimentos, e até mesmo sua arte ou a de outras pessoas em si”, declara. A mãe de Nina também ostenta tattoos.
Mais de 49 mil pessoas acompanham as publicações de Nina nas redes sociais. Com isso, muitos acabam imitando as tatuagens dela. “Por exemplo, ela foi a primeira a fazer no pulso e na mão”, conta Hermano. Ela diz levar as “homenagens” numa boa, mas admite: “Não me importo que peguem como referência, mas como cópia, fico chateada. São horas a fio para chegar ao desenho certo. Qualquer artista espera respeito e crédito por sua arte”. Quando os clientes vêm com um desenho pronto nitidamente copiado, os tatuadores tentam dissuadi-los. É um ponto de honra.
Uma longa história
A origem exata da tatuagem é incerta, mas pesquisas sugerem que remonta à pré-história. Diversos povos ao redor do mundo têm usado seus corpos como telas por motivos variados há milhares de anos. O analista de marketing digital Hernani Silva se dedica ao estudo da arte corporal há cerca de cinco anos e tem um blog especializado no assunto. De acordo com ele, a arte de fazer desenhos por meio da injeção de tinta surgiu em diferentes partes do mundo ao mesmo tempo, com propósitos diversos.
Em seu blog, que recebe cerca de 255 mil visitas por mês, Hernani menciona uma hipótese sobre o surgimento da tatuagem. Marcas acidentais, causadas em lutas ou guerras, se tornavam motivo de orgulho para o homem, pois expressavam a vitória. A partir de então, surgiu o hábito de fazer marcas permanentes na pele, o que eventualmente evoluiu para a tatuagem. Os desenhos no corpo passaram a ser usados para eternizar momentos importantes, como nascimentos, a chegada da puberdade e a morte.
Na década de 1930, a tatuagem chegou ao Ocidente. Os marinheiros foram os precursores, e os desenhos permaneceram como marca registrada dos homens do mar até a década de 1950. Como não tinham boa condição financeira ou influência social, fizeram da tatuagem algo popular em ambientes como guetos, prostíbulos e tavernas. A partir de então, começaram a fazer parte da subcultura de gangues e prisões. Somente no fim da década de 1970, a tatuagem ganhou novas significações.
No Brasil, segundo a doutora em antropologia Andrea Perez, o sentido estigmatizador do uso da tatuagem começou a mudar nos anos 1980, com o estabelecimento de lojas especializadas, com equipamentos modernos e materiais descartáveis. Houve a profissionalização dos tatuadores, mas mudou, sobretudo, a percepção social sobre o assunto.
Informações importantes
Em seu blog, que recebe cerca de 255 mil visitas por mês, Hernani menciona uma hipótese sobre o surgimento da tatuagem. Marcas acidentais, causadas em lutas ou guerras, se tornavam motivo de orgulho para o homem, pois expressavam a vitória. A partir de então, surgiu o hábito de fazer marcas permanentes na pele, o que eventualmente evoluiu para a tatuagem. Os desenhos no corpo passaram a ser usados para eternizar momentos importantes, como nascimentos, a chegada da puberdade e a morte.
Na década de 1930, a tatuagem chegou ao Ocidente. Os marinheiros foram os precursores, e os desenhos permaneceram como marca registrada dos homens do mar até a década de 1950. Como não tinham boa condição financeira ou influência social, fizeram da tatuagem algo popular em ambientes como guetos, prostíbulos e tavernas. A partir de então, começaram a fazer parte da subcultura de gangues e prisões. Somente no fim da década de 1970, a tatuagem ganhou novas significações.
No Brasil, segundo a doutora em antropologia Andrea Perez, o sentido estigmatizador do uso da tatuagem começou a mudar nos anos 1980, com o estabelecimento de lojas especializadas, com equipamentos modernos e materiais descartáveis. Houve a profissionalização dos tatuadores, mas mudou, sobretudo, a percepção social sobre o assunto.
Informações importantes
- Menores de 18 anos só podem ser tatuados com autorização por escrito dos pais ou responsáveis.
- As tatuagens são feitas com agulhas descartáveis e nunca devem ser reutilizadas, ainda que na mesma pessoa.
- Terminada a tatuagem, é necessário fazer um curativo no local com uma pomada que contenha ácido dexpantenol para reconstituir a pele.
- O sol provoca uma reação alérgica que faz com que a tinta da tatuagem se expanda na pele. A olho nu, tem-se a impressão de que a tinta se espalhou, portanto, é importante passar filtro solar com fator 50.
- Banho de mar e de piscina deve ser evitado na primeira semana pós-tatuagem.
- Checar se o estúdio tem alvará de funcionamento e se está com as licenças sanitárias em dia.
- É importante verificar se a tintafornecida no estúdio é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A composição das tintas
- A grande maioria das tintas são feitas à base de pigmentos derivados de metais, portanto, podem causar reaçõess alérgicas. É importante testá-las em uma parte do corpo antes de começar a aplicar na pele. Se você já tem muitas alergias, é melhor optar por pigmentos hipoalergênicos.
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/05/26/noticia_saudeplena,153538/tatuagem-atravessa-fase-de-reinvencao-e-se-afasta-cada-vez-mais-de-est.shtml
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Homens feministas
IVAN MARTINS
20/05/2015 - 08h55 - Atualizado 20/05/2015 10h28
Convenhamos: feminismo entre nós é uma palavra associada a senhoras mal-humoradas que não cuidam das unhas. Não parece coisa de mulher bonita e muito menos de homens. No entanto, é. Algumas das mulheres mais atraentes que eu conheço são feministas. Assim como os caras que eu respeito. Parece ser um atributo de cultura e modernidade. Gente legal e instruída tende a ver o mundo como um lugar onde as mulheres ainda são discriminadas. Outro tipo de gente acha que o mundo está bem como está, com as mulheres ganhando menos que os homens, fazendo todo o trabalho de casa e, vira e mexe, sendo espancadas ou mortas porque resolveram abandonar um desequilibrado. Qual é a sua turma?
A minha eu defini faz tempo: gosto de mulher. Gosto de conversar com elas, de namorá-las e de trabalhar com elas. Aprecio a influência feminina na minha vida pessoal, na vida do meu país e da empresa em que eu trabalho. Acredito em igualdade, aplaudo a liberdade sexual e afetiva das mulheres, apoio sem restrições a briga delas para serem respeitadas nas ruas, nas baladas e no trabalho. Acho que o mundo será melhor quando poder e dinheiro forem repartidos de forma mais igualitária entre homens e mulheres. Sinto, fundamentalmente, que a melhoria da vida das mulheres é do meu interesse como homem. Ela me liberta da função de macho provedor e protetor que a esta altura da existência se tornou opressiva.
Essas opiniões e sentimentos fazem de mim um feminista? Naturalmente, mas nem vejo como poderia ser diferente. Desde criança, vivo cercado por mulheres inteligentes e interessantes. Muitas delas lindas. Nunca me passou pela cabeça que eu pudesse ser de alguma forma superior a elas. Diferente, sim; mas não melhor. Elas sempre foram tão bem quanto eu na escola, tenho visto como são bem-sucedidas no trabalho e, na intimidade, não canso de admirar os malabarismos que fazem para equilibrar funções de mãe, mulher e profissional. É um show de competência que poucos homens são capazes de reproduzir. Essas evidências sugerem para mim que o contrário do feminismo hoje em dia é machismo puro e simples - algo tão injustificável quanto racismo ou homofobia. Incompatível com o tempo em que vivemos.
Essas opiniões e sentimentos fazem de mim um feminista? Naturalmente, mas nem vejo como poderia ser diferente. Desde criança, vivo cercado por mulheres inteligentes e interessantes. Muitas delas lindas. Nunca me passou pela cabeça que eu pudesse ser de alguma forma superior a elas. Diferente, sim; mas não melhor. Elas sempre foram tão bem quanto eu na escola, tenho visto como são bem-sucedidas no trabalho e, na intimidade, não canso de admirar os malabarismos que fazem para equilibrar funções de mãe, mulher e profissional. É um show de competência que poucos homens são capazes de reproduzir. Essas evidências sugerem para mim que o contrário do feminismo hoje em dia é machismo puro e simples - algo tão injustificável quanto racismo ou homofobia. Incompatível com o tempo em que vivemos.
Cem anos atrás, quando as mulheres começaram a se tornar independentes, surgiu entre os homens o medo de que seria impossível se relacionar com elas. Temia-se que ficassem masculinizadas. Era bobagem. As mulheres de hoje são fisicamente mais bonitas e intelectualmente mais interessantes que as avós delas. Têm mais repertório, exibem mais personalidade, fazem estripulias notáveis na cama - porque gostam, não porque se espera delas. Conviver com essas mulheres em pé de igualdade dá trabalho, mas é uma delícia. O sujeito que enxerga nas mulheres apenas pedaços obedientes de carne perde isso tudo. Limita-se a desfilar com dondocas de bunda dura que ainda não baixaram o aplicativo feminista do século XXI. As lerdas, na minha modesta opinião.
Recentemente, temos ouvido falar sobre estupros nas universidades. Eles sempre aconteceram, mas só viraram notícia porque grupos feministas nas escolas estão pressionando as autoridades a agir contra os estupradores. Antes, eles levavam uma bronca e não acontecia mais nada - afinal, eram meninos de boas famílias. Agora, esses criminosos correm o risco de terminar onde devem, na cadeia. Graças às meninas militantes. Isso é feminismo. Jura que você é contra?
Recentemente, temos ouvido falar sobre estupros nas universidades. Eles sempre aconteceram, mas só viraram notícia porque grupos feministas nas escolas estão pressionando as autoridades a agir contra os estupradores. Antes, eles levavam uma bronca e não acontecia mais nada - afinal, eram meninos de boas famílias. Agora, esses criminosos correm o risco de terminar onde devem, na cadeia. Graças às meninas militantes. Isso é feminismo. Jura que você é contra?
(Este texto foi publicado originalmente na revista GQ. É reproduzido aqui em homenagem às garotas de Encantado, no Rio Grande do Sul, que lutam sem apoio da polícia e da imprensa local contra a divulgação criminosa das suas imagens na internet, que já provocou a tentativa de suicídio de uma adolescente. Essa é uma luta que pertence a todas as mulheres e homens de bem).
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/05/homens-feministas.html
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Veja perguntas inusitadas em entrevistas e as razões de serem feitas
Do G1, em São Paulo
Algumas perguntas feitas em entrevistas de emprego são inusitadas e podem até parecer inadequadas aos candidatos porque eles não estão familiarizados com elas e questionam o que teriam a ver com o trabalho. Pesquisa do site de carreiras norte-americano CareerBuilder feita com mais de 2.100 gerentes de contratação e de recursos humanos mostra as perguntas incomuns favoritas dos recrutadores em entrevistas de emprego e os motivos de terem sido feitas:
"Você acredita em vida em outros planetas?"
A pergunta pode ser solicitada para ver se um candidato pensa que qualquer coisa é possível.
"Que superpoder você gostaria de ter?"
A forma como os candidatos respondem a essa pergunta pode fornecer pistas de como eles enxergam seus pontos fortes e fracos.
"Se você estivesse preso em uma ilha, que dois itens que você gostaria de levar com você?"
Respostas a essa pergunta poderiam indicar a capacidade do candidato de enfrentar uma situação difícil com recursos limitados.
"Se você não tivesse que trabalhar, o que você faria?"
Essa pergunta fornece uma prévia dos valores e interesses do candidato fora do ambiente de trabalho, o que pode ajudar a avaliar como ele seria dentro da empresa.
"Se você estivesse preso em um liquidificador, o que você faria para sair?"
Essa pergunta pode avaliar a criatividade do candidato, capacidade de pensar sob o ponto de vista do outro e habilidade para resolver problemas.
"Como você discutiria com um grupo de gatos?"
Um gerente de contratação pode fazer essa pergunta para saber mais sobre a capacidade do candidato para organizar, liderar e motivar os outros.
"Você acredita em vida em outros planetas?"
A pergunta pode ser solicitada para ver se um candidato pensa que qualquer coisa é possível.
"Que superpoder você gostaria de ter?"
A forma como os candidatos respondem a essa pergunta pode fornecer pistas de como eles enxergam seus pontos fortes e fracos.
"Se você estivesse preso em uma ilha, que dois itens que você gostaria de levar com você?"
Respostas a essa pergunta poderiam indicar a capacidade do candidato de enfrentar uma situação difícil com recursos limitados.
"Se você não tivesse que trabalhar, o que você faria?"
Essa pergunta fornece uma prévia dos valores e interesses do candidato fora do ambiente de trabalho, o que pode ajudar a avaliar como ele seria dentro da empresa.
"Se você estivesse preso em um liquidificador, o que você faria para sair?"
Essa pergunta pode avaliar a criatividade do candidato, capacidade de pensar sob o ponto de vista do outro e habilidade para resolver problemas.
"Como você discutiria com um grupo de gatos?"
Um gerente de contratação pode fazer essa pergunta para saber mais sobre a capacidade do candidato para organizar, liderar e motivar os outros.
Perguntas ilegais
Candidatos a emprego podem pensar que são os únicos que temem dizer algo errado ou inadequado, mas os recrutadores também se sentem sob pressão. Em uma pesquisa realizada pelo CareerBuilder, 1 em cada três recrutadores norte-americanos indicaram que não sabiam que fizeram perguntas ilegais na entrevista.
Candidatos a emprego podem pensar que são os únicos que temem dizer algo errado ou inadequado, mas os recrutadores também se sentem sob pressão. Em uma pesquisa realizada pelo CareerBuilder, 1 em cada três recrutadores norte-americanos indicaram que não sabiam que fizeram perguntas ilegais na entrevista.
“Embora a intenção não seja prejudicar ninguém, recrutadores podem estar se colocando sob risco sem saber e sofrer ações na Justiça, assim como um candidato poderia argumentar que certas perguntas foram usadas para discriminá-lo”, diz Rosemary Haefner, diretora de recursos humanos do CareerBuilder.
Veja abaixo as perguntas feitas em entrevistas de emprego que são ilegais nos EUA que os empregadores indicaram que não sabiam:
- Qual é a sua religião?
- Você está grávida?
- Qual é a sua filiação política?
- Qual é a sua raça, cor ou etnia?
- Quantos anos você tem?
- Você é deficiente?
- Você é casado?
- Você tem crianças ou planeja ter?
- Você está endividado?
- Você consome bebida alcoólica ou fuma socialmente?
Forma de perguntar ajuda
Muitas vezes, a ilegalidade da pergunta está em como o entrevistador apresenta a questão. Veja abaixo exemplos de perguntas nos EUA que soam discriminatórias mas podem ser mudadas para serem adequadas:
"Quando você planeja se aposentar?"
Perguntar os objetivos de longo prazo é bom, mas não é aconselhável perguntar sobre planos de aposentadoria.
"Onde você mora?"
Perguntar onde o candidato vive pode ser interpretado como uma forma de discriminação e, portanto, é ilegal. Perguntar se eles pretendem se mudar, no entanto, pode ser uma boa solução.
"Qual é o motivo da sua dispensa militar?"
Perguntar por que um veterano militar foi dispensado é ilegal; no entanto, perguntar que educação, formação ou experiência de trabalho foram recebidas durante o serviço militar é satisfatório.
"Você é um cidadão dos EUA?"
Enquanto não há problema em perguntar se um candidato é legalmente elegível para o emprego nos EUA, há problema em perguntar sobre cidadania ou origem.
Veja abaixo as perguntas feitas em entrevistas de emprego que são ilegais nos EUA que os empregadores indicaram que não sabiam:
- Qual é a sua religião?
- Você está grávida?
- Qual é a sua filiação política?
- Qual é a sua raça, cor ou etnia?
- Quantos anos você tem?
- Você é deficiente?
- Você é casado?
- Você tem crianças ou planeja ter?
- Você está endividado?
- Você consome bebida alcoólica ou fuma socialmente?
Forma de perguntar ajuda
Muitas vezes, a ilegalidade da pergunta está em como o entrevistador apresenta a questão. Veja abaixo exemplos de perguntas nos EUA que soam discriminatórias mas podem ser mudadas para serem adequadas:
"Quando você planeja se aposentar?"
Perguntar os objetivos de longo prazo é bom, mas não é aconselhável perguntar sobre planos de aposentadoria.
"Onde você mora?"
Perguntar onde o candidato vive pode ser interpretado como uma forma de discriminação e, portanto, é ilegal. Perguntar se eles pretendem se mudar, no entanto, pode ser uma boa solução.
"Qual é o motivo da sua dispensa militar?"
Perguntar por que um veterano militar foi dispensado é ilegal; no entanto, perguntar que educação, formação ou experiência de trabalho foram recebidas durante o serviço militar é satisfatório.
"Você é um cidadão dos EUA?"
Enquanto não há problema em perguntar se um candidato é legalmente elegível para o emprego nos EUA, há problema em perguntar sobre cidadania ou origem.
http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2015/05/veja-perguntas-inusitadas-em-entrevistas-e-razoes-de-serem-feitas.html
Um intervalo mágico
IVAN MARTINS
13/05/2015 - 08h03 - Atualizado 13/05/2015 11h36
Uma amiga que se separou há menos de seis meses ligou para me contar que está perdidamente apaixonada. Amando, disse ela. Morri de inveja do cara, (que laçou em tempo recorde uma das mulheres mais interessantes que eu conheço), e dela, que conseguiu se resolver internamente de forma tão rápida. Nem todo mundo tem a sorte de fechar o balanço e reencontrar o amor antes de encarar outro Ano Novo sozinho. Ela teve.
Fico me perguntando qual é o tempo necessário para cicatrizar e começar de novo.
Uma moça que eu conheço terminou o casamento de forma dramática e levou alguns anos para botar os sentimentos no lugar. Outra está no terceiro marido e nunca se permitiu empacar entre um e outro, com ou sem traumas. Logo, o tempo de imersão parece depender da intensidade dos sentimentos, da personalidade e da situação vivida por cada um – mas também da imprevisível interferência do destino.
Não adianta sair do casamento ou de um namoro com a disposição de fazer a troca na próxima semana. Esse negócio não funciona assim. Sexo se arruma com facilidade. Gente para sair e conversar também. Mas um sentimento que permaneça depois que a pessoa foi embora - e parece ligá-lo magicamente a ela - não se acha com facilidade. Por esse, a gente tem de esperar alguma coisa imponderável, que acontece ao mesmo tempo dentro e fora de nós. O acaso vai pôr gente legal no caminho, mas nós temos de estar prontos para elas. Em geral não estamos.
Por questões que me parecem mais culturais do que genéticas, os homens têm uma experiência bem frustrante com esse tipo de coisa.
Por questões que me parecem mais culturais do que genéticas, os homens têm uma experiência bem frustrante com esse tipo de coisa.
Somos nós que, depois de uma ruptura atordoante, voltamos instantaneamente ao mercado. Buscamos, antes de mais nada, alívio para a dor intolerável. Muitos ingênuos ainda acreditam ser possível substituir um amor por outro assim, do dia para noite. A vida está aí para ensinar que não. Laços verdadeiros demoram a se romper. A ausência de um rosto não se preenche com outro rosto, nem outra voz, nem mesmo um corpo mais bonito. Podemos nos distrair e até nos comover com novas pessoa, mas se apaixonar é difícil. Esquecer, impossível. Por isso os homens afobados voltam atrás da ex feito bumerangue. Queimaram a largada.
Antes que o tempo transcorra e nos modifique, tudo o que ocorre é apenas um ensaio, uma preparação.
As mulheres – também por questões culturais – tendem a lidar com isso melhor. Se resguardam, esperam, vestem o luto de uma forma que boa parte dos homens se recusa a fazer. Com isso, sofrem mais no início, mas se recuperam de forma mais rápida e mais profundamente. É uma cicatrização feita com tempo e cuidados, de dentro para fora, não a negação masculina e afobada do sofrimento. Quando a convalescência afetiva dessas mulheres termina, elas estão prontas, realmente prontas, para encher a boca e dizer “eu amo”, como faz agora a minha amiga.
Isso não significa – para homens ou mulheres – que o tempo do luto tenha de ser apenas recato e solidão. É possível conhecer pessoas, gozar e ser feliz na intimidade delas. Beijos na boca são bons em qualquer estação do ano, dormir abraçado ainda é a forma mais humana de adormecer. No intervalo mágico ou triste entre um amor e outro, podem ocorrer encontros inesquecíveis.
O que as pessoas não deveriam é imaginar – esperar, na verdade – que os intervalos de ternura e de erotismo se transformem, magicamente, num sentimento que apague o passado e inaugure o futuro. Atração física não é amor, desejo não é amor, prazer na companhia do outro também não. Essas coisas são boas e importantes, mas não substituem o sentimento intenso e vasto que liga dois seres humanos de forma duradoura.
Então, qual é mesmo o tempo certo para voltar a amar? Ninguém sabe.
Então, qual é mesmo o tempo certo para voltar a amar? Ninguém sabe.
O que eu sei – ou acho que sei – é que não cabem dois amores na mesma pessoa. Enquanto um estiver lá, não haverá espaço para outro. Teremos prazer, riremos alto, se tivermos sorte diremos palavras cheias de paixão e sentimentos, mas não será amor. Não ainda. Pode vir a ser, pode tornar-se, mas será preciso ter paciência com o outro e consigo mesmo. Corações partidos e pernas quebradas não se consertam de um dia para o outro. É simples e complicado assim.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/05/um-intervalo-magico.html
PIB do Brasil pode crescer '7 vezes' com educação para todos, diz OCDE
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgará nos próximos dias um dos mais completos rankings globais de qualidade de educação.
Nele, o Brasil aparece apenas em 60º lugar entre 76 países estudados. No entanto, a organização vê um grande potencial de crescimento econômico no país se este proporcionar educação básica universal para todos os adolescentes de 15 anos.
Em outras palavras, a OCDE estima que um cenário em que todos os adolescentes de 15 anos estejam estudando e alcançando um nível básico de educação pode ajudar o PIB do país a crescer mais de sete vezes nas próximas décadas.
A análise se baseia na pontuação de alunos de 15 anos em testes de matemática e ciências. E configura o mapa mais completo dos padrões de educação em todo o mundo.
Países asiáticos dominaram as primeiras posições do ranking: no topo da lista está Cingapura, seguida por Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Taiwan.
Os resultados do relatório, parcialmente obtidos pela BBC, serão apresentados no Fórum Mundial de Educação, na Coreia do Sul, na semana que vem.
Educação e crescimento
A OCDE argumenta que melhorar o padrão da educação impulsionará o crescimento econômico dos países. E afirma que o baixo nível da educação em um país pode resultar num "estado permanente de recessão".
"É a primeira vez que podemos ver a qualidade da educação numa escala verdadeiramente global", diz o diretor da OCDE para assuntos educacionais, Andreas Schleicher.
"A ideia é dar aos países, ricos ou pobres, a oportunidade de comparar seu desempenho educacional para descobrir pontos fortes e fracos e ao mesmo tempo ver o benefícios a longo prazo de melhoras na qualidade do ensino."
Schleicher cita como exemplo justamente Cingapura, que nos anos 60 tinha altos índices de analfabetismo.
A referência internacional mais usada para avaliar a educação é justamente o teste Pisa, elaborado também pela OCDE, que até agora focava principalmente nos países industrializados mais ricos.
No entanto, os novos resultados fazem uma análise mais ampla e contemplam uma variedade maior de países – o total de um terço das nações do mundo –, incluindo Irã, África do Sul, Peru, Tailândia e outros.
Os Estados Unidos tiveram um desempenho ruim e aparecem na 28ª posição, atrás, ironicamente, do Vietnã. Mas a OCDE mostrou preocupação especial com o que classifica como declínio da Suécia. Na semana passada, o órgão publicou críticas ao sistema educacional sueco depois de registrar uma queda nos resultados do Pisa entre 2000 e 2012.
Pediu especificamente uma revisão do esquema instituído nos anos 90 que "privatizou" parte da rede pública de ensino.
A conferência na Coreia do Sul está sendo organizada pela ONU, e vai marcar os 15 anos do estabelecimentos da Metas do Milênio para a educação. A mais importante delas, a provisão universal de educação primárias para crianças, ainda não foi atingida.
No Fórum Mundial da Educação, novas metas globais serão estabelecidas para os próximos 15 anos.
http://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2015/05/13/pib-do-brasil-pode-crescer-7-vezes-com-educacao-para-todos-diz-ocde.htm
terça-feira, 12 de maio de 2015
Brasileiros são os que mais fazem amigos quando viajam, diz pesquisa
Flávia MantovaniDo G1, em São Paulo
Os turistas brasileiros são os que mais fazem amigos quando viajam. É o que sugere uma pesquisa feita com mais de 5 mil pessoas com idade entre 16 e 65 anos em 13 países.
Segundo o estudo, encomendado pela rede de hotéis Mercure a uma empresa de pesquisa de mercado, 84% dos brasileiros entrevistados já fizeram amigos durante viagens – bem mais do que a média mundial, que foi de 56%.
saiba mais
Em segundo lugar no ranking dos mais abertos a amizades em viagens vêm os italianos, com 73%. Em terceiro, os chineses, com 71%.
No extremo oposto, os japoneses parecem pouco afeitos a conhecer gente ao viajar: apenas 11% disseram já ter feito amigos em viagens.
Entre os brasileiros entrevistados, 51% disseram que já fizeram amigos em viagens “várias vezes” e 33%, apenas uma vez.
Na maior parte do mundo, o hábito é mais comum entre pessoas com menos de 35 anos, mas, no caso dos brasileiros, é prevalente entre turistas de todas as idades.
Amigos de amigos
A pesquisa também avaliou quantos turistas contatam amigos de amigos quando viajam. Nesse quesito, os brasileiros também ficaram bem colocados: ficaram em segundo lugar, perdendo apenas para os chineses. No Brasil, 67% dos entrevistados disseram ter esse hábito, enquanto a média mundial foi de 45%.
A pesquisa também avaliou quantos turistas contatam amigos de amigos quando viajam. Nesse quesito, os brasileiros também ficaram bem colocados: ficaram em segundo lugar, perdendo apenas para os chineses. No Brasil, 67% dos entrevistados disseram ter esse hábito, enquanto a média mundial foi de 45%.
Entre os turistas brasileiros, 52% fazem isso para obter dicas sobre o que fazer no destino; 44% para ter um contato local em caso de emergência; e 39% para ter alguém para sair durante a viagem.
Os japoneses, mais uma vez, ficaram em último lugar entre as 13 nacionalidades em relação a essa questão, com 20% de respostas positivas. Alemães, franceses e holandeses também não se mostraram muito abertos a conhecer amigos de amigos em situações de viagem.
'Nunca estou sozinho', diz brasileiro
O paranaense Leonardo Maceira, de 24 anos, viaja há mais de um ano pela América Latina e diz que sempre faz amigos nos lugares por onde passa. “Viajo sozinho, mas nunca estou sozinho. Vou conhecendo gente por todos os lados. Já conheci pessoas que até me deixaram sozinho na casa delas”, conta.
O paranaense Leonardo Maceira, de 24 anos, viaja há mais de um ano pela América Latina e diz que sempre faz amigos nos lugares por onde passa. “Viajo sozinho, mas nunca estou sozinho. Vou conhecendo gente por todos os lados. Já conheci pessoas que até me deixaram sozinho na casa delas”, conta.
Para ele, ficar amigo de moradores do destino é a melhor forma de fugir do turismo convencional. “É uma maneira de conhecer melhor a cultura e muitos lugares que só pessoas da região conhecem”, afirma.
Segundo ele, um fator que ajuda é que os estrangeiros costumam ter simpatia pelos brasileiros. “A reação é sempre positiva [quando digo que sou brasileiro]. Todos falam que querem conhecer o país.”
A porcentagem de entrevistados que já fizeram amigos em viagens, segundo o estudo
Brasileiros - 84%
Italianos- 73%
Chineses- 71%
Espanhóis- 63%
Portugueses- 61%
Australianos- 57%
Belgas- 56%
Alemães-54%
Franceses- 46%
Holandes- 44%
Britânicos- 44%
Japoneses-11%
Brasileiros - 84%
Italianos- 73%
Chineses- 71%
Espanhóis- 63%
Portugueses- 61%
Australianos- 57%
Belgas- 56%
Alemães-54%
Franceses- 46%
Holandes- 44%
Britânicos- 44%
Japoneses-11%
http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2015/05/brasileiros-sao-os-que-mais-fazem-amigos-quando-viajam-diz-pesquisa.html
Clique Ciência: por que espirramos quando esfria?
Tatiana Pronin
Do UOL em São Paulo
Do UOL em São Paulo
Basta o frio dar as caras para os espirros aparecerem. E eles quase nunca vêm sozinhos - um incentiva outro e o ataque também costuma vir acompanhado de fungadas e lágrimas. Muita gente logo pensa que ficou gripada, enquanto outra parcela atribui o fenômeno à rinite alérgica.
Frio repentino, assim como luminosidade intensa, poeira, vírus e bactérias são encarados como agressões. E os espirros são como reflexos que ajudam a proteger o organismo. "As terminações nervosas do nariz são sensíveis a mudanças bruscas de temperatura", explica o otorrinolaringologista Fernando Pochini Sobrinho, do Hospital São Luiz Morumbi.
O médico conta que o nariz e os seios nasais são protegidos internamente por uma camada de muco que está em constante movimento. Esse material vai sendo levado para o estômago, o que faz com que boa parte dos micro-organismos que aspiramos não fiquem depositados na mucosa - um mecanismo de defesa muito avançado, segundo o especialista.
As células de defesa criam uma espécie de memória diante da agressão e, assim que o estímulo ocorre, os músculos da face e do aparelho respiratório se contraem bruscamente, mandando um jato de ar pelo nariz e pela boca que, segundo estimativas, podem chegar a 160 quilômetros por hora. É difícil resistir ao impulso, e praticamente impossível manter os olhos abertos nessa hora.
Cada espirro pode colocar mais de 100 mil germes para fora. Mas, quando o ataque de vírus e bactérias é poderoso demais, o "fundo da piscina" pode ser atingido. E o organismo precisa requisitar um exército maior para combater a invasão. Além de coceira e espirros, o muco fica mais intenso e ocorre a congestão nasal, pelo inchaço das mucosas. Em muitos casos, aparece também a febre. Todos esses sintomas, como diz Sobrinho, ajudam a distinguir infecções de reações alérgicas.
Algumas pessoas costumam ser mais sensíveis a mudanças bruscas de temperatura e sofrem mais quando esfria ou quando esquenta demais e as pessoas exageram no ar-condicionado. "Evitar o choque térmico ajuda a evitar espirros", recomenda o médico. Ou seja: evitar sair de ambientes muito aquecidos para a rua sem se agasalhar direito.
Buscar um diagnóstico correto é importante para evitar quadros crônicos, já que certas pessoas têm alergia a determinadas substâncias, como o ácaro, por exemplo, ou ficam com uma concentração maior de muco nos seios nasais devido a sinusites agudas que não foram tratadas adequadamente.
http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2015/05/12/clique-ciencia-por-que-espirramos-quando-esfria.htm
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